Hello!

Hoje gostaria de falar de um tema que apesar de mais comentado em nossos dias, ainda é um tabu dentro das igrejas. Precisamos falar sobre depressão! Não podemos continuar ouvindo a respeito de pessoas que tiraram a própria vida “do nada” ou mergulharam em algum vício e não fazer nada.

Quando alguém comete suicídio ou a tentativa de, sempre tem alguém (ou às vezes todos que estão ao redor) pra comentar: “Eu nunca imaginei que ela estivesse mal! Ela parecia tão bem. Sempre tão forte… tão sorridente. Ela nunca deu sinais…”

Nunca? Tem certeza?!

Os sinais estavam lá, mas nós fomos céticos demais, religiosos demais, iludidos demais, e porque não dizer ignorantes (no sentido de desconhecer o tema) demais. Julgávamos que o berço cristão ou o ministério “consolidado” eram uma espécie de proteção inviolável. Nos enganamos mais uma vez. Ignoramos o fato de que a depressão, tal como outras doenças pode ter inúmeras raízes e os lares cristãos não estão imunes a elas.

O brilho nos olhos, a motivação pras coisas simples, tudo foi escapando bem diante de nós, mas não percebemos.

Algumas vezes, feridos pelo resultado da ira (fruto do grito da alma do outro), nos afastamos doloridos e desejando que já que essa pessoa tem se comportado de forma agressiva, ela que fique sozinha com seus problemas. Nossa justiça própria grita mais alto que o amor ao próximo.

Nosso amigo Diego, colunista das quintas-feiras já falou sobre isso tempos atrás. Confira os textos dele. Ele foi bem didático e trouxe a perspectiva em relação a Igreja, a Deus e ao próprio indivíduo.

Eu já estive em vários desses papéis. Já me identifiquei com os que por preconceito julgavam que havia pecado não confessado que gerava o problema. Já me identifiquei com os que se afastam feridos pelo grito do outro. E também já me encontrei com dores tão profundas que pareciam que iriam me consumir. Graças ao nosso amado Jesus para cada uma dessas situações o Senhor levantou pessoas para me mostrar o que precisava ser corrigido em minha perspectiva, ou para me encorajar ou para me reerguer quando eu não tinha forças. Não cheguei a ter um diagnóstico de depressão, mas caminhei bem próximo a essa linha.

Hoje gostaria de convidar vocês pra conhecerem a história da Lu. Em breve vocês terão mais detalhes sobre quem é ela e sobre os processos que ela enfrentou. Mas o texto que compartilharei agora faz parte da cura que o Senhor tem operado na vida dela através de oração, discipulado, terapia, muitas horas de conversas, muito amor próprio restaurado, muitas crises de choro e muitos, mas muitos mesmo momentos de alegria.

A Lu é de exatas. Uma futura engenheira linda que se surpreendeu com o impulso do Espírito Santo para dividir com as pessoas o que ela tem vivido. Escolheu ser ferramenta para consolar com a consolação que recebeu (2 Co 1:4).

Um dia eu estava lendo um livro no qual o autor conta um pouco de como era a vida quando ele tinha depressão. Sem cores. Ele definiu como dias cinzas. O dia está lindo, mas ele vê tudo em tons de cinza. As coisas que deveriam ser prazerosas se tornam um peso. O estar entre amigos ou família deveria ser algo bom, mas é quase torturante. Levantar da cama é difícil não apenas por estar cedo, mas porque você não se vê capaz de enfrentar a vida lá fora. A vida. A qual deveria ser motivo de gratidão. Então você questiona Aquele que criou a vida. Por que eu me sinto morta se Você dá vida? Porque eu me sinto eternamente triste se caminhar ao Seu lado deveria ser motivo de verdadeira alegria? Por que eu sinto uma constante aflição que parece me sufocar, se você dá a “paz que excede todo entendimento”? Porque tudo está tão cinza, nada tem cores e eu não encontro alegria em nada? As coisas não estão como deveriam.

Eu havia acordado cedo, o sol estava nascendo e o céu tinha uma combinação de cores maravilhosa. Enquanto eu chorava mais uma vez – como em todos os outros dias – eu ouço uma voz suave: “Olha para fora, você acha que Eu combino bem as cores?” Eu quase sem conseguir ter qualquer reação, balancei a cabeça positivamente. E então novamente aquela voz: “Então deixa EU colorir sua vida”. Cai no chão e chorei por um bom tempo entendendo que algo começaria a mudar ali.

Por um tempo não mudou. Eu entrei em crise novamente. Corri para Ele e comecei a surtar como aquelas crianças que se jogam no chão do mercado exigindo algo dos pais: “Você não ia mudar isso aqui em mim? Não ia colorir meus dias? Por que nada mudou?”. Aah mas Ele é doce, Ele é paciente e me pegou no colo naquele momento. Ouvi aquela voz doce novamente: “Sim filha, eu falei que Eu faria algo, mas você tem tentado fazer pela força do seu braço, tem se esgotado em vão, não tem confiado em mim e nem deixado EU fazer. Perca o controle e deixa eu conduzir daqui”. Caramba, consegui olhar para mim mesma e ver como sou limitada e orgulhosa, querendo resolver tudo como se eu fosse capaz. Consegui finalmente entender que eu possuía uma “falsa sinceridade”, orando o que eu queria sentir ao invés do que realmente sentia. Após momentos com Ele finalmente descansei. Não foi instantâneo. Foi processo. O processo é doído, é lento, mas é ele que gera caráter, que molda que ensina.

Eu nunca falei sobre isso dessa forma… muitas pessoas próximas nem sabiam. Mas hoje, hoje eu quero compartilhar o que Ele fez em mim. Eu tive que permitir. Eu tive que me expor para Ele, para minha família, para amigos que se propuseram a me ajudar. Deixe aqueles que te amam te ajudar. Ninguém vence a depressão sozinho, até porque te isolar é a maneira que ela usa para te destruir aos poucos. Eu tive que deixar minha autossuficiência de lado e pedir ajuda. Não é fácil admitir, mas é lindo o que Ele faz quando nos submetemos a isso.

Essa foto me faz lembrar desses dias. Eu vejo o quão bem Ele tem combinado as cores dos meus dias. Todas as vezes que olho para o céu eu lembro da Sua doce voz e uma paz toma conta de mim.

Ei, deixa eu te falar, Ele SEMPRE quer te ouvir, você jamais vai ofendê-lo porque Ele sabe o que passa ai na sua mente, sabe o que você sente. Precisamos falar não para que Ele ouça, mas para reconhecermos nossas fraquezas, limitações e deixar Ele entrar, Ele assumir o controle. Quando Ele conduzir, você vai experimentar a verdadeira alegria, a vida abundante e entender o quanto você é amado e foi planejado desde o ventre. Você vai entender o quanto Ele sonhou com você e te desejou. Você vai saber quem Ele te criou para ser e o que sonhou para você viver. Deixe Ele te amar. Deixe Ele cuidar de você. Deixe Ele ser seu colo. Deixe Ele escolher as cores que mais combinam com você. Ele é extremamente criativo. Deixe Ele colorir seus dias.

Se você se identificou com alguma dessas situações, converse com sua liderança, ou amigos cristãos que possam te ajudar e ser suporte nos dias cinza.

Deus abençoe vocês!

#AtéTerça

😉