Terminar bem começa agora. Pode ser uma luta bem antiga admitir a velhice, mas cristãos mais jovens precisam de exemplos de santos mais velhos que abraçaram a sua idade e estão cultivando os frutos espirituais em seus últimos anos.
O encorajamento de amigos mais velhos é uma bênção especial. Sidney era quase 60 anos mais velho que eu, mas nos últimos anos de sua vida ele foi um dos meus amigos mais chegados. Ele costumava me ligar, e suas primeiras palavras costumavam ser: “aqui é o velhote”. O Sidney abraçou a sua idade, e como ele se alegrou no amor de Deus por muitas décadas, estava comprometido a terminar bem.
O Sidney me mostrou como terminar bem com três palavras. Em uma ocasião, eu fui com ele visitar um amigo que estava morrendo, e o Sidney se inclinou sobre o seu amigo, falou bem baixo com ele, orou com ele e finalmente disse ao seu amigo: “Billy, três palavras: Eu. Te. Amo.” Foi isso — três palavras simples, mas inesquecíveis. Esse era o Sidney — ele simplesmente amava as pessoas, mas as amava de maneiras inesquecíveis. Quer seja sua esposa enquanto sofria com Alzheimer, ou seus médicos e enfermeiros que cuidavam dele enquanto sofria com um câncer e um derrame ou o garçom que levava café até ele antes do seu almoço, Sidney gostava de saber sobre eles, de saber como eles estavam e de saber como ele podia ajudá-los e orar por eles. Eu acompanhava o “velhote” enquanto ele servia a Deus e ao seu próximo através dessas três simples palavras.
A necessidade de fidelidade na segunda metade da vida é muito importante para esperar até que seja tarde demais.
A grande bênção de ver alguém terminar bem não é a de meramente aprender a viver o amanhã; na verdade, é aprender a viver o hoje. Homens e mulheres que continuam a servir a Deus com fidelidade e maturidade na segunda metade da vida são encorajamento para que as gerações mais novas vivam da mesma maneira hoje.
Nós lemos no Novo Testamento sobre como Timóteo se alegrava nas bênçãos de exemplos fiéis e piedosos. Não só sua avó Loide e sua mãe Eunice lhe ensinaram os caminhos da fé, mas também Paulo, que lutou o bom combate, terminou a carreira e guardou a fé. Timóteo precisava das aulas que ele aprendeu de homens e mulheres mais velhos para ser diligente e frutífero no chamado de Deus. Pense em algumas maneiras nas quais Paulo terminou bem:
- Ele era dedicado a Deus em oração, louvor, adoração e obediência até o fim.
- Ele suportou as provações com graça e coragem.
- Ele viveu com humildade, contentamento, gratidão, alegria e esperança.
- Ele amava e servia o próximo, mesmo quando era difícil para ele.
- Ele se lembrou e capacitou a próxima geração para o ministério.
- Ele se preparou para a morte e ansiava estar com Cristo.
Paulo “terminou a carreira”, e o padrão geral de sua vida era uma imagem de perseverança e graça de Deus, mas na realidade, as prioridades da vida de Paulo são as preocupações urgentes em qualquer idade.
Ao enfrentar as agendas ocupadas, pressões diárias e o custo de seguir a Jesus, os crentes mais jovens querem saber se tudo ficará bem. Nossos medos pecaminosos e as mentiras do mundo insistem que o sucesso e o prazer devem ser buscados a todo custo, mas os crentes maduros têm o benefício de uma visão retrospectiva e perspectiva para insistirem que o caminho de Deus é o melhor. Precisamos de exemplos vivos de sabedoria e velhice para testificar que Deus é fiel e que ser fiel a ele é, no final das contas, a única coisa que realmente importa.
Ninguém sabe o que o amanhã irá trazer, e estamos sempre entrando em fases novas e desconhecidas da vida. Deus pode nos chamar para terminar antes do planejado, mas Deus é misericordioso. Na verdade, o salmista nos dá uma oração e um caminho a seguir:
Tu me tens ensinado, ó Deus, desde a minha mocidade; e até agora tenho anunciado as tuas maravilhas. Não me desampares, pois, ó Deus, até à minha velhice e às cãs; até que eu tenha declarado à presente geração a tua força e às vindouras o teu poder. (SL 71.17-18)
Alguns podem ficar tentados a pensar que o chamado para terminar bem só é relevante para homens e mulheres na casa dos oitenta ou noventa, mas a preparação, na verdade, começa muito mais cedo. Caráter e hábitos piedosos que são desenvolvidos ao longo de muitos anos são os padrões que surgem na velhice e que influenciam os crentes mais jovens de maneiras inesquecíveis. A necessidade da fidelidade na segunda metade da vida é muito importante para esperar até que seja tarde demais. Portanto, o apelo é simples: Mostre-nos como começar agora a terminar bem.
Fonte: Voltemos ao Evangelho
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