A vida humana é sagrada. Não pertence a nós, pertence ao Criador. Deus fez homem e mulher de modo singular, diferente do restante da criação. Primeiro, soprando em suas narinas o fôlego da vida (Gn 2.7). Nenhum animal teve este privilégio. Segundo, colocando toda a criação debaixo do domínio do homem: Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, etc (Gn 2.26). Terceiro, criando homem e mulher à sua própria imagem e semelhança (Gn 1.26-27). Os animais foram criados “segundo a sua espécie”, todos de uma só vez. Já o ser humano foi uma criação única, à imagem e semelhança do Criador. No momento da criação do homem a Trindade se reúne e delibera (no plural): Façamos o homem à nossa imagem.

Em em Gênesis 9.6 há o motivo pelo qual nós não podemos tirar a vida de alguém: “porque Deus fez o homem segundo a sua imagem”. Por isso, não podemos tirar a vida do próximo. Atentar contra a vida do meu semelhante é, em primeira instância, atentar contra Deus, pois o meu próximo carrega consigo a imagem e a semelhança do Criador. Por consequência, quando um aborto é realizado, a vítima do assassinato é uma criança que traz em si a imagem e semelhança de Deus.

Existe o questionamento: Quando começa a vida? A ciência não tem uma resposta consensual. Há aqueles que admitem começar na fecundação; há os que apontam para o período entre o 7º e o 10º dia, quando ocorre a fixação do óvulo fecundado no útero; há os que defendem começar na 3ª semana de gestação, quando o embrião pode se dividir dando origem a outros indivíduos e, por fim, há os que marcam o início da vida somente após a 8ª semana de gravidez, com o início da atividade cerebral.

O curioso é que quando a ciência encontra uma bactéria na lua a considera como vida, sem hesitar. Curioso também é que a ciência não tem valores absolutos. O que é verdade hoje pode não ser amanhã. Portanto, é necessário cautela.

O referencial mais seguro é a Palavra de Deus. Nela nós temos evidências de que a vida começa na fecundação (Jó 10.8-12; Sl 22.10; Sl 139.13-16; Jr 1.5; Lc 1.15). Os textos não deixam dúvida de que a vida começa no ventre materno. Portanto, pílulas do dia seguinte ou qualquer outro método abortivo atentam contra uma vida que já está presente, conhecida e criada por Deus.

A medicina atual já tem condições de retirar, de forma prematura, o feto que oferece risco à vida da mãe e dar a ele boas condições de sobrevivência. Por outro lado, o movimento feminista insiste que a mulher é dona do seu próprio corpo e que tem total direito sobre ele. Isso lhe dá total direito ao aborto, principalmente, no caso de um estupro. A cristã verdadeira saberá que, primeiro, o corpo não pertence a nós. O corpo e a vida são propriedades de Deus. Eis a razão porque o suicídio é um pecado (e crime em alguns países).

Mesmo na situação crítica de um estupro, a mãe não tem o direito de assassinar a criança inocente que não tem culpa alguma do ato violento sofrido pela mãe. Em casos assim, o melhor caminho é dar prosseguimento à gravidez, cuidando desta mãe e, se no nascimento da criança ela não tiver condições de cuidar deste filho, submetê-lo a alguém que queira cuidar.

Ultimamente a justiça tem autorizado a interrupção da gestação de feto anencefálico. A argumentação é a de que uma criança com este diagnóstico nascerá morta. A experiência tem mostrado o engano deste argumento. O que está por trás desta autorização judicial é o pensamento evolucionista (feto não é vida), materialista (esta criança atrasará a sociedade) e eugenista (precisamos melhorar a raça). O nazismo começou assim.

Hoje em dia não é incomum vermos médicos orientando suas pacientes ao aborto ao constatarem que o filho em gestação terá alguma deficiência física ou mental. A palavra de Deus nos ensina que toda a vida é sagrada e bem de Deus, mesmo a dos deficientes. “Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?” (Ex 4.11).

A vida é sagrada e não pertence a nós. O feto, por menor que seja, já é portador da imagem e semelhança de Deus e tem de ser preservado.

*adaptado de 3 razões para o cristão ser absolutamente contrário ao aborto

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