Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre.
1 João 2: 16-17

Uma das maiores verdades bíblicas é que o pecado nos atingiu de forma completa, abrangendo todas as áreas de nossas vidas. Não há nada que façamos que é desvinculado de nossa natureza pecaminosa. Diante dessa realidade, somos facilmente fascinados pelo mundo ao nosso redor, nos encantamos pelo que ele pode nos oferecer que satisfaça as concupiscências (ardentes desejos) do nosso coração.

Concupiscência da carne

A palavra de Deus nos adverte a concupiscência da carne não vem do Pai. O que isso significa?

Nosso pecado natural faz surgir em nossos corações desejos pecaminosos contra os quais muitas vezes não resistimos. Acredito que todos nós, cristãos, temos a experiência de estar diante de alguma tentação e, de alguma forma, desejar pecar, pela percepção que temos de que aquele pecado nos trará algum grau de satisfação ou prazer. Não é algo que o mundo imputa a nós, é algo que nós mesmos temos por natureza.

Somos levados ao engano, na promessa de que a satisfação do nosso desejo nos dará mais alegria do que a obediência ao Senhor.

Concupiscência dos olhos

A ganância dos olhos é o desejo ilícito por aquilo que vemos. Vamos a um exemplo muito prático.

Sabe aquelas situações em que você está no Instagram, ou em qualquer outra rede social, e está diante de uma imagem que provoca desejos no seu coração? Seja uma comida, uma foto sensual, ou bens materiais, nossos olhos contemplam aquilo que acende a concupiscência da carne, e nos faz desejar coisas ilícitas. É claro que nem o desejo sexual, nem a vontade de comer, nem as riquezas são, por si só, pecaminosos. Quando a sua sexualidade é, em absoluto, direcionada ao(à) seu(ua) cônjuge, louvado seja Deus! Quando o desejo por alguma comida produz a gratidão a Deus pelo pão diário, glória a Ele. Quando o seu dinheiro é fruto de um trabalho honesto e é utilizado em caridade e no serviço ao Senhor, que maravilha! O problema é que a forma como esses desejos se manifestam normalmente não é correta. É quando você está lotado de comida e quer mais; é quando você nutre desejo sexual por alguém que não é seu cônjuge; é quando você cobiça a riqueza que os outros demonstram ter.

Aqui eu estou me atendo a estes três exemplos, mas pense nas coisas em que os seus olhos repousam e que produzem desejos pecaminosos no seu coração. A concupiscência dos olhos anda junto com a da carne. A primeira é instigada pelo que se vê externamente, a segunda encontra sua fonte no interior do homem.

Soberba da vida

A soberba da vida pode ser entendida como a ostentação dos bens, a manifestação do orgulho e da altivez. A primeira das coisas citadas em Provérbios 6.17 que Deus odeia é: olhos altivos. O Senhor detesta o homem que se julga grande, que se exalta, porque na sua atitude soberba não atribui glória a Deus, mas a si mesmo. Porém, Deus exaltará os vales e abaterá os montes (Isaías 40.4). Temos um exemplo muito claro disto em Atos 12, veja:

No dia marcado, Herodes, vestindo seus trajes reais, sentou-se em seu trono e fez um discurso ao povo. Eles começaram a gritar: “É voz de deus, e não de homem”. Visto que Herodes não glorificou a Deus, imediatamente um anjo do Senhor o feriu; e ele morreu comido por vermes.
Atos 12:21-23

Herodes recebeu glória dos homens como em posição do próprio Deus. Mas Ele não aceita a arrogância do homem.

O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra.
Provérbios 29:23

 

 

Irmãos, não sejamos tolos. Eu bem sei o quanto é difícil renunciar aos desejos ardentes do coração e dos olhos e humilhar a si mesmo. Mas é necessário que assim seja, porque nós não somos nada, e nossos pecados estão diante de nós como testemunho de que não somos perfeitos, e ofendemos a Deus continuamente. Precisamos nos submeter à sua Palavra, lutando contra nós mesmos para obedecermos ao Senhor em justiça. Nosso texto base diz que aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. Sabemos que essa é a nossa condição, se de fato temos Cristo como Senhor. E, se Ele é nosso Senhor, então não somos mais senhores de nós mesmos (Romanos 6.16).

Produza frutos.

Em Cristo,
Lucas

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