A salvação é pela GRAÇA. Somente pela graça, e nunca por obras humanas. E não há nada que o homem faça que venha a ser uma “adição” à obra redentora de Cristo.Mas… Como podemos conciliar tal afirmativa com a orientação aos hebreus que “sem a santificação ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14)? O texto parece sugerir que é necessário haver obras humanas, chamando tais obras de santificação. Será assim mesmo?Faço questão de repetir: a salvação é pela GRAÇA. Somente pela graça, e nunca por obras humanas. E não há nada que o homem faça que venha a ser uma “adição” à obra redentora de Cristo.Entretanto, a santificação é o resultado da ação do Espírito Santo sobre nossas vidas, tratando-a para que vivamos de conformidade com o que Cristo viveu (1 Jo 2:6). Entenda: é o resultado da ação do ESPÍRITO SANTO, e não simplesmente a nossa ação. É o Espírito de Deus que nos convence do pecado, e nos conduz a buscar o que é santo. Sem a ação do Espírito, eu JAMAIS me inclinaria a qualquer processo de santificação!

É IMPOSSÍVEL alguém que se achega a Cristo não ter um processo de santificação em sua vida, operado pelo Espírito. Assim, entendo que o princípio ensinado aos hebreus é que os salvos se submeterão à santificação operada pelo Espírito Santo. Os que não se submetem, está claro: não verão o Senhor pois não são dEle e nem se submetem à santificação operada por Ele.

Outro erro comum sobre o assunto é associar SANTIFICAÇÃO com PERFEIÇÃO. E não são, de jeito algum, a mesma coisa. Embora o alvo seja a perfeição, certamente jamais atingiremos tal status diante de Deus enquanto estivermos neste tabernáculo terrestre (a carne). Paulo, escrevendo aos romanos, demonstra muito bem que esta perfeição é inatingível quando desabafa, relatando suas constantes lutas contra a sua carne (Rm 7:15ss). Ao término de sua exposição, ele desabafa: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24), e dá graças a Deus por Jesus Cristo, o único que o justifica e o torna apto a entrar no Reino, apesar de seus pecados carnais.

Pelo que eu conheço da minha carne, me imagino aos 99 anos de idade, em uma cama de hospital, sendo tratado por uma enfermeira. Suponho que se esta mulher for bonita, meus olhos velhos ainda darão uma olhada para as formas de seu corpo! Sim… Infelizmente, é a inclinação maligna que minha carne levará até o último suspiro. Assim, nem na hora de minha morte poderei afirmar que atingi a perfeição, mas sim que passei toda a minha vida me submetendo ao processo de santificação que o Senhor operou em minha carne.

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Eis porque o ladrão da cruz, mesmo sem tempo para santificação, entrou no céu. Pelos méritos de Cristo. Pela obra da cruz. Pela GRAÇA. Suponho que o ladrão pregado na cruz, sofrendo dores terríveis, tenha gritado algumas palavras de baixo calão no afã de minimizar a dor… Mas sua entrada no céu não estava condicionada aos seus atos, e sim aos méritos de Cristo e à Sua promessa!

Eis porque homens e mulheres quase mortos, em um leito de UTI, ou em estado terminal, após ouvirem o Evangelho e o entenderem, e se submeterem a Cristo, entrarão no céu. Pelos méritos de Cristo. Pela obra da cruz. Pela GRAÇA.

Não há preço a ser pago por nossa salvação. Cristo não pagou 99% do preço, e nos deixou 1% para pagarmos em vida. Falando sobre a redenção da alma do homem, o salmista nos diz que “a redenção da sua alma é caríssima e seus recursos se esgotariam antes” (Sl 49:8). Cristo, exemplificando o alto valor desta redenção, fixou na parábola dos dois devedores um preço tão alto que nem mesmo em uma vida ininterrupta de trabalhos e economias um homem poderia amealhar tal montante (Mt 18:23ss).

Entreguemo-nos à graça de Deus!! Submetamo-nos à santificação que Ele nos impõe e conduz. Mas JAMAIS percamos a visão de uma coisa: a salvação é pela GRAÇA DE DEUS.

SOLA GRATIA!!

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