Queridos, hoje eu vou compartilhar um texto de Brennan Manning, estou devorando um livro dele (“O Impostor que Vive em Mim”) e Deus tem me dado váários chacoalhoes. Que sacuda voces por dentro tambem! Abraço!

Certa noite em Coney Island, eu e alguns amigos estávamos na entrada de um restaurante comendo cachorros-quentes. Perto dali, a alguns metros, no meio da calçada, um homem negro derramava uma lata de cerveja sobre a cabeça e a blusa de uma jovem branca grávida. Ela não devia ter mais que 15 anos de idade.

O homem relatava com detalhes sórdidos como havia abusado sexualmente da moça no passado e o que tinha em mente para mais tarde. Ela começou a chorar. Alguém de nosso grupo viu a cena com desgosto e disse:

– Vamos dar o fora daqui.

Começamos a andar para o carro quando, como um sino que soa profundamente dentro da minha alma, ouvi: “Quem é você?”.

Parei como se meus sapatos estivessem colados no chão.

– Eu sou o filho do meu Pai – respondi.
– Essa é minha filha – foi a réplica.

Voltei, afastei a garota dali e conversei com ela durante vários minutos. Alguns espectadores começaram a gritar comigo, chamando-me por nomes vulgares. Naquela noite, lamentei, não pela multidão ou mesmo pela garota, mas por mim. Lamentei pelas inúmeras vezes em que havia agido como a sentinela silenciosa, com medo de reconhecer quem sou, incapaz de reconhecer ao menos minhas irmãs. Vi a dignidade da jovem sendo degradada e fiquei contente por me afastar. Eu havia violado minha própria identidade: “quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 4:17).

Não raro somos automovidos e automotivados, em vez de ser movidos e motivados pelo Espírito. Quando o sentido do “eu” deriva de desejos básicos próprios, agimos de modo a obter a aprovação, evitar a crítica ou escapar da rejeição. Dietrich Bonhoeffer escreveu:

“Satanás deseja que eu me volte para dentro de mim mesmo até que seja escravizado e me torne uma força destrutiva na comunidade. O impulso de Jesus Cristo é para aumentar minha liberdade de forma que possa me tornar uma força de amor criativa. É o espírito do egocentrismo e do egoísmo contra o espírito da franqueza e da abnegação pelo beneficio dos outros”

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