Hello!

Certa vez numa palestra sobre saúde ocupacional, ouvi um médico dizer a seguinte: quando você está com dor de cabeça, seu problema não está na cabeça. Ele na verdade é um alerta de que outra área do seu corpo está doente. É como se fosse o sinalizador no painel do carro que pisca para indicar que o carro está sem combustível. Quando tomamos remédio para dor de cabeça, mas não investigamos o que realmente causava a dor, é como se quebrássemos o painel do carro para deixar de ver o sinalizador, mas não fôssemos até o posto repor o combustível faltante.

A dor de cabeça ou o informativo piscando no painel são, portanto, problemas superficiais e aparentes, mas não o real problema a ser resolvido.

Eu, como representante do sindicato das pessoas que odeiam ir ao médico (sorry), devo dizer que raramente vou investigar o que está por trás da dor de cabeça. Aliás, eu raramente tomo o remédio para parar a dor de cabeça. Quando tomo é porque virou enxaqueca. (E acha bonito falar essas coisas ainda…tsc tsc)

Talvez você não seja sem noção como eu e no menor sinal de dor já procura tomar o remédio pra dor de cabeça. Mas e aí, você para por aí ou vai atrás do real problema?

Estou falando disso, porque é exatamente assim que nós reagimos quando identificamos um problema ou pecado que o Espírito Santo sinalizou que precisa ser consertado.

QUE?

Explico.

O cenário é de Lucas 15. O contexto a partir do versículo 11 até o 32. Os personagens, um pai e seus dois filhos. Na famosa parábola do Filho Pródigo, como costumamos chamar, quem me chama mais atenção é sempre o Filho mais velho, o que ficou na casa. Talvez porque em vários momentos da minha vida eu me identifique com o discurso e o comportamento dele. (Axuta nóis, Jesus). Hoje quero focar exatamente no que ele disse ao pai quando o irmão chegou.

“Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele! ’ “Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ “.  Lucas 15:25-32

De primeira o que parece ser o problema do Filho mais velho? Ele queria dar uma festa e queria um novilho para oferecer para os amigos (dor de cabeça) . Agora, você concorda comigo que se o pai desse o tal novilho pra ele (remédio pra dor de cabeça), ele reclamaria de outra coisa em seguida? E por que isso aconteceria? Porque o problema dele não era o novilho ou a falta de festa. O problema dele é inveja, sentimento de inferioridade, carência de que o pai o reconhecesse por todos os seus esforços, afirmação, aprovação, entre outros (doença real).

Então quando ele grita “cadê o novilho que eu tenho direito”, ele na verdade está dizendo “você me ama menos que o meu irmão que nunca te valorizou” ou “você não reconhece o quanto eu tenho sido fiel a você, enquanto meu irmão te abandonou na primeira oportunidade que teve”.

Qual foi o remédio oferecido pelo pai? Ele deu o novilho? Não! Ele identificou o problema real e afirmou o filho e reconheceu sua identidade na casa.

Muitas vezes chegamos ao Senhor em oração pedindo nosso “novilho”. Somos cheios de argumentos e justificamos nossas ações porque o “novilho” nunca foi oferecido pra nós.

Ex 1: é fácil pedir que eu não peque nessa área e seja como o Fulano. Ele sempre teve tudo na mão. Nunca passou pelo que eu passei. Se eu tivesse tido as oportunidades dele, também agiria assim.

Ex 2: Claro que eu vou pecar com recorrência nessa área, eu não tenho namorada ou esposa. Se eu tivesse, seria muito mais fácil.

Ex 3: Você quer que eu tenha maturidade pra lidar com isso? Você não está lá na minha casa, no meu dia a dia. Duvido que se estivesse na minha pele agiria diferente…

Já deu pra entender que da pra colocar um monte de coisas aqui né?

O que eu quero dizer com tudo isso é que muitas vezes não conseguimos vencer em determinadas áreas, porque estamos usado o remédio errado. Queremos tratar a consequência ou o sinal de alerta, mas não queremos buscar o real problema.

É como certa vez disse pra uma das minhas gurias: você está lutando com a imagem projetada no telão. Tentando pegar algo que sequer é físico. O que você deveria fazer é mudar de direção, achar o projetor na sala e desligá-lo da tomada. Ali está o real problema.

Não tenha medo de encontrar as verdades reais do seu coração. Suas verdadeiras fraquezas e pecados. É quando encontramos o problema real que podemos receber o remédio correto para sermos libertos dele.

O Pai… bom, Ele escuta as entrelinhas dos nossos berros e provavelmente não te deu o novilho, porque sabe que não é disso que você precisa. Mas também não vai te dar o remédio certo até que você perceba qual de fato é o seu problema.

Sonda o coração aí!

Deus te abençoe.

Até terça

😉

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