Texto de Ismael Sobrinho, psquiatra, cristão, autor de “À Procura da Felicidade”

A vida é muito mais complexa do que do que pensamos. É óbvio que muitas coisas fogem à nossa compreensão. Bons pais podem ter filhos que tragam problemas. Há pessoas que investiram tempo e orações e ainda não viram frutos. Mas a Bíblia sempre nos traz um grande exemplo sobre ser pai: é possível ter experiências com Deus, ser um sacerdote de Deus, viver coisas grandes com Deus e não ser um bom pai. 

Esquecemos que a paternidade exercemos em atos de intimidade diários que trazem cura e identificação. Davi teve grandes experiências com Deus, tinha o coração anelado a Deus, mas isso não se traduziu em investimentos na vida dos filhos. A história é longa, mas ele foi omisso no incesto de Amom e posteriormente na disciplina com Absalão. Teve uma família destruída. 

E os filhos do sacerdote Eli? Cresceram na igreja, viam o pai pregar em vários sábados, sabiam dos rituais, conheciam os “macetes da fé”, entretanto, não conheciam Deus. Fizeram da fé um instrumento para benefício próprio. Deus os matou. Sim, é possível viver com o sacerdote, mas não conhecer o Deus do sacerdote.

Temos vários casos assim nas escrituras. Falta tempo para falar de Jacó, Salomão etc… Mas devemos orar para ir além, a não acreditar que a religiosidade implantará automaticamente a paternidade no coração de nossos filhos. Precisamos sair da religiosidade automática e mostrarmos, pelo amor e pela dedicação, as bençãos que recebemos do nosso pai celestial. Oremos para estar mais com os filhos, oremos para que a vida comunitária não tire nosso maior ministério: a família. Oremos para não sermos líderes cujos filhos crescerão abominando a igreja. Precisamos clamar ao Eterno para que Ele “converta o coração dos filhos aos pais” e vice-versa. 

Hoje, no dia dos pais, que possamos clamar profundamente ao Eterno, que os faça imitadores de Cristo. Um feliz dia dos pais a todos! 

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