Hello, gente linda!

Eu tenho bons amigos que escrevem muito bem e hoje quero presenteá-los com um texto da minha amiga Letícia.

Este texto ministrou primeiramente a ela, porque o Senhor não desperdiça recursos e trabalha no escritor antes de chegar a nós, leitores. Depois chegou em dia oportuno às minhas mãos, pois eu estava/estou lidando com um processo de luto, e foi de grande consolo para mim. Por fim, espero que toque profundamente nos corações de vocês, pois penso que, em tempos de pandemia, todos precisamos desse lembrete importante e também conhecemos alguém que esteve ou está de luto. Dessa forma, se você entender que este é um texto que pode ministrar alguém, por favor, o encaminhe.

Em meio a tantas perdas e em um cenário de morte parece ironia, para dizer o mínimo, falar de ressurreição. Muitos, acredito, tiveram essa sensação no fim de semana que passou. Entretanto, usando a razão, devemos considerar que para haver ressurreição é necessário que algo morra.

Consideremos, vivemos esperando nosso momento de glória, porque sabemos que toda boa narrativa precisa ter um clímax bem construído, com um plot twist de cair o queixo. Queremos as histórias extraordinárias. Vamos ao cinema ou ficamos horas escolhendo um bom filme nas plataformas de streaming, pois estamos à procura de uma bela história, dessas de tirar o fôlego. E quando nos deparamos com um enredo que não supre as expectativas, somos rápidos em classificar a obra com o mínimo de “estrelas” possível.

Pois bem, voltemos ao nosso cotidiano (cheio de mortes e caos). Diariamente os noticiários trazem os novos números que carregam, cada um, a história destruída de uma família inteira. A morte parece nunca ter estado tão presente. O “número de mortos por Covid” já não nos assusta mais, nossos ouvidos estão anestesiados, nem mais pensamos no real sentido que essa expressão carrega. Então, a morte se torna habitual e a ressureição cada vez mais distante.

Pense comigo, se você está lendo este singelo texto é porque ainda está vivo. Talvez animado, mas muito provavelmente apenas de corpo presente, lendo isto aqui pelo computador ou celular. E talvez seja motivo de certa vergonha (fale a verdade, ninguém está olhando) para você – um(a) cristão(ã) se sentir assim. Como a tristeza pode nos alcançar de modo tão profundo se andamos com Jesus? Pois bem, escrevo para te contar que o nosso amado Jesus também chorou. Ora, vamos, eu sei que você se lembra dessa história, você já leu a Bíblia, certo? Tudo bem, talvez precisemos refrescar a memória:

“Jesus chorou.” (João 11:35)

Uau! Esse texto ganhou um novo significado para mim nos últimos tempos. Quando criança, costumava repeti-lo rindo com meus amigos da escola bíblica dominical por ser ele o menor versículo da Bíblia. Parecia engraçado Deus ter colocado isso ali, eu O achava muito bem-humorado para falar a verdade. Até que precisei passar pelo luto.

Então, Ele me explicou algo, com muito amor: às vezes é preciso parar tudo e apenas chorar. Essa é a razão para essas palavras de João 11:35 estarem ali, sozinhas, como uma pausa, não cômica, mas dramática das Escrituras.
Jesus perdeu um grande amigo. Lázaro era alguém importante na vida do nosso Mestre. Havia sido enterrado, já não havia vida para compartilhar. Todos ficaram admirados ao verem o nosso Jesus chorar aquela morte: “Vejam como ele o amava!”(Mt. 11: 36). Então, antes de trazê-lo de volta à vida, Jesus escolheu encarar a tristeza e viver o processo.

O resto da história você já sabe, Lázaro viveu novamente e todos testemunharam a glória de Deus.
Jesus nos ensina demais com esse episódio de sua jornada. Quem ou quais são os nossos Lázaros? E por que você tem tanto medo de chorar? Dói muito encarar não é? Mas existe uma recompensa para os que choram. A vida estará disponível depois das lágrimas. Andamos angustiados, pois escolhemos não receber o consolo do nosso Pai de amor e, só há uma maneira de ser consolado: reconhecer e abraçar a tristeza por um momento. Quem chora tem as lágrimas enxugadas, quem se entristece tem a oportunidade de ser animado. Do que temos medo? De Ele não ouvir? De Ele não ressuscitar algo que morreu em nós? O que foi que morreu por aqui? Como seremos consolados? Mateus 5:4 traz a resposta que insistimos esquecer: “Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados.”.

Sendo Ele o autor, pergunto: e se Deus estiver escrevendo uma narrativa de clímax bem construído e desfecho apaixonante para você enquanto você vive este caos?
Como poderá ressuscitar algo se não choramos por isso?
A morte de Lázaro foi lamentada e muitos choraram amargamente após o último suspiro de Jesus. Contudo, a vida venceu por meio de Quem pode dar fôlego a qualquer enredo assolado pelas mais terríveis circunstâncias.
Debaixo de Suas asas há consolo, descanso, respostas e restauração (Sl. 91:15).

Desejo que ao chegar à última página, você possa ter vivido uma história digna de 5 estrelas.

Deus abençoe vocês!

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