Um homem estava sentado no ponto da estrada que se dividia em dez caminhos. Havia um grande nevoeiro, de modo que nenhum viajante podia enxergar o fim de cada caminho.

O Rei dali, antes de partir para seu reino, disse àquele homem o fim de cada caminho. Um conduzia a uma cova de leões. Outro, a um penhasco com rochas pontiagudas lá embaixo. Outro, a uma floresta de feras sanguinárias. Outro, a um pântano com areia movediça da qual é impossível escapar. Outro, a uma tribo de canibais. E quase todos os outros tinham um destino semelhante, exceto aquele que levava ao reino do Rei. A tarefa daquele homem era simples: alertar outros para longe da destruição e rumo ao caminho da vida.

Um jovem rapaz foi o primeiro a cruzar seu caminho. “Meu amigo, tenho boas notícias para você”, disse o homem ao viajante. “O Rei deste mundo me enviou para ajudar você. Dos dez caminhos diante de você, apenas este aqui é seguro. Não somente seguro, mas conduz diretamente ao Rei e ao seu reino, um reino onde você será recebido, vestido e reconciliado pela grande misericórdia dele. Os outros caminhos levam à ruína, como o Rei solenemente registrou em seu livro”.

Para a surpresa dele, o jovem rapaz simplesmente ignorou seu alerta. Uma mulher que estava de braços dados com o jovem tapava seus ouvidos, levando-o a seguir outro caminho. “Senhor, volte! Esse caminho leva à morte! Volte agora!”, ele clamava até o rapaz desaparecer de vista. O servo sentou em silêncio por várias horas. O que eu deveria ter feito diferente?

O segundo viajante, dessa vez uma jovem moça, parou por um momento para ouvir o que ele tinha a dizer. Ela até considerou o caminho prescrito, viu que era estreito e difícil, e sem pestanejar escolheu outro, dizendo que ele não se preocupasse, pois ela ficaria bem.

Ao ver outros viajantes, o horror do fim daquela moça aos poucos saía de sua mente. Um casal se aproximava (e dificilmente falavam ou olhavam um para o outro). Este casal, tão autoconfiantes quanto infelizes, responderam ao convite real com uma forte reprovação.

“Que arrogância selvagem!”, a mulher exclamou.

“Hipócrita e intolerante”, acrescentou o marido.

Então a mulher disse sem parar: “Quem ama deixa os outros escolherem seus próprios caminhos por si e para si mesmos. Não é preciso forçar ninguém a nada”.

Ele ainda tentou argumentar que esse não era o caminho dele, mas do Rei, mas eles se viraram e foram embora. De mãos dadas, foram em direção ao penhasco, zombando do tolo à beira da estrada.

E muitos dias seguiram o mesmo padrão. Cada encontro enfraquecia seus apelos. A missão real que ele iniciara com senso de privilégio logo se tornou em indiferença, confusão e apatia. Família, amigos, colegas e estranhos agora passam por ali e escolhem seus caminhos. Ele apenas dá um sorrisinho para as pessoas que nem suspeitam a perdição que as aguarda.

Cansado de falar do bem

Eu já me senti como esse servo do Rei.

Muitas vezes, semelhante a Isaías, perguntei: “Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” (Isaías 53.1). A tentação de desistir me encontra cansado, prestes a reconhecer a derrota. “Será que vale a pena”, ou “Será que Deus disse mesmo que o evangelho é o poder de Deus para a salvação?”.

Adicione a essa murmuração o impulso carnal de evitar conversas que facilmente podem levar a estranheza ou rejeição. Alguns de nós, inclusive eu, obedecem à voz que diz que “falar disso” não é gentil nem promissor, em vez de seguir a voz que nos diz para compartilhar o único nome debaixo do céu pelo qual devemos ser salvos (Atos 4.12). “Mas o que vão pensar de mim?” é um pensamento que impediu muitos de falarem de Cristo.

E acrescente a tais desafios as doces palavras de nossos dias sobre “tolerância”, palavras que muitas vezes convencem cristãos a consentir que as pessoas continuem na estrada para a ruína. Enquanto Jesus não hesitou em afirmar que apenas ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6), com frequência falhamos em compartilhar a mensagem da vida que nos foi concedida.

Uma palavra aos viajantes

Se você tem considerado qual caminho tomar e deseja a perspectiva do Rei, aqui está: apenas Jesus é o caminho, a verdade e a vida; ele é o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2.5); ele é o único que traz reconciliação para pecadores (Colossenses 1.20); ele é a revelação perfeita de Deus (Hebreus 1.3); somente ele é a ressurreição e a vida (João 11.25); não há salvação em nenhum outro (Atos 4.12). Existem dois tipos de caminho: o caminho de Cristo e o caminho da condenação (Mateus 7.13). Todo caminho que não conduz ao arrependimento e à fé em Jesus para perdão de pecados é um caminho que levará à morte eterna.

Deus enviou seu filho a um mundo de criminosos condenados a fim de salvá-lo e conceder a vida eterna a todos os que creem (João 3.16-18). Jesus é o nome oferecido a você para sua salvação. Ele é o único que pode remover seus pecados. Suas boas obras não livrarão você; seu bom caráter não protegerá você; suas boas intenções não cobrirão a sua nudez. O anjo da morte está passando lá fora, apenas os umbrais aspergidos com o sangue de Cristo protegerão você.

Pense nisso antes que seja tarde demais. Não escolher um caminho é um caminho. Crer que não existe caminho verdadeiro é um caminho. Secularismo, materialismo e falsas religiões têm seus caminhos. Compare-os com o único caminho que conduz à vida, o caminho de Jesus Cristo e de seu evangelho.

Politicamente correto? Não. Tolerante? Não. Exclusivo? Sem dúvidas. Amoroso? Com certeza. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). Você se juntará a nós?

Um apelo aos cristãos

Por outro lado, se você é um dentre tantos homens e mulheres que receberam a ordem do Rei de alertar e guiar outros, não desista; o mundo precisa da sua voz. Não se curve à estátua oca que o mundo ergueu chamando-a de “amor”. Esse tipo de concessão só é amor no que diz respeito ao eu e ao pecado; é tolerante apenas com a multidão que caminha para o inferno; e aceita apenas a covardia que nos faz assentir a condenação daqueles que dizemos amar.

Se cremos em nosso Rei, não podemos ficar calados. Se nos importamos com as almas, não podemos ficar em silêncio. Se amamos a glória de Deus, devemos falar. Não podemos observar com indiferença nossa família, amigos e até inimigos passarem por nós.

No tempo devido

Mais tarde, este servo do Rei, ao considerar seu próprio relacionamento com o Rei e ao meditar nas palavras de seu livro, reviveu sua confiança na mensagem do Rei.

Um senhor idoso lentamente se aproximou dele.

“Senhor, tenho uma notícia incrível, e espero e oro que o senhor a receba. Meu Rei me enviou com uma mensagem urgente: você, mesmo em sua idade avançada, pode encontrar a vida eterna. Este caminho, embora difícil e estreito, é o único que conduz à vida. Todos os outros reservam algo pior do que a morte. Meu Rei está pronto para receber você.”

“Por que um Rei como esse receberia alguém como eu?”

“Porque, em seu grande amor, por meio do mais alto pagamento que lhe custaria, ele abriu um caminho a fim de receber todos os que dele se aproximam pela fé; sim, até você. Sim, essa é a promessa, esse é o caminho.”

Não desista. Continue orando por seu filho; continue falando a verdade em amor ao seu vizinho; continue apontando para Jesus Cristo. Não se canse de fazer o bem, porque você há de colher no devido tempo, desde que não venha a desfalecer (Gálatas 6.9).

Autor: Greg Morse

Fonte: Voltemos ao Evangelho

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