Vivemos em uma época de busca por sinais, experiências e fenômenos sobrenaturais que derivam, na maioria das vezes, mais de correntes teológicas do que de entendimento do texto e de relacionamento com Deus por meio de uma vida de leitura, oração e ações pautadas no Evangelho. É inegável que Jesus fez muitos sinais e que, sim, podemos crer que Ele ainda opera poderosamente hoje, seja para mudar uma situação, seja para evitar o mal maior em uma ocorrência. Neste texto de estreia, tomemos emprestadas algumas palavras de João no relato evangelístico após o maior dos milagres, a ressurreição, quando Cristo aparece aos apóstolos pela segunda vez sob os olhares do desconfiado Tomé.

“Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro”. (Jo 10:30) Convenhamos, Jesus transformou água em vinho, multiplicou alimentos duas vezes, andou sobre as águas, acalmou a tempestade, ressuscitou um amigo, ressuscitou a si mesmo. Belo cartel! Mas João nos diz que houve muitos outros milagres. Isso nos faz pensar um pouco acerca dos motivos pelos quais determinados sinais sobrenaturais foram registrados, ou seja, a publicidade deles.

O mesmo João nos responde os motivos de Jesus: “Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome”. Por algumas vezes, Jesus pede que não seja dito aos vizinhos do milagre o que havia feito porque sabia da perseguição. Mas, aqui, com Jesus já ressurreto, o discípulo amado aponta duas razões para que soubéssemos parte dos milagres de Jesus: o reconhecimento Dele como enviado de Deus para redimir o povo, ou seja, como Cristo, o Filho de Deus e um passo a mais, a vida a partir desse reconhecimento de fé.

Entender que os motivos são mais importantes do que os sinais nos permite fugir da barganha que assumiu a forma 4.0, modernizou-se com o passar do tempo e trouxe um Jesus servo das vontades e das necessidades do povo, e não Senhor sobre a vida e da vida.

“Jesus fez também muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos” (João 21:25).

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