Jó era um homem integro e reto. Ele temia a Deus e se desviava do mal (Jó 1.1). Jó amava a Deus. Contudo, Satanás acusou Deus de subornar a Jó, dando a entender que toda sua devoção se devia aos benefícios que Deus lhe cedia (Jó 1.10). Deus, com objetivo de dar um fim mais abençoado a Jó, permite que Satanás toque em tudo que ele tinha, o que lhe causa grandes perdas, dores e sofrimentos (Jó 1.12). Mas no fim de todo processo Jó diz: “Agora te vêem os meus olhos” (Jó 42.5). Jó foi levado a um nível muito mais profundo de conhecimento e intimidade com Deus.

Enquanto lutava com a dor e com as perdas, alguns amigos de Jó vieram consola-lo. A maior parte do livro de Jó se concentra no dialogo dele com seus amigos. Com o desenrolar do diálogo, os amigos de Jó mostram que não compreendiam sua dor e agonia e demonstram pouca compaixão, ferindo-o ainda mais.

Muitas acusações contra Jó são encontradas nesse dialogo. Zofar o acusa de zombaria para com Deus (Jó 11.5). Elifaz o acusa de não ter ajudado os menos favorecidos, oprimindo-os (Jó 22.6-10). Jó também é diretamente acusado de ter falado palavras pecaminosas (Jó 15.5), dentre outras. A teologia dos amigos de Jó dizia que suas aflições eram fruto do seu pecado e que ele só estava colhendo o que havia plantado. Isso doía muito em sua alma.

O dialogo entre Jó e seus amigos dura até o capítulo 38, quando Deus interrompe suas palavras e fala de um redemoinho. As palavras do Senhor resolvem todos os conflitos e colocam todas as coisas no devido lugar. Ele diz para os amigos de Jó que eles haviam falado dEle o que não era reto e nem verdadeiro e que por isso, surpreendentemente, deveriam procurar Jó, para que ele intercedesse por eles (Jó 42.7 e 8). Jó ora então por seus amigos e como consequência dessa oração “Deus mudou a sorte de Jó” (Jó 42.10).

Lições preciosas emergem dessa história. Uma delas é que enquanto oramos pelo nosso próximo, Deus nos abençoa. Enquanto intercedemos pelo necessitado, Deus interfere em nossa própria situação. Que estejamos confiantes de que, enquanto oramos por alguém, Deus está trabalhando em nossa própria vida. Bendito seja Ele! Que isso nos inspire a procurar necessidades entre nossos irmãos e em todo o mundo e interceder por elas.

Outra lição importante: Jó provavelmente estava triste e magoado com os amigos. Ele poderia muito bem ter escolhido a amargura e não ter orado por eles. Mas nesse caso, o tratamento de Deus em sua vida não estaria completo e ele não receberia a benção de ter sua sorte transformada. Como nos ensinou o Senhor Jesus, devemos orar por aqueles que nos ferem e perseguem (Mt 5.44). O verdadeiro justo sofredor e homem de dores, que Jó prefigurava, orou pelos seus transgressores na cruz ao proferir as preciosas palavras “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. O apóstolo Paulo também vai pelo mesmo caminho e nos ensina a “abençoar os que nos amaldiçoam” (Rm 12.14). Tais exemplos nos mostram que o amor deve ser sempre nossa resposta, e o amor muitas vezes, extravasa em forma de oração. Que possamos orar e amar dessa forma!

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