Eu poderia tentar explicar o título desse post, com vários exemplos bíblicos.

Poderia falar do não que Moisés ouviu, ao saber que ele não entraria na Terra Prometida. Poderia escrever sobre os “nãos” que Davi e José ouviram.

Poderia, mas não o farei.

Essas passagens e várias outras, poderia ilustrar muito bem o que eu senti. Mas, elas não fizeram muito sentido na minha vida, até que eu experimentei a dor de um não, vindo de Deus.

Tudo começou há 10 anos atrás. 10? Penso que seria mais. De acordo com meus cálculos, há exatos 13 anos atrás surgia dentro de mim um sonho. Com 9 anos, comecei a estudar inglês e à medida que eu crescia em conhecimento dessa língua, também crescia o meu sonho, o de fazer intercâmbio.

Sempre que eu falava sobre esse sonho, me perguntavam para onde eu queria ir. Estados Unidos, certamente. Eu respondia que não. Meu sonho é Inglaterra.

Tenho uma vontade enorme de ir pra lá. E sei que vou chorar o dia que eu ver a London Eye na minha frente, porque também tenho o sonho de andar naquela roda gigante.

Sonhos a parte. Durante esses 13 anos, tenho investido meu tempo e disposição em aprender inglês, ah sim, e dinheiro também.

Lógico que, no início da minha caminhada, meu pai bancava as despesas com curso e material. Mas eu comecei a gostar tanto desse idioma, que optei por fazer a faculdade de Letras Inglês e ouvindo um sim de Deus, cursei essa graduação.

Minha vontade nunca foi a de fazer um intercâmbio de 1 ou 3 meses. Sempre quis ficar fora 1 ano.

E justamente por isso, eu não quis viajar antes de entrar na faculdade, porque eu ainda não tinha maturidade para ficar tanto tempo longe da minha família.

Durante a faculdade, eu não quis fazer intercâmbio, porque priorizei os estudos. Se eu trancasse o curso para fazer intercâmbio, acabaria não me formando mais. E eu queria me formar.

Então, o meu plano sempre foi: vou fazer intercâmbio depois que eu terminar a faculdade, ou seja, depois que eu me formar.

Na minha cabeça, era um ótimo plano. Mas faltava uma coisa muito importante: dinheiro. Comecei a trabalhar pra juntar grana.

Eu sabia que um intercâmbio por  um ano, seria uma coisa cara e que meus pais não teriam condições de me ajudar.

Pois bem. Ano de 2010 chega ao fim e na minha mente: em 2011 vou embora daqui!

Fiquei trabalhando até julho, juntando a grana necessária para o programa que eu pretendia: au pair. Optei por esse programa por ter o melhor custo – beneficio para mim.

Pra quem não sabe, esse programa é para morar na casa de uma família, cuidar das crianças, e estudar, fazer um curso da língua do país.

Mas, como não tem esse programa para a Inglaterra, escolhi a Holanda.

Depois de alguns sinais, que eu interpretei, como sendo de Deus, fiquei mais empolgada em ir para lá.

A questão é, que quando você quer alguma coisa, você acha que qualquer coisa é sinal de Deus. Aprendi que as coisas não são bem assim.

Tudo pronto, só faltava a agência encontrar uma família para mim, lá na Holanda.

Garantiram-me que até início de agosto, eu já teria uma família.

Tudo certo então. Eu já estava formada, estava trabalhando, sai do meu emprego e comecei a me preparar para viajar.

Bom, chegou início de agosto e nada.

“Tudo bem” pensei. E na minha cabeça, Deus estava me ensinando a ter paciência.

“Tudo bem Deus, aprenderei essa lição.” Falei, mas sem pensar no valor dessas palavras.

Setembro chegou e com ele novidades. Não, nada de novidades. Ainda não acharam uma família para mim.

E todo mundo me perguntando: e ai? Quando você vai embora?

E ai? E a Holanda?

E eu sempre tendo que dar a mesma resposta: ‘nada ainda. Estou esperando’.

Comecei a orar muito. Pedi a Deus, que Ele me desse uma resposta até o dia 20 do mesmo mês, ou seja, setembro.

Eu estava cada vez mais confiante, cada vez mais esperançosa.

E finalmente chegou o dia 20, e novamente eu ouvi um não.

Mas agora, eu me achei no direito de ficar revoltada. E ai, sobrou pra quem estava na minha frente: minha família. Sim, briguei com meus pais e com a minha irmã. Descontei neles a raiva que eu estava sentindo, por ver um sonho que eu esperava há tanto tempo, indo por água abaixo.

E me desculpa por estar te confessado isso, mas sou humana. Também fico com raiva, choro e tenho vontade de jogar tudo pro alto. Não posso fingir ser algo que eu não sou.

E além de ter reclamado muito com a minha família, me revoltei com Deus. Por que Ele não deixava que eu fosse feliz? Ele sabia que um dos meus maiores sonhos é o intercâmbio. Por que Ele não deixava eu ir embora?

E ai, revoltada com Deus, virei as costas para Ele. Foi então que ela chegou.

Sabe aquela vontade de chutar o balde?

Pois é. Essa vontade bateu à minha porta e eu abri.

 

E semana que vem eu vou contar a parte 2 desse testemunho.  Se eu contasse tudo hoje, ficaria um post enorme e eu também quero deixar um pouco de suspense, porque, com certeza você já passou por alguma situação assim.

Você já abriu a porta para a revolta? Já abriu a porta para a vontade de chutar o balde?

Semana que vem eu vou te contar como Deus fechou essa porta.

Até lá, você reflete sobre isso:

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os seus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.”  (Is 55:8-9)

Com amor
Pati Geiger

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