O coletor Levi havia sido chamado e seguiu Jesus sem demora. O livro de Marcos nos reporta para a mesa de Levi depois de relatar o chamado. Curioso é que, à mesa, sentam os que têm intimidade, mas ali havia mais gente que o anfitrião e o mestre: para ouvi-Lo, publicanos e pecadores; para julgar a composição que enxergavam à distância, escribas e fariseus.
O julgamento dos mestres da lei a partir do que Jesus fazia acontece por meio de um questionamento: por que come com publicanos e pecadores? O tom de inconformidade talvez seja o meu e o seu quando o evangelho alcança pessoas fora do que configuramos um padrão de ovelha. Volta e meia estabelecemos padrões segundo o nosso entendimento, e não segundo o entendimento de Deus.
Enquanto mestres da lei avaliavam se Jesus estava certo ou errado, – ou já sentenciavam – Ele tratou de responder com uma das comparações mais simples para quem ouve: “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores” (2:17). Se vocês não estão sequer doentes, não se preocupem: é por isso que estou com eles, que reconheceram a doença.
A justiça completa não está em nenhum homem por mais leis e códigos morais que ele conheça. A impressão de justiça pairava sobre os que conheciam a lei, mas Jesus sabia que não há um justo sequer. Por isso, segue a ilustração contrapondo justos e pecadores. Interessante que Levi está à mesa e ele já havia sido chamado, mas entendia o papel de receber pecadores para ouvir Jesus. Por vezes sentamos à mesa, já recebemos o cuidado, o curativo, o atendimento necessário para buscar pecadores, mas queremos ocupar o lugar deles, não entendendo nosso papel no banquete.
Qual tem sido o seu: o de observação e julgamento, de pecador pronto a aprender com o mestre ou o de discípulo que identifica e chama os doentes que necessitam de médico?
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