Infelizmente a ansiedade tem escravizado nossa geração pós-moderna ao perturbar seriamente sua saúde emocional. Com ondas de pavor, medo e dores, a pessoa torna-se refém dos seus pensamentos prejudicando seus relacionamentos interpessoais.

O pensamento excessivo sobre algo que ainda não aconteceu ou talvez nem irá acontecer, nos leva ao desgaste de  nossas energias e pensamentos, quando menos percebemos, esvaem-se nossa saúde mental e física, inibindo o prazer de realizar atividades simples do dia a dia, de estar em convívio social, de exercer o trabalho profissional, entre outros. Concordo com um grande pregador Batista inglês do séc. XIX, que disse:

“Nossa ansiedade não esvazia o sofrimento do amanhã, mas apenas esvazia a força do hoje.”

Charles Spurgeon

Não que, a preocupação em si seja algo ruim, porém, à medida que isso toma conta do nosso ser predominando constantemente em nós, além de sofrermos, somos levados a uma vida de procrastinação e até depressiva. A Bíblia diz:

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.”

Filipenses 4:6-7 (NVI)

Não é fácil obedecermos ao imperativo para: “Não andarmos ansiosos por coisa alguma…”, pois, nosso coração inclinado para o mal, revela, muitas vezes, desconfiança de que, Deus irá suprir de fato nossas mais diversas necessidades.

O caos gerado pela pandemia, tem proporcionado situações adversas para testar a nossa fé. Incertezas, adiamentos, rotinas embaralhadas, mistura de sentimentos, perdas e por aí vai. Como olhar para esta declaração de Paulo aos filipenses e ainda assim confiar no cuidado paternal de Deus? Não há outro caminho, senão, em direção àquele que sonda e conhece os corações. Agostinho escreveu:

“Para onde quer que a alma humana se volte, a menos que seja em direção a Deus, ela se apega à dor, mesmo que sejam belas as coisas fora de Deus e de si mesma às quais ela se apega.” ¹

A resposta bíblica para a ansiedade, vem logo no final (v.6b) “mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” A oração nos aproxima de Deus, fortalecendo a nossa fé.

“Não podemos ver a oração como um simples modo de obter coisas de Deus, mas como uma maneira de obter mais do próprio Deus.” ² – Timothy Keller

Neurologicamente, quando oramos, experimentamos uma sensação de bem estar, de prazer, pois, à medida que, apresentamos à Deus as nossas necessidades, passamos a exercitar a confiança em seu poder e amor cuidadoso sobre nós, refletindo em um sentimento de pertencimento, fazendo-nos desfrutar da “paz que excede todo o entendimento”, pois ele de fato (v.7) “guardará o [nosso] coração e a [nossa] mente em Cristo Jesus.”

“Oração é deslumbramento, intimidade, luta – mas também caminho para a realidade. Não há nada mais importante, ou mais difícil, ou mais rico, ou mais transformador da vida. Não existe absolutamente nada tão grande quanto a oração.” ³ – Timothy Keller

Ore, entregue e confie em Deus!

Tenha um excelente dia na presença do nosso bondoso Pai. SDG.

 

¹ Confissões.

² KELLER, Timothy. Oração: Experimentando intimidade com Deus. 1ª. ed. São Paulo: Vida Nova, 2016. p. 31.

³ Ibidem. p. 40.