Gl 6:1: “Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.”

Sendo a Igreja uma comunidade viva, composta de um povo que se chama pelo nome de Deus, temos a responsabilidade por Ele dada de nos edificarmos mutuamente. Deus fala através do outro, cujas palavras estão submissas à Palavra. Assim, somos comissionados a exortarmos e corrigirmos uns aos outros quando identificamos pecados. Porém, isso pode se tornar um sério problema se não formos sábios ao fazê-lo.

Em Gálatas 6.1-5 traz uma recomendação do apóstolo Paulo quanto a esta questão. Quando presenciamos ou identificamos um pecado de um irmão, devemos, sim, exortá-lo. Porém, não podemos ser demasiadamente duros a ponto de nos esquecermos da compaixão. Alguém já disse uma vez: “a correção é o comprimido a ser tomado, e a misericórdia é a água que ajuda a engolir”. Quando nós não nos colocamos no lugar do próximo, não tendo em mente que nós mesmos poderemos amanhã estar, também, em uma situação de pecado e sujeitos à exortação, nossa exortação pode trazer destruição e não restauração, que é o objetivo principal.

Precisamos nos lembrar de que a exortação não é vazia de sentido, mas possui a finalidade de trazer de volta à luz um irmão que andou, por um instante, em trevas. Levamos a ele o entendimento e a compreensão da Palavra de Deus, para chamá-lo ao arrependimento.

O que acontece é que, de tanto nos preocuparmos com os pecados alheios sem exercer misericórdia, nos colocamos em posição elevada, como se não estivéssemos sujeitos a pecar também. O apóstolo Paulo ordena que não aumentemos o nosso ego em razão da falha do outro, como quem diz: “Nossa, olha o que o irmão fez. Que absurdo! Eu nunca cometeria esse equívoco.” Poderia não cometer este, o mesmo, mas cometeria [e comete] muitos outros. Essa é a questão.

Veja que este não é um convite para a inércia. Não devemos nos apoiar na ideia de que “nossa, quem sou eu pra julgar o irmão… não vou falar nada, eu faço coisas ruins também, Deus é que conhece o coração de cada um”. Este pensamento é diabólico e prejudicial à saúde da Igreja de Deus. A exortação DEVE acontecer, porém com espírito brando e gentil, como descrito na passagem. Paulo não manda não exortarmos, e sim exortarmos em misericórdia.

O apóstolo tem em mente nesta passagem o amor cristão. Assim como Cristo carregou as nossas dores, devemos carregar as dores de nossos irmãos, motivados pelo amor fraternal. Somos um único corpo em Cristo e, se um membro do corpo dói, todo o corpo geme e trabalha para que o membro logo seja curado.

Sejamos misericordiosos, pois nós mesmos fomos tratados com graça pelo Pai.

Um forte abraço,
Lucas

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