Entendemos por cosmovisão o modo pelo qual uma pessoa vê ou interpreta uma realidade. É a estrutura por meio da qual a pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em que a pessoa vê Deus, origens, mal, natureza humana, valores e destino.

Para o indivíduo crente, a cosmovisão cristã vai colocar o entendimento do universo como criação de Deus e todas as demais esferas de conhecimento possíveis de estarem presentes na humanidade como procedentes do Deus único e verdadeiro, Senhor do universo, comunicadas a nós por Cristo Jesus, “(…) no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Colossenses 2.3).

Em nossos dias está em andamento uma movimentação muito intensa, no meio evangélico, para estabelecimento de escolas evangélicas, que ensinem todas as matérias a partir da perspectiva cristã da vida. Para isso, há a necessidade de que se ensine e se dissemine uma cosmovisão cristã. A fé cristã deixa de ser uma “questão religiosa” para o domingo, mas volta a assumir o seu posto original, e que havia sido resgatado pela Reforma do século 16. Esse movimento das escolas cristãs tem características interdenominacionais. A fé reformada sempre enfatizou a questão da cosmovisão cristã. Agora, esse tesouro está sendo procurado por segmentos que até pouco tempo rejeitavam qualquer coisa que tivesse o mais remoto relacionamento com o calvinismo. O que pregadores e autores, durante anos, não conseguiram, Deus, em sua soberania, está fazendo – com a absorção, pela necessidade, dos conceitos transmitidos na ideia de uma cosmovisão cristã.

Nesse sentido, Deus tem sido pregado como soberano real do universo em comunidades teologicamente arminianas. Tais círculos têm compreendido que é impossível se praticar a verdadeira educação das esferas de conhecimento, sem a coesão proporcionada por uma cosmovisão cristã reformada, na qual Deus é verdadeiramente regente do universo, e não um mero espectador, que reage às circunstâncias, procurando “consertar” as coisas. Por isso é necessário que os líderes cristãos e até nós, leigos, tenhamos uma boa compreensão deste tema, já que precisamos também orientar os irmãos e familiares nesse entendimento.

Cosmovisão cristã, também, tem tudo a ver com o estudo de governo, economia e outras áreas de conhecimento e de atividades humanas que, para serem adequadamente compreendidas e exercitadas, não podem ser divorciadas dos princípios contidos nas Escrituras. Assim sendo, a cosmovisão cristã oferece à humanidade as respostas mais contundentes para as suas maiores indagações.

Somos chamados a conhecer teologia e ética, a tratar o texto bíblico com reverência, mas também ter uma mente inquiridora que medita, reflete, constrói o pensamento, que se move em direção a uma cosmovisão cristã da realidade humana. É bom ler obras clássicas da literatura sem perder nossa referência cristã. A partir daí, surgem as primeiras reflexões. Estamos realmente usando as Escrituras como texto ou como pretexto? Nossas pregações surgem a partir de uma experiência do coração e de uma mente inteligente e geram transformação? Todas essas pregações e estudos bíblicos têm gerado homens e mulheres mais parecidos com Jesus Cristo?

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