Os efeitos da música sobre o ser humano são notórios. É fato consumado que a música tem o poder de alterar o estado de humor, transmitindo harmonia e paz. A música é uma linguagem que todos entendem e pode ser um elo para a união das pessoas.

A música é também um excelente instrumento para a educação. Quem nunca estudou musicalizando nomes de elementos químicos, personalidades históricas ou mesmo os livros da Bíblia? A música torna o aprendizado mais agradável e muito mais cognitivo.

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Em virtude do poder e dos efeitos da música sobre o ser humano, a religião, desde os mais remotos tempos, sempre se utilizou da música. Um bom exemplo disso está descrito em Êxodo 15, que narra a música que Moisés compôs quando Deus livrou os hebreus dos egípcios. Você também deve se lembrar dos efeitos que a música tocada por Davi tinha sobre o perturbado rei Saul. No primeiro caso temos um uso litúrgico da música, no segundo, psicológico.

O Novo Testamento inclusive cita a música como um meio pedagógico no culto cristão. Leia Colossenses 3:16 e note como Paulo orientou a Igreja a usar hinos e cânticos espirituais para o ensino e admoestação dos seus membros. Agora compare a sugestão de Paulo com o uso que alguns grupos religiosos têm feito da música. Os mantras melódicos e as repetições de trechos de autoajuda
substituíram o ensino doutrinário, privando a mente dos fiéis de avaliarem a pregação e o conteúdo do culto que estão prestando a Deus.

Amparados pela bengala musical, os pregadores carismáticos arrebatam os fiéis, que embriagados, perdem a capacidade de discernir os espíritos, como orientou o apóstolo João (1 Jo 4). O culto tornase, desta maneira, um espaço alternativo de yoga pseudocrístã de onde ninguém sai edificado ou alimentado, mas inebriado e extasiado. Contudo, o êxtase passa, e o que resta? Nada. Fica apenas a vontade de sentir mais uma vez o efeito narcótico coletivo, um prato cheio para pregadores vazios.

Por Alexandre Milhoranza
Site: milhoranza.com

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