Graça e paz. Entre os vários fatos curiosos na vida de Moisés, um deles aconteceu após a sua morte. Você sabia que o corpo dele foi objeto de contenda entre Satanás e Miguel? Isto é mencionado na pequena Epístola de Judas.
Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! Judas 9
Sobre a disputa do corpo de Moisés entre Miguel e Satanás há evidências de que este incidente narrado na carta é baseado no livro apócrifo Assunção de Moisés, escrito originalmente em hebraico os anos de 3 a.C. e 30 d.C, que expande a narrativa do enterro de Moisés descrito em Deuteronômio.
Mas no que este sepultamento implicaria na vida dos filhos de Deus? O primeiro aspecto diz respeito ao fato de que, sob a Lei, o cadáver era encarado como algo que tornava impuro por sete dias aquele que o tocasse. Quem deixasse de observar o procedimento de purificação prescrito estava sujeito à pena de morte.
Aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias. (…) No entanto, quem estiver imundo e não se purificar, esse será eliminado do meio da congregação, porquanto contaminou o santuário do Senhor; água purificadora sobre ele não foi aspergida; é imundo. Números 19.11 e 20
Em vista da atitude bíblica para com cadáveres, é evidente que a veneração dos corpos de servos destacados de Deus não era praticada, muito menos aprovada. Provavelmente, no relato aqui estudado, Satanás desejava o corpo de Moisés para torná-lo objeto de adoração.
Lembrando do que aquele homem representou para nação de Israel, bem como das diversas vezes que o povo hebreu caiu no erro de adorar outros deuses, a sepultura de Moisés facilmente se tornaria um local de idolatria. Sabendo disso, Deus mandou que ele se afastasse e deixasse a nação de Israel antes de entrarem na terra prometida e que ele viesse a falecer. Satanás deve ter se aproveitado da situação de sua morte para roubar o cadáver daquele líder.
O corpo de Moisés foi enterrado pelo próprio Deus num lugar desconhecido, e isto também impossibilitou quaisquer peregrinações futuras à sua sepultura e repudiou metaforicamente a idolatria do meio do povo de Deus.
Assim, morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, segundo a palavra do Senhor. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura. Deuteronômio 34.5-6
O segundo aspecto é concernente ao comportamento dos cristãos diante das afrontas. O argumento de Judas é de que a linguagem áspera dos falsos mestres contrasta com a linguagem temperada de Miguel, como pode ser destacado pelo versículo seguinte da epístola:
Estes [falsos mestres], porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem. Judas 10
O apóstolo quis nos ensinar que até mesmo um anjo, tido como um dos mais importantes do exército celestial, soube submeter-se à autoridade do Senhor naquele momento crítico.
É a lição que devemos aprender. Aceitar a vontade de Deus acima de qualquer outra, mesmo que aparentemente tenhamos recursos para tomar alguma decisão em nossa vida, sabendo que dEle é que provém o poder verdadeiro e que ninguém pode usurpá-Lo.
Semana abençoada, em nome de Jesus. Abração!
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