Uma vez possível, o justo sofrer, como vimos neste post, não cabe necessariamente entendermos os porquês, mas agirmos sabiamente com base no exemplo de Cristo. Ele que veio a sofrer inocentemente pela nossa própria culpa (Is 53:5).

Certamente, a forma que passamos por tal sofrimento diz muito sobre a falibilidade humana e aponta para existência de um Deus soberano que atua poderosamente, apesar das circunstâncias e do tempo. Não é por acaso que um #SEGREDODOSOFRIMENTO é quebrar nosso orgulho e nos tornar mais sinceros conosco, com o próximo e para com Deus.

Por muito tempo acreditei erroneamente que a solução para o sofrimento estaria em tentar ignora-lo por mais que ele estivesse me machucando. Não queria mostrar para as pessoas que sou fraco, mesmo sabendo que o sou. E pouco a pouco, cavava um abismo para mim mesmo e meu ego. Minha religiosidade era tamanha que não parecia admissível ou louvável questionar ou expressar meus pesares.

Diante disso, hoje vamos aprender por meio da vida de Jó como devemos nos portar diante do sofrimento. Não como imaturos, como eu pensava há algum tempo atrás, mas com base na Palavra de Deus. Então, vamos nessa!

Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia. E Jó, falando, disse: Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Jó 3:1-3

Lamente, questione e seja sincero!

No trecho em destaque, observamos Jó lamentando-se sobre seu destino e provavelmente questionando-se sobre o significado do sofrimento, tendo em vista que não o considerava digno de passar por tamanha pertubação, pois se autoconsiderava como não merecedor de vivenciar seus próprios temores (Jo 3:25-26).

Aqui vemos um retrato interessante sobre sinceridade. Jó não quis esconder o que estava sentindo e seu abatimento sobre o que estava passando. Tampouco quis ser um super-herói. Ao contrário, expressa por meio de lamentações e queixas sua própria fraqueza. Ele estava lamentando-se do seu próprio “pecado oculto” da autojustificação. Lamentações mostra tal sentido:

De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados. Lm 3:39

Em outras palavras, Deus não poderia ser o culpado pela situação em que Jó estava passando, apesar de o ter permitido com um proposito claro de moldar a vida do seu servo e sensibiliza-lo para algo que não estava tão claro.

Assim como, Deus não pode ser culpado pelo sofrimento humano como um todo, uma vez que entrou por meio do pecado.

Consequentemente, não existe outra opção a não ser busca-lo com sinceridade exprimindo nossas questões para que nEle sejam solucionadas.

A vida de Habacuque mostra que o que antes era queixa e lamento transformou-se em louvor de alegria e gratidão a Deus (Hb 3:2-20) porque existe resposta. E as suas queixas tem apontado para a glória de Deus ou para sua próprio louvor?

O sofrimento, portanto, deve nos levar a agirmos com sinceridade em oração e por meio de uma vida piedosa, a qual centra-se unicamente em Deus não em qualquer outra coisa. 

 

Deus te abençoe.

Leonardo Gleygson

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