Estive lendo um livro muito bom de John Piper, “Lendo a Bìblia de modo sobrenatural”. Ele vem trazendo alguns tópicos interessantes e um me chamou a atenção. Ele cita um dos versículos a seguir:

 

“Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.  (Ap. 3:15-16)

 

Fazendo uma fogueira em uma floresta de neve. indivíduo do sexo masculino perto de um incêndio em um dia de inverno na floresta | Foto Premium

 

Ser morno não é algo bom. Como dito na passagem, é algo rejeitável. Não sei se você já teve alguma experiência em que tentou sentir a temperatura da água e não tinha certeza se era fria ou quente. Ou, se você mora em regiões parecidas com a minha, talvez já tenha tentado checar se a roupa no varal estava seca, mas não sabia se ela ainda estava úmida ou meramente gelada. O meio-termo ou o morno, por assim dizer, não nos diz nada. Não te classifica como quente nem frio, não te distingue e não te qualifica. Você fica ali, naquela categoria estranha que não pertence a nada.

Há um motivo muito claro para não se querer ser morno: nessa escala de calor, o Senhor seria o mais quente possível. O morno talvez carregue consigo um pouco de calor, mas por ser morno, talvez ele esteja perdendo um pouco de seu calor para o frio. Digamos, numa analogia, que você é um crente morno. Se você entra em contato com o gelo, você esfriará rapidamente, enquanto uma fonte de calor, por exemplo, logo derreteria o gelo. Se pensar bem, algo morno também esquenta mais facilmente que algo gelado, mas pensando na vida eterna você preferiria estar mais perto da gélida existência sem Deus ou do calor confortante do Senhor?

Pensando mais fundo nisso, eu penso naquilo que falamos. Tudo aquilo que falamos, em algum grau, passou primeiramente por nossa mente. O Senhor nos ensina a ter um falar que edifique aos outros. Não podemos ser fontes de conversas dúbias. O morno nos faz ter a visão distorcida do que é quente. Sei que somos pecadores, mas justamente por isso devemos constantemente vigiar nossa conduta.

Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem. (Ef.4.29)

 

Se já é ruim ser morno, não precisa nem mencionar sobre dizer coisas ruins. O Senhor nos presenteou com o poder da fala. Com ela bendizemos a Deus, cantamos, conversamos, declaramos nossa paixão às pessoas e coisas da Terra. Penso muito nesse versículo:

 

Com a língua bendizemos o Senhor e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. (Tg.3:9)

 

Nossa língua não pode ser utilizada como um fruto de coisas ruins. Seja ofensas, difamação ou mentiras. Temos que ser sábios em ponderar o que falamos. Mesmo que não sejamos perfeitos ainda na Terra, a santidade deve ser nosso alvo. Assim, o termômetro da vida irá nos apontando para a temperatura ideal daquele que ama a Deus de todo o coração.