Olá! 🙂

Tudo bem com vocês? Já estava com saudade de postar aqui! ^^

Vamos ao assunto de hoje: preconceito.

Em meus passeios pela biblioteca da minha igreja, encontrei um livro que, pelo título, já me chamou a atenção. Confesso que tenho uma fila de livros para serem lidos, mas quando um livro me convida, extraordinariamente assim, não resisto. (Risos!)

‘Os negros da Bíblia e os do Brasil’, de Paulo de Sousa Oliveira, foi o livro da vez. Acredito que é um assunto bem pertinente e necessário para nós cristãos brasileiros. E é algo pouquíssimo explorado em nossas congregações.

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O autor é licenciado em Teologia pelo Seminário Batista Nacional de São Paulo, Dentista Sanitarista e Professor Licenciado nas áreas de Ciências Exatas e Ciências biológicas. Além disso, é mestre em Ciências Sociais pela PUC/SP e doutor em História Social pela USP. O livro aqui citado é um ensaio fruto de seu mestrado e de suas passagens pelo Egito.

Bom, quanto ao tema central do livro, o preconceito relacionado à cor da pele, não adianta fingirmos que não existe. Ele existe! E o pior: até dentro das igrejas. Não sei para você, mas para mim, isso é algo completamente inaceitável.

Em termos biológicos, não existe ‘raça’, então, vamos utilizar a palavra ‘racismo’ apenas por ser o termo que se firmou para esse tipo de preconceito, certo? Então, o que é o racismo?

Racismo é a crença de que as pessoas possuem características inatas, biologicamente herdadas, que determinam seu comportamento. A doutrina do racismo afirma que o ‘sangue’ é o marcador da identidade étnica-nacional, ou seja, dentro de um sistema racista o valor do ser humano não é determinado por suas qualidades e defeitos individuais, mas sim pela sua pertinência a uma ‘nação racial coletiva’. Neste modo de ver o mundo, as ‘raças’ são hierarquizadas como ‘melhores’ ou ‘piores’, ‘acima’ ou ‘abaixo’. Muitos intelectuais do final do século 19, incluindo alguns cientistas, contribuíram com apoio pseudocientífico ao desenvolvimento desta falsificação teórica, tais como o inglês Houston Stewart Chamberlain, e exerceram grande influência em muitas pessoas da geração de Adolf Hitler. (Leia mais)

Nós, brasileiros, temos uma longa história de racismo e discriminação. A escravidão em nosso país durou muito tempo e isso fez com que se perpetuasse a ideia de que realmente existem pessoas inferiores destinadas à servidão, unicamente, por causa da cor de sua pele.

Acontece que, mesmo tardia, a abolição da escravatura ocorreu. E juntamente a ela, devemos abolir todo e qualquer preconceito ‘racial’ existente em nosso meio. A meu ver, é completamente descabido alguém se dizer seguidor de Cristo, praticante do amor ensinado por ele e ser racista.

Então vamos começar pensando a partir de uma questão colocada pelo autor:

Por que ainda existem certas atitudes discriminatórias em certas igrejas contra os afrodescendentes, negros ou mestiços?

Como ele mesmo diz, ‘a bíblia não fomenta preconceitos raciais em suas páginas’. Não há absolutamente nada que comprove a ‘divindade’ do racismo nem no Novo, nem no Antigo testamento. Sendo assim, por que as pessoas insistem em achar que há mesmo um tom de pele superior?

Graças a Deus, fui criada em um lar sem esse tipo de preconceito. Até porque minha família é grande e somos bem ‘misturados’. Desde pequena tive vários amigos e não era a cor da pele ou quaisquer outras coisas relacionadas à aparência que me aproximavam deles. Saber enxergar além do que os olhos podem ver é dádiva e só um coração inundado de Deus é capaz de tal proeza!

Recentemente vimos dois casos de ‘injúria racial’ nas mídias: o casal que postou uma foto na internet e o outro na televisão, contra o Aranha. Quase 7 meses após o episódio do jogador Tinga, no Peru, agora foi a vez do goleiro do Santos sofrer ataques em campo, aqui mesmo no Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul.

Eu acredito que o futebol reflete nossa retrógrada sociedade. Assistimos à cena pela TV, no entanto, isso faz parte do cotidiano de muita, muita gente… E mais, há quem concorde com isso, há quem diga que ‘é normal, é apenas uma brincadeira’.

Acontece que as pessoas não têm medo de ferir a alma alheia, agem cruelmente sem medir consequências; definitivamente, sem se colocar no lugar do outro. Nós, como cristãos, seguidores dos ensinamentos de Cristo, não podemos agir dessa forma.

O apóstolo Paulo disse aos irmãos de Roma que

a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo é para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. (Romanos 3:22-24)

Logo, nesse trecho, a palavra ‘TODOS’ representa, de fato, toda a humanidade. Não há cor de pele, de cabelo, de olhos ou seja lá o que for que faz com que determinado grupo seja privilegiado em relação a outro. Todos pecaram! Todos necessitam da glória de Deus! Não há ser humano superior a outro.

Paulo de Souza Oliveira ainda nos diz o que ‘A Bíblia Conta’:

No início do cristianismo havia fraternidade entre negros e não negros na Igreja. Não havia na liderança a barreira da cor. O livro de Atos descreve o início do trabalho missionário cristão no mundo por volta do ano 44 d.C., na igreja de Antioquia na Síria. A congregação tinha uma liderança destacada sob a orientação do Espírito Santo e providenciou o envio dos primeiros missionários da história do cristianismo. As decisões eram tomadas pelos profetas e mestres. Entre eles estava Simeão, por sobrenome Niger, isto é, negro em latim. (Em Atos 13:1)

Além disso,

o que importa na experiência religiosa pelo padrão bíblico não é a aparência física e sim a atitude sincera de adoração a Deus que, normalmente, deve ocorrer em espírito e verdade. O amor de Deus, felizmente, está além da estreiteza do nosso preconceito e alcança, de igual forma, camitas, semitas e jafetistas. (p. 71)

Nosso modelo é Cristo. Ele amou! E mais: ‘para com Deus, não há acepção de pessoas’ (Romanos 2:11). Fato é que erramos mesmo e muito, mas são nas pequenas mudanças em nós, no abandono de nossos preconceitos inúteis, por exemplo, que avançamos na arte de conviver e de cumprir o segundo mandamento de Cristo: amar nosso semelhante.

Deixo aqui um vídeo do Walter McAlister que esclarece um pouco a falsa ideia de que esse preconceito tem base bíblica:

 

E vocês, têm alguma experiência relacionada a esse assunto? Contem pra gente aqui nos comentários! 🙂

 

Boa semana a todos!

Com carinho,
Tathi

Twitter: @DiarioDaTathi
Instagram: @Tathi_Oliveira

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