Olá!

No fim da noite de ontem fui presenteada com o texto que compartilho hoje aqui. Ele é o desabafo de uma amiga que é apaixonada pela Palavra de Deus e também um exemplo de vida na presença do Senhor.

Porque não aguento mais blogs que falem somente sobre feminilidade, um breve desabafo

O que mais vemos hoje em dia em relação à produção de conteúdo por mãos femininas é a respeito de temas considerados “do universo feminino”. Ok, não estou dizendo que isso não é importante, eu pessoalmente amo e realmente acho que temos que debater essas questões, mas a quantidade de conteúdo produzido nesse sentido é desproporcional à outros assuntos que também se referem às mulheres e causa efeitos negativos que muitas vezes não percebemos.
Eu acredito que o foco reduzido das mulheres a questões tidas como do universo feminino é injusto conosco por alguns motivos:
1. Deixamos de aprender de forma integral sobre nossas capacidades, focamos nesses temas específicos que muitas vezes não são aplicáveis apenas para as mulheres, mas para os homens também e causa uma desigualdade na responsabilidade acerca desses temas. Homem também tem filhos, também precisa ajudar nas atividades domésticas, também precisa preservar o coração, saber lidar com a solteirice ou eventual casamento, dentre outros assuntos que costumam ser mais tratados nesse tipo de site;
2. Essa nossa disposição em tratar apenas desses temas como domesticidade, família, casamento, filhos, decoração, etc, ás vezes gera uma obsessão pela padronização da feminilidade em moldes incorretos biblicamente, legalistas e, por consequência, pecaminosos;
3. Focando apenas nessas coisas acabamos por deixar nas mãos e sob olhos masculinos coisas que nos afetam e são de nossa responsabilidade também. Me dou como exemplo, eu sou uma mulher profissional e acadêmica e são poucas as mulheres cristãs com um engajamento desse que se propõem a escrever sobre essa realidade;
4. Estamos no século 21, as mulheres hoje tem um perfil mais proativo e atuante na sociedade e acabam desassistidas de ensino bíblico a respeito de suas capacidades porque ninguém produz a respeito, sempre batem nas mesmas teclas apenas;
5. Perpetuamos um comportamento machista nas igrejas, que sabemos que existe, por não nos posicionarmos em relação a outros assuntos que não se refiram em sua maioria a apenas a esses considerados femininos.
Aqui é importante dizer que o cristianismo não é machista, mas o pecado do machismo afeta muitos seres humanos, muitas vezes eles congregam conosco e geram centenas de situações incompatíveis com o Evangelho dentro de nossos espaços de comunhão;
6. Deixamos de crescer como mulheres e experimentarmos diversas facetas da feminilidade além da casa, do relacionamento e dos filhos;
7. Nem toda mulher quer casar, pode casar, nem pode ter filho, nem nada disso. Vamos dar exemplo de que tipo de mulher pra esse perfil de pessoa? É uma questão de inclusão também.
8. Teologia não é coisa de homem, é para todos que querem conhecer a Deus independente de gênero. Nos limitarmos a apenas alguns poucos temas nos retira também dos debates de Teologia a nível acadêmico e cria um obstáculo para atingirmos com sucesso a real finalidade para a qual fomos criadas: glorificar a Deus.
9. Muitos não dão mais espaços para as mulheres em suas igrejas por medo de estarem indo contra suas convicções teológicas a respeito de liderança e ensino, portanto, acho importante mencionar que ordenação feminina é um assunto alheio este, incentivar estudo e produção de conteúdo teológico não dará calças à mulher e nem a fará insubmissa, pelo contrário, a fará uma mulher cristã melhor e mais consciente da soberania divina e Seus desígnios sobre a vida de forma integral.
10. Temos mulheres cristãs notáveis que produzem muito além disso e que muitas vezes acabam ficando de fora da classificação do ideal feminino. Elas estão escondidas por aí e ás vezes até machucadas por isto, pois o interesse e atuação delas é em áreas específicas da Teologia incomuns às mulheres. Essa ausência de atenção a elas e falta de espaço acaba dificultando o desenvolvimento dos dons delas e, consequentemente, o benefício da Igreja.
11. Há mulheres teólogas que se privam de certos locais, reuniões e debates por terem só homens e normalmente as mulheres só realizam atividades “de mulheres”. Nisso, podemos estar perdendo grandes contribuições à teologia, porque fomentamos essa visão restritiva do “universo feminino”.
12. Precisamos de referências femininas em todas as áreas, muitas vezes não tem como conversar com um homem a respeito, por causa de diversos motivos (status de relacionamento, por exemplo). Mas cadê elas?

As teólogas e aspirantes a teólogas estão por aí. Elas amam Teologia e amam teologizar. Deus as fez assim e depositou dons nelas para usá-las exatamente desse jeito, não as colocou numa bolha restrita e determinou apenas aquilo para elas. Elas são seres integrais, com vocações diversas, experiências diversas e permissão dada pelo próprio Deus para que vivam e falem.

E antes que digam, isso não tem nada a ver com feminismo, tem a ver com seres humanos sendo vistos, sendo usados para a glória de Deus, como Ele planejou. Isso é cristianismo.

Precisamos de Teologia, mulheres. Precisamos de mulheres na Teologia. Precisamos.

O texto original da Gabi está aqui.

Eu amei o texto da Gabi porque sou dessas apaixonada pela teologia e em mim são notáveis seus efeitos. Vale reforçar que nem eu, nem a Gabi menosprezamos os textos sobre feminilidade ou as tarefas ditas “de mulheres”, mas me uno a ela para dizer: amamos isso e muito mais!

Deus abençoe vocês!

Até terça!

😉

 

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