Heeeeeeey!

Deveríamos nos incomodar com cada pecado que cometemos, mas os que eu caio repetidas vezes…ah! Esses verdadeiramente me irritam! Eu fico indignada e me culpando por ter falhado em uma área que o Senhor já me instruiu não apenas na teoria (regra clara e disponível pra todos na Bíblia), mas também na prática, porque passei por situações em que a tentação veio e não resisti. Me arrependi e tive a chance de mudar. Passou um tempo e? Cai outra vez… Por que isso acontece?

Pensando nessa situação, o Senhor me fez lembrar de uma experiência pessoal.

Durante a minha infância e início da adolescência eu machuquei meu pé direito muitas vezes. Pra ser mais exata foram 7 vezes entre torções, luxações, etc. Eu tinha algum problema no meu pé? Não! Meu problema era outro. Eu simplesmente abortava o processo de recuperação.

Exemplo: o médico dizia que eu tinha que ficar duas semanas com uma faixa no pé e só tirar pra tomar banho. Não poderia fazer esforço e nem qualquer atividade de impacto. Eu obedecia? Não! Fingia que não era comigo e, apesar da dor, seguia a vida como se nada estivesse acontecendo. Como resultado disso, as lesões foram ficando piores e na última delas quando eu tinha 14 anos, o médico, que não aguentava mais me ver contando a mesma história, vira pra mim e diz: “Carol, se você não fizer o tratamento inteiro dessa vez, você não ficará apenas 3 meses sem colocar o pé no chão. Você ficará 6 meses! Isso se eu não tiver que operar o seu pé. Você entendeu?” Respondi que sim e sai do consultório com uma tala de gesso e em busca de um par de muletas.

Então eu me comportei e fiz tudo o que o médico pediu. Pra minha surpresa, quando a gente se submete ao tratamento, a dor vai embora. ¬¬

Depois das fisioterapias e daquele momento lindo de voltar a andar, eu fiquei um bom tempo cuidando pra não machucar o pé novamente. Não havia exercício sem aquecimento, nem nada que colocasse em risco meu valioso tornozelo direito. Levou tempo pro medo de machucar outra vez o pé passar.

O processo de recuperação me fez entender que eu jamais gostaria de passar por aquela situação novamente.

Hoje, quando posso fazer todas as atividades que eu tenho vontade, sem sentir dor ou medo, é difícil tentar entender porque eu não me submeti ao tratamento (que era simples) antes. Ou mesmo tentar expressar pra vocês o quão difícil foi lidar com ter que abrir mão de campeonatos de natação ou festivais de dança aos 14 anos. Mas uma coisa é certa: eu jamais vou expor meu pé aos riscos que eu expunha antes! Ainda estou sujeita a machucá-lo? Sim, enquanto eu viver, preciso prestar atenção pra não pisar em falso, mas você não vai mais me ver levando meu tornozelo ao limite.

O mesmo acontece conosco em relação ao pecado. Já recebemos instruções de como cuidar para não cair e não nos machucarmos e mesmo assim insistimos. Acreditamos que damos conta. Somos fortes o suficiente. Podemos suportar a dor. Será mesmo?

Não lembro se já escrevi isso por aqui, mas algo que Deus ministrou o meu coração certa vez (e por vezes precisa me relembrar) é que eu tenho essa mania de dizer que “sou resistente a dor”. Ignoro a existência dela e sigo a vida. Numa das vezes em que falei isso pra alguém, a frase ficou ecoando em minha mente e em seguida o Senhor disse: você não é resistente a dor. Você está resistindo a Mim! Estou tentando te mostrar que precisa haver mudança na forma como cuida do seu corpo e para isso permito que você sinta isso. Mas você ignora e só faz com que o tratamento seja mais longo e dolorido.

De igual maneira, quando somos alertados sobre uma conduta de pecado, precisamos reconhecer a instrução recebida, depois nossa negligência em obedecê-la e por fim nossa incapacidade de lidar com a situação sozinhos. Se deixamos de reconhecer alguma dessas etapas, provavelmente iremos acreditar que damos conta. Que “quem não consegue lidar com isso é fraco”, mas a gente não… ¬¬

Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar.” Apocalipse 2:5

Esse alerta não é apenas algo como: cuidado pra não passar por aquela rua cheia de buracos lá perto de casa! Na última vez que estivemos lá quase destruímos a suspensão do carro.

Mas sim: Você lembra o que houve pra isso acontecer? (Antes); Lembra como aconteceu? (Durante); Lembra o processo que precisou passar de lá pra cá? (Depois)… Por favor, volte ao comportamento anterior a tudo isso quando você procurava obedecer as primeiras lições que te passei.

E quanto ao tratamento simples?

O que é usar uma faixa no pé por alguns dias, comparado a possibilidade de uma cirurgia?

O que é a “dor” de confessar um pecado pra uma liderança, comparado a dor de ver o orgulho, a vergonha e o testemunho quebrados diante de várias pessoas afetadas por nossa resistência ao processo?

“Se o profeta tivesse lhe pedido algo difícil o senhor não faria? Todavia ele apenas pediu que se lavasse e ficaria purificado…” (2 Reis 5:13)

Creio que muitas das nossas quedas repetidas seriam evitadas se nos arrependêssemos da nossa incredulidade e rebeldia. Se tão somente reconhecêssemos nossa insuficiência e necessidade de submissão a Deus e as autoridades colocadas por Ele em nossas vidas, metade (se não quase todos) dos nossos problemas estariam resolvidos.

Quanto a mim, a área que resolveu bater a minha porta recentemente, foi a ansiedade. Vocês não sabem como fico irritada quando percebo em mim indícios de que estou mergulhada nela outra vez. E nessa, apesar de já saber que o processo era simples (como tudo que já citei acima), eu quis me apoiar no meu orgulho, fingir que conseguia lidar sozinha (ou no máximo pra parecer mais ungida… eu e Deus) e não contar a ninguém. Mas Deus em seu infinito amor, me permitiu sentir além da irritação, um desejo de cavar mais profundamente e entender como eu fui parar ali novamente. Percebi que eu caminhei dias muito perto da linha de risco. Que poderia ter solicitado ajuda antes, reconhecido outros pecados antes pra que esse não fosse outra vez o vilão e eu não precisasse passar pelo já conhecido tratamento.

Eu sei que seremos tentados todos os dias em diversas situações, mas uma vez que cada um de nós é tentado por sua própria cobiça (Tiago 1:14), lembremos de não dar margem pra esses pecados (como orgulho, incredulidade, etc) que são espécies de ponte que nos levam a outros pecados.

Sonde seu coração e procure entender a raiz da recorrência das suas quedas. Sem dúvida haverá um momento em que você poderá passar por situações semelhantes as vividas anteriormente sem que isso apresente risco pra você, mas isso não acontece com distraídos. Isso só acontece com aqueles que mantém viva a convicção de que são falhos e precisam ser totalmente dependentes de Deus.

Deus abençoe vocês!

#atéterça

😉

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