O Salmo 143 tem sido muito útil em minhas orações ultimamente. Não se sabe o momento exato que Davi escreveu esse Salmo, mas se sabe que ele o escreveu quando estava sendo perseguido (uns dizem por Saul, outros por Absalão seu filho).

Há petições preciosas nesse Salmo, que muito confortam nosso coração. No verso 7 Davi pede para Deus se apressar em responde-lo, pois ele estava com o coração abatido. Isso nos mostra que pedir que Deus se apresse e abrevie os tempos de sofrimento, é legitimo. No verso 8 há também um lindo pedido de comunhão: “Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio” (Sl 143:8). Quem dera essa fosse nossa oração sincera todas as manhãs!

Contudo, nesta breve meditação, gostaria de olhar para outra das petições de Davi nesse Salmo. Ainda no verso 7 ele diz: “Não me escondas a tua face, para que eu não me torne semelhante aos que descem a cova” (Sl 143.7). Que oração incrível! Davi queria a presença de Deus, a luz do seu rosto, mesmo em um momento de perseguição! John Gill comenta sobre esse Salmo que: “Nada é mais desejável para o homem piedoso que a face ou presença de Deus, a luz do seu semblante, e uma comunhão sensível com Ele”. Gill ainda comenta sobre uma paráfrase desse texto que poderia ser entendida assim: “Não faça sua Shekinah ser removida de mim”. Queridos leitores, esse tem sido o nosso maior desejo? Davi entendia que sem a presença de Deus, sem sua luz e graça, ele seria como um homem morto, inútil, sem força e sem vida, semelhante aos que descem a cova. E por isso ele clamava pela face de Deus. Que também sejamos assim!

Um último comentário: É impossível ler essa passagem sem lembrar do Senhor Jesus, o homem perfeito, nosso Salvador, que andou em todo tempo na presença de Deus, sob a luz da sua face. Ele valorizava a face de Deus como ninguém. Andou em total pureza em santidade, e por ser o mais puro de coração, foi aquele que mais contemplou o Senhor. Ele se retirava para orar constantemente, mostrando sua total dependência desse rosto. Contudo na cruz do calvário, a luz desse rosto se escondeu dele e sua dor foi imensa. Por causa dos pecados que ele carregava, ele não pode mais vislumbrar aquela face bendita que ele contemplava nos céus e também por toda sua vida terrena. As trevas prevaleciam sobre a comunhão pela primeira vez em toda sua vida, por causa dos nossos pecados. Ele gritou: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes? ”. Ele de fato foi lançado à cova, por nós. Mas sua morte não foi fim. Ele ressuscitou! E com isso abriu o caminho do véu do santíssimo lugar. Bendito seja seu nome!

Então hoje, podemos viver no Santo dos Santos e contemplar o rosto do Senhor. E ao fazê-lo, como diz o apóstolo Paulo, somos transformados de glória em glória! Não temos nós mais motivos que Davi para orarmos “Não escondas a tua face” Senhor? Que esse seja o nosso clamor contínuo. Que Deus nos ajude!

 

 

 

 

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