“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. (Judas 1:3-4)

A carta de Judas foi escrita por Judas irmão de Tiago e de Jesus (1.1), com o propósito de advertir e exortar a igreja contra falsos mestres, pessoas imorais e ensinamentos hereges que estavam colocando-a em risco. Judas diz que teve necessidade de escrever essas coisas; era algo urgente. Essa mensagem também vem como uma necessidade para nós hoje. Partindo deste ponto, vamos observar alguns pontos que saltam do texto para nos instruir:

O cuidado de Judas (1.3) – Judas entendeu o que era ser um pastor de verdade. Judas observou a necessidade do povo e foi ao seu encontro com uma intervenção. Ao ver o problema ou perigo perto de suas amadas ovelhas, Judas se sentiu obrigado (em outras traduções) a fazer algo por elas. Isso lembra a passagem do “Bom Pastor” (Jo 10). O bom pastor protege suas ovelhas; quando vê o ladrão e lobo virem, ele não as abandona como o mercenário. As ovelhas do bom pastor recebem vida e cuidado, as ovelhas do mercenário são arrebatadas. O verdadeiro pastor é vigilante e diligente. Isso nos traz algumas aplicações:

Precisamos ser cuidados por pastores/mentores espirituais/líderes verdadeiros. Precisamos de homens e mulheres como Judas. São eles que nos avisam e protegem dos perigos e problemas; eles que nos ajudam nas nossas necessidades. Precisamos ser acompanhados em nossa caminhada cristã.
Você tem pessoas que te acompanham? Ou você tem andado sozinho? Cuidado.
Precisamos ser pastores/líderes que cuidam do rebanho de Deus com diligência. Precisamos ser como Judas. Se você tem sido um mercenário que tem o título de pastor/líder para se beneficiar de algo ou do status/poder, arrependa-se.

A advertência de Judas (1.3) – Judas adverte seu povo amado a batalhar pela fé que foi entregue aos santos. A palavra usada para “batalhar” (gr epagönizesthai) traz a ideia de lutar, contender e combater fervorosamente e intensivamente por algo; ela é empregada a fim de enfatizar que a luta/defesa desta fé será custosa e agonizante. A “fé que foi entregue” aqui está relacionada com o corpo de crenças e ensinos apostólicos que eram regulamentares para a igreja. Sendo assim, a advertência era para a igreja lutar com todo fervor pela doutrina e fé cristã.

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Precisamos batalhar pela doutrina cristã que está na palavra de Deus; precisamos defender nossa fé mesmo que essa defesa seja custosa. Não vejo uma igreja evangélica hoje lutando pela sua fé, talvez seja por dois motivos: falta coragem e falta conhecimento da palavra.
Como eu vou lutar fervorosamente se eu tenho vergonha ou medo para levantar minha voz? Como eu vou combater se eu não conheço os meus fundamentos? Será que somos uma igreja covarde e analfabeta?

Os Inimigos de Judas (1.4) – Judas agora mostra os inimigos da igreja a serem combatidos: homens ímpios com ações ímpias dentro da igreja. O texto destaca a dissolução (gr aselgeia= perversão, libertinagem) e a negação de sua fé pela maneira de se viver. Quando o perigo vem de fora já é difícil, mas quando vem de dentro da igreja é pior ainda. Isso nos traz então duas aplicações:

Corremos o risco de ter em nossas igrejas falsos mestres, falsos profetas e falsos crentes. Aliás, isso não tem faltado na Igreja evangélica brasileira. Quantos homens ímpios, enganadores, bodes com pele ovelhas, mentirosos, ladrões, hereges e carnais por aí; quantas teologias erradas e longe da verdade. Como identificamos tudo isso? Passando pelo crivo da palavra de Deus; se você não conhece, lê e estuda a bíblia você está a mercê deles. Talvez haja tantos enganadores porque há muitos ignorantes. Precisamos conhecer as Escrituras.
Quem abusa da graça é ímpio diante de Deus; quem vive na libertinagem irrefreável nega a Deus em suas obras. Quem vive assim no meio da igreja e ainda influencia outros, é visto como inimigo da igreja e o juízo está sobre ele. Quem não tem Jesus como seu Senhor e dominador mas a si mesmo obedece, é um falso crente. Você está vivendo como amigo de Deus ou como inimigo da igreja?
A minha oração é para que possamos ser uma igreja que cuida e é cuidada, que batalha pela nossa fé, que seja instruída na verdade e amiga de Deus.

SOLI DEO GLORIA

Luiz Guilherme Roselli