Graça e paz. Ao longo da história da Igreja surgiram diversas correntes de pensamento a respeito da possibilidade do cristão perder ou não sua salvação. As três posições principais sobre o assunto são base do calvinismo, arminianismo e pelagianismo. É difícil tratar esta matéria sem tomar partido de nenhum dos lados (principalmente levando em conta o que a própria Bíblia fala da natureza da salvação humana). Antes de tudo, vamos analisar o que cada doutrina ensina.

Para o pelagianismo, a salvação depende das obras do crente (e não da graça de Deus proveniente do sacrifício de Jesus). Logo, se o indivíduo for omisso em suas atitudes para com o Senhor, perderá a salvação. Essa linha de pensamento é facilmente refutada através da leitura da Palavra.

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2.8-9

Portanto, a salvação por mérito pregada no pelagianismo não encontra fundamento bíblico. Tanto é que, ainda no século V, essa doutrina foi considerada como heresia.

O arminianismo diz que a Bíblia não é muito clara sobre o assunto, logo não seria possível tomar uma posição definitiva, nem de um lado, nem de outro, sobre a salvação do homem. Somado a isso, afirma que o sacrifício de Jesus foi por toda humanidade, indistintamente. Como todos têm o direito à salvação, cabe a cada pessoa escolher – pelo livre arbítrio – se deseja ou não usufruir da eternidade com Deus.

Ser salvo, para o arminianismo, é uma escolha do cristão. Mas daí parte um questionamento para nossa reflexão: se Deus é soberano em Sua própria natureza, por que caberia ao homem escolher se ele tem direito à salvação ou não?

Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito. Provérbios 16.2

Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Isaías 55.9

Por último, o calvinismo ensina que um cristão verdadeiro, isto é, alcançado por Jesus, não pode perder a salvação. O homem não tem participação direta no processo de salvação, sendo apenas objeto da graça de Deus através da eleição incondicional.

Assim como nos escolheu, nEle, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de Sua vontade. Efésios 1.4-5

A eleição é baseada exclusivamente na soberana vontade de Deus, e não mediante ações previstas do homem. Pode até parecer uma atitude injusta do Senhor não permitir que o indivíduo escolha se ele quer ser salvo ou não. Porém, caso o livre arbítrio fosse um atributo humano, nunca escolheríamos nos aproximar de Deus, pois o coração do homem é totalmente corrupto.

Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. Romanos 3.10-12

A opção do homem é conformar-se à vontade de Deus. Se ele foi chamado pelo Senhor à conversão, que viva então com a certeza de que o sangue vertido no Calvário foi o preço de sua salvação.

Semana abençoada, em nome de Jesus. Abração!

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