Solitude não é solidão. A solidão é uma condição associada à dor e à tristeza. A solidão é um sentimento de vazio, é o desejo de ter a companhia das pessoas, mas não ter. Solitude é o ato voluntário de ficar a sós, sem se incomodar com a solidão e o silêncio, se preparando para a buscar a Deus por meio da oração, leitura bíblica, meditação e adoração.
A pratica da solitude é uma ordem direta de Jesus. Ele disse: “Mas, quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mateus 6.6). O versículo não está dizendo que precisa ser necessariamente um quarto, basta um lugar onde você fique a sós com Deus com o mínimo de silêncio. A recompensa prometida não é necessariamente uma benção material e pode ser a simples presença de Deus seguida da contemplação do seu rosto.
Jesus é também o maior exemplo da prática da solitude das escrituras (o que ele ordenava ele praticava!). Várias passagens dos evangelhos mostram ele, mesmo sempre andando acompanhado de muitas pessoas, se isolando para orar e ter tempo com Deus. A seguir são apresentadas algumas dessas passagens. Leiamos e meditemos na mesma, com espírito de humildade:
“Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”. Mateus 4:1 (Logo após ser batizado, ficou 40 dias no deserto para confrontar o inimigo)
“E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos” Lucas 6:12,13 (Subiu ao monte para orar e orou a noite toda antes de escolher os discípulos antes de uma decisão difícil)
“E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já à tarde, estava ali só”. Mateus 14:23 (Logo após a multiplicação dos pães – um milagre).
“E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam. E, levantando-se de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava” Marcos 1:34,35 (Depois de um longo dia de trabalho e de muitos embates demoníacos, tendo que levantar de madrugada).
“E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco” Marcos 6:31 (Quando os doze voltaram de uma missão em dupla – cansados e empolgados).
“E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele… A sua fama, porém, se propagava ainda mais… Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava” Lucas 5:13,15 e 16 (Quando sua fama se tornava cada vez maior).
“E aconteceu que, quase oito dias depois dessas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago e subiu ao monte a orar. E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes”. Lucas 9.28 e 29 (antes de seu momento de mais glória).
“Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito” Mateus 26:36,37 (antes de seu momento de maior sofrimento).
Vemos então que a prática da solitude era um padrão da vida de Jesus. Ele a praticou para ser tentado, após realizar milagres, após missões cansativas, antes de escolher seus discípulos, em momentos de glória, agonia, etc. Se nosso bendito Senhor praticou tanto a solitude, quem somos nós para não fazermos o mesmo? Como viveremos se não fizermos o mesmo?
SIGA-NOS!