Hello, gente linda!

Espero que estejam todos bem.

Hoje, 10 de março de 2020, completa um ano do dia que assinei um contrato que deixaria registrado um dos meus passos mais difíceis de obediência até aqui. Hoje faz um ano que assinei o contrato do apê onde eu moro. Eu me mudei efetivamente alguns dias depois disso, mas meu foco no texto de hoje é contar a vocês o caminho percorrido até o “ok, Senhor… eu vou”.

Como qualquer garota eu esperava sair da casa dos meus pais apenas quando casasse ou provisoriamente quando fosse estudar em alguma outra cidade ou país, mas não antes disso. Eu esperava muitas coisas, mas o Senhor queria me mostrar que boa parte dessas coisas não aconteceria se eu não desse passos de obediência na direção que Ele estava me dando.

[Antes de mais nada isso não é um incentivo para que você deixe a casa dos seus pais aleatoriamente, mas para que você esteja atento (a) a voz do Senhor te direcionando para cada momento da sua vida]

O Senhor vinha trabalhando muitas questões no meu relacionamento com a minha família. Por muitos anos eu ocupei um papel que não era meu. Não necessariamente por imposição, mas por querer SER A SOLUÇÃO para os problemas que eu presenciava. Eu já comentei sobre isso algumas vezes por aqui. Eu desejava ser uma espécie de messias para a minha família. Isso além de ser um fardo muito maior do que eu poderia carregar, é pecado. O Messias já veio, morreu, ressuscitou e voltará para buscar a sua igreja. Ele já fez tudo que era necessário. Todas as vezes que tentamos ocupar o lugar Dele cometemos o mesmo pecado de Lúcifer.

Eu havia feito terapia, tinha cobertura e acompanhamento pastoral e também sempre contei com um grande esforço da minha família pra me ajudar nesse reposicionamento, mas eu não conseguia. Eu simplesmente não conseguia perceber o quanto tudo aquilo me sufocava. Eu precisava sair do ambiente, da rotina, dos comportamentos repetidos para poder enxergar a cura e a liberdade que estavam disponíveis pra mim.

Mas eu não queria! Ninguém quer. Mesmo aqueles que tem mais facilidade com mudanças ou que se denominam desapegados, não se sentem tão confortáveis assim em deixar a zona de conforto. Por mais que o conforto seja em meio ao caos e a dor conhecida, ainda é conforto.

Meu organismo já sucumbia. Imunidade eu nunca tive, mas muitas outras coisas começaram a falhar. Havia uma depressão instalada em meu corpo. Ela não era percebida em minha fala ou minhas reações. Eu não me isolava, não tinha desejos de morte nem nada parecido, mas a dor estava lá. Camuflada, mas estava. Eu era forte e disfarçada o suficiente para convencer qualquer um que estava tudo perfeito.

Foi quando Ele me tirou o controle novamente. Ele já havia feito isso outras vezes e ao que tudo indica o fará em muitos outros momentos até a segunda vinda.

Eu tive que perceber a falência das minhas emoções, da minha saúde, de tudo que eu conhecia como concreto para enfim admitir que algo precisava ser feito. Passei o ano de 2018 inteiro derrubando toda estrutura que havia dentro do meu coração, mesmo aquelas que eu justificava como sendo bíblicas, para reconstruir sobre as bases corretas. Meu Deus, como esse processo foi dolorido! Essa talvez tenha sido minha maior crise de fé até hoje. Mas eu sobrevivi! Ou melhor eu aprendi sobre uma vida que estava disponível pra mim e eu ainda não tinha usufruído.

Foi quando Ele disse: você vai precisar confiar em Mim! Você acha que pode fazer isso?

Eu só conseguia pensar: Santo Deus! Eu achava que fazia isso a minha vida toda e descobri que isso foi o que eu menos fiz até aqui, mas se você acha que eu posso, então eu vou!

Veio o dia da conversa com aqueles que eu mais amo na terra. Ainda me emociono ao lembrar desse dia. Não foi uma decisão fácil, nem pra mim, nem pra eles. E eu serei eternamente grata porque mesmo sem entender, mesmo não sendo o plano original, eles acreditaram na direção que eu tinha e até hoje me apoiam nisso incondicionalmente.

Comecei a procurar o apê e sempre dava algum problema. Quando desisti dos requisitos que eu julgava importantes, quando desisti de inventar um jeito pra fazer dar certo e “devolvi” pra Deus a questão, o lugar ideal apareceu. Eu falava pra Deus “foi você que inventou isso, então agora por favor abra a porta”. Me sentia mais ou menos (guardadas as devidas proporções) como Abraão quando ouviu do Senhor “sai da tua terra e da tua parentela e vá para a terra que eu vou te mostrar”. Qual terra? Vai andando que eu te mostro.

Neste meio tempo, entre achar o apê, levantar documentos, etc, eu comecei a ganhar absolutamente tudo que eu precisava pra este novo tempo. Mesmo hoje, um ano depois, da pra contar nos dedos de uma mão quais coisas eu comprei pra minha casa. Todas as demais eu ganhei ou já vinham no apê.

NÃO ME FALTOU NADA! Ele tinha um plano e também uma provisão. Ele só queria o meu “sim”.

Não foi um caminho simples. Nem todos os dias foram coloridos, mas em todos, absolutamente todos, Ele estava lá. Eu quis desistir um milhão de vezes. Eu me senti injustiçada em muitos outros. Mas eu nunca me senti tão amada com tamanha cobertura, cuidado, correção, encorajamento e sustento.

Eu ainda tenho muitas coisas para aprender e mudar. Afinal, foram longos anos vivendo de forma distorcida, mas O dono do tempo, O dono da minha vida, O dono da minha provisão e Aquele que cuida de mim como a menina dos seus olhos não está preocupado, então eu também ousarei não ficar. Temos tempo! Temos um ao outro. Temos tudo.

Minha família hoje é uma expressão ainda mais forte do amor de Deus por mim. Olhar de fora me fez enxergar melhor o papel de todos nós e me ajuda no posicionamento diário pra não repetir erros. Me ajudou também a devolver o controle para o Único que continuava soberano mesmo enquanto eu cansada me debatia. Me ajudou a ressignificar sonhos e me amar o suficiente pra perceber que não conseguirei vivê-los na força do meu braço.

Hoje, um ano depois, estou em outro momento de transição e em que Ele me convidou a dar passos de obediência. A próxima estação ainda é desconhecida, mas eu tenho certeza de que Aquele que não apenas está fiel, mas é a própria definição de fidelidade, Aquele que não apenas está me amando, mas é a própria definição de amor, tem um plano e uma provisão e se Ele já sabe o próximo passo, eu escolho descansar.

Ouvi nessa semana uma mensagem que falava sobre o fato de sermos peregrinos nessa terra e que o Deus que nos convidou pra sair da zona de conforto uma vez, muito provavelmente, nos fará esse convite outras tantas vezes. Ele poderá inclusive esgotar os recursos do lugar em que você está hoje (e aqui a interpretação vai muito além de um local físico, mas um posicionamento, uma estação, etc) para que você perceba a necessidade de se mover. Procure ouvi-lo e corresponder a direção que Ele tem.

Ah! Lembre-se também que Ele gosta de usar fontes improváveis de recursos. Não me diga que acha normal que uma viúva que tem um filho seja a fonte de sustento para um profeta. Não me diga que acha normal que corvos tragam carne para alimentar alguém. Enfim, se você caminhar um pouco pela palavra perceberá quantas outras situações o Senhor usou pessoas e recursos improváveis para cumprir seu propósito.

Ouse dar passos de obediência. Esteja certo (a) de que você não ficará decepcionado (a).

Deus abençoe vocês!

Até terça

😉

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