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Chesterton tem uma citação sobre a complexidade das crenças, que eu uso para falar sobre as possibilidades do amor:
“Uma vareta poderia encaixar-se perfeitamente num buraco, ou uma pedra num vão, por mero acaso. Mas uma chave e uma fechadura são ambas complexas. E se uma chave se encaixa numa fechadura, você sabe que se trata da chave certa.”
Juntando com o que o salmista diz em SL 119:14: “Eu te louvo, porque me fizeste de modo especial e admirável” logo, afirmo que acredito que cada ser humano é complexo. Cada um foi feito de um jeito especial, Deus não nos criou em lotes. “Nesse lote, todos vão ser iguais” não! Ele é criativo e nada preguiçoso. Você não é igual a ninguém.
Leia de novo a citação de Chesterton e depois volte pra cá pra gente bater um papo sobre isso.
Leu? Pois bem, pare pra pensar agora. Você com certeza já pegou um molho de chaves na mão pra tentar abrir uma fechadura. Muita calma nessa hora, hehe. Você vai tentando, chave por chave, até que uma – plim – entra. Aí na hora de girar, hmmm não gira. Não é essa! Tem chave que PARECE a chave certa até certo ponto, mas na hora de cumprir seu propósito (ABRIR) você vê que ela não é a chave certa. Dessa mesma forma é na nossa vida emocional, na fase em que ainda não encontramos a tal da “chave certa”.
Você não pode chegar na chave e implorar pra ela ser a chave certa, não existe essa mágica no mundo real. Mas, você pode pedir pro fabricante te mandar a chave certa, pra você não ficar um tempão com aquele molho de chaves chato, barulhento, pesado na mão. Você não precisa de tudo aquilo, você só precisa de UMA chave, certo? Então, peça pro fabricante de todas as chaves e cadeados, aquele, a quem o salmista louvava por tê-lo criado tão único e especial. Peça a Ele, faça sua parte, e Ele vai te dar a chave certa.
Essa conclusão saiu de um bate papo meu e do Rafa a alguns tantos meses atrás quando a gente ainda era só amiguinho. Eu lembro que falei “nossa, vou salvar esse trecho da conversa, um dia ainda vai servir pra mais alguma coisa” e serviu, olha aqui! Hehehe
Vamo lá, sem rodeios pra próxima etapa dessa história. Eis aqui, uma pessoa que vos escreve, e que ama escrever, mas que DETESTA falar no telefone. Sério, eu não gosto. Da minha casa eu só atendo se não tiver outra pessoa pra atender, e o do meu celular eu só atendo se a pessoa for identificada. Numero que eu não conheço, eu simplesmente não atendo. Não sei explicar, só não gosto. (tinha um aparelho celular meu, que o botão “recusar” era mais gasto do que o botão “atender”, não é lenda!)
Já o Rafa não gostava de ficar conversando com os dedos, na internet. Segundo ele não tinha paciência pra isso, não gostava de escrever e tal.
E você me pergunta: como foi o processo de vocês se conhecerem bem e de apaixonarem? Eu te respondo: Internet e telefone. Pronto. Fala agora que Deus não tem senso se humor, fala! Hahahaha.
Pois bem, eu conhecia o Rafa de vista, sabia quem ele era. Eu, em 2009, uma líder de teatro em ascensão – hahaha – buscando referencias, tentando estudar pra ficar fera no assunto, sempre ia ao Encontrarte, que é uma semana de aulas de teatro pra galera cristã. Fui em 2008, sozinha, e lá eu conheci pra valer o Ministério Jeová Nissi (são eles que promovem o Encontrarte). Alguns integrantes deu pra trocar idéia e tal, outros eu só conhecia de vista. Rafael Padilha era um desses. Não me lembro do momento que adicionei ele no meu Orkut, mas só sei que ele tava lá. Só pq era “famoso” (palavras dele).
Em 2009 eu fui de novo, só que levei boa parte das meninas do meu grupo. Apesar de gostar de viajar sozinha, com elas foi bem mais divertido. O gostoso do Encontrarte, (e quem me lê e faz teatro aí está intimado a ir esse ano. Clique aqui para mais infos) é que vc conhece gente do Brasil inteiro, e sai de lá, não só com técnicas e idéias pra fazer acontecer no seu ministério, mas também leva na bagagem muitos amigos. Então, numa certa manhã, eu estava subindo para almoçar com meus amigos do módulo 2 e encontro Maressa que é uma amiga que já foi de Maringá, é uma pessoa que eu sempre tenho assunto. Mas ela não estava só… Tinham + 3 meninas, o Rafa e um outro integrante do Jeová Nissi.
Lembro que conversamos na rodinha sobre o Paraná (a maioria de lá era PR), o Rafa falou de Curitiba, sua amada cidade e das coisas boas que só a capital paranaense tinha. Aí a linda e inteligente da minha amiga Maressa (heheheh) teve a brilhante idéia de bater uma foto desse momento. Ô Deus, obrigada pela tecnologia! Ela tirou a foto! E eu saí do lado do garoto simpático de Curitiba. Essa foto foi uma das desculpas pra gente se falar mais pra f rente, quando o nosso obstáculo mais torturante (a distância) chegou nas nossas vidas.
Enfim, pra mim ele era um carinha do Jeova Nissi que as meninas tietavam. Pra ele eu era uma menina de Maringá que ele já tinha ouvido falar o nome na net.
O tempo passou, a tal da foto foi pro Orkut e através dela a gente começou a papear na net. Agosto de 2009, primeiro papo no MSN. Um mês depois percebi que os nossos minutos de conversas se multiplicavam a cada dia. Já eram horas. Logo em seguida, a primeira ligação. Dele pra mim. Quase tive um troço. “Jesus, me ajuda, nós evoluímos de colegas pra amigos profundos e isso ta me deixando estranhamente animada”. As ligações eram quase que diárias, a gente gostava de compartilhar de coisas bobas a coisas sérias, e se sentia incrivelmente confortável um com o outro pra fazer isso. Mesmo tendo se visto tão pouco ou quase nada.
Uma pausa aí. Pausa pra dica: Nem eu nem ele, comentamos sobre esse principio de gostar com ninguém. Só com Deus MESMO. Eu lembro de ter começado a falar dele com uma amiga, um bom tempo depois. Porque isso é uma dica importante? Porque começo de gostar é muito raso e pq o coração da gente é, por si só, enganoso, fantasioso, gosta do turu-turu. E abrir a matraca pra aquela sua amiga quando vc ainda não tem certeza de nada, seria como colocar fermento num bolo que vc não sabe se tem açúcar na massa. Ele ia crescer, crescer, ir pro forno e no fim das contas poderia não ser doce. Eca. Cá pra nós, é muito gostoso começar a gostar de alguém. Mas vamos com calma, tenho experiências não tão boas de meninos que eu nem gostava tanto assim, mas por ter contado pra meia dúzia de amigas, aquilo começou a criar proporções inesperadas. Eu comecei a acreditar que ele era mesmo o cara pra mim, que tinha tudo a ver, que eu devia dar uma chance. E nessas horas eu me via a dois passos do… paraíso? Não, do precipício! Vigiem nisso! Quantos e quantos casos de corações partidos vc conhece assim? Quem sabe vc mesmo se iludiu, perdeu tempo, quebrou a cara? Precisa?? Não, não precisa. Bíblia é MANUAL de vida galera, é mapa. Se vc não segue, vc se perde. Então, “Não despertem nem incomodem o amor enquanto ele não o quiser.” (Cantares 8:4) . Não cutuca, não força a barra, deixa o tempo correr, deixa Deus te mostrar se é o tempo de amar, se aquela é a chave do seu cadeado. Amigas são ótimas, mas elas sem querer, podem ser um veneno pro seu coração nessa fase tão delicada. Freio na língua!
Quem está acompanhando sabe daquele propósito que o Rafa tinha feito de ficar um ano sem ninguém não sabe? Pois bem… Ele me contou disso quando eu já estava com alguns sintomas de paixonite. Achei sensato. E isso foi algo que me ajudou a ficar na minha, saber que, de fato, não era tempo. E lá íamos nós, madrugadas a dentro, as vezes 3 horas no infinitypré, de onde vinha tanto assunto?! Só sei que a gente não via o tempo passar. A gente falava sério, gargalhava, orava. Tinha os momentos que um ou outro deixava escapulir algum “sinal” e aí ficava aquele silêncio matador de alguns segundos que pareciam eternos. “No que vc ta pensando?” “Nada…” (era um diálogo típico nosso pra romper esse silencio)
Toda conversa ficava aquela coisa no ar. “Será?” aí o mocinho virava vilão quando pronunciava pra mim a palavra “maninha”. Aaargh isso me matava. Era tipo um “não lenara, eu não gosto de vc, mês que vem eu vou vir te contar de uma garota e vc vai se sentir idiota” hahahahah graças a Deus não era isso. Hoje ele diz que soltava o “maninha” no fim de algumas frases só pra dar uma “desbaratinada” afinal, era ele quem me ligava toda noite, (culpa da taxa de deslocamento) e ele precisava de algum escape pra não dar tão na cara de que estava gostando de mim. Mas ate hoje sinto calafrios qndo escuto a palavra “maninha” hehehe.
Bom, passaram-se 8 meses depois da primeira ligação e nós já éramos tipo BFF MESMO. E não é só isso: 8 meses depois também havia chegado ABRIL, o tal do mês que acabava o tal do propósito dele.
Onde ele estava? EUROPA, pega a distancia de sempre e estiiiiiiiiiiica. Ele estava lá com a equipe pra uma turnê de alguns meses. No final de maio, ele me mandou um email dizendo que naquele dia (primeiro de abril, dia da mentira e o NOSSO dia da verdade) queria conversar um assunto comigo.
E eu fingindo que nem sabia o que era q ele ia queria conversar LOGO no dia 1º de abril. Ah meu Deus, eu lembro que nem dormi de um dia pro outro. E resumindo (gente, a historia inteira MESMO vcs só vão ler no nosso livro, que será escrito e lançado num futuro não tão distante ok?) ele se declarou. E eu também. E sim, no final fizemos piadinhas sobre aquele ser o dia da mentira e só desliguei o telefone tendo certeza de que o “EU GOSTO DE VC” era verdade. Era verdade! Foi emocionante, ele tava mesmo gostando de mim, minhas suspeitas haviam sido confirmadas! Lá estava eu, Deus me ouvindo o dia inteiro suspirando e com cara de boba, e as amigas (que agora sim, já podiam saber) acompanhando a novela.
A gente combinou de conversar e decidir o que fazer de fato, só quando ele voltasse pro Brasil (4 meses depois). Aì então seria pessoalmente (finalmente). O trato era continuar se falando, agora com esse anexo de saber q a gente se gostava, se conhecendo por dentro, pra depois – só em agosto – a gente se olhar no olho e tomar alguma decisão. No próximo capítulo eu conto como foi esse encontro 🙂
Deixo vocês com um vídeo-presente que eu fiz pro Rafa de aniversario que conta e mostra algumas coisinhas legais da nossa historia. Olha a moral ein NMM, postei no youtube SÓ por causa de vocês:
PS.: meninas/meninos que tem tido duvidas acerca de alguns assuntos debatidos aqui, me escrevam no email le.monteschio@gmail.com. Algumas tem me perguntado nos comentários, ou até mesmo por redes sociais, coisas do tipo “como foi pra vc a tal da confirmação de Deus, como vc aconselha as meninas sobre isso” ou “como encaramos o lance do nao beijar”. Esses são assuntos que é meio impossivel responder rapido ou de qualquer jeito… então, quero/pretendo, no final da série, fazer um video respondendo as perguntas mais relevantes.
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