Oi oi!

Mais uma terça começando para nossa alegria =D

Estava eu orando (bem “crente”) falando ao Senhor que eu tinha muito medo de errar em determinada área, quando o Espírito Santo me confrontou: você não tem medo de errar. Você tem medo de ser descoberta! Errar você erra todo dia. A diferença é que tem áreas que você nem percebe mais que tem errado e outras que você julga serem mais perigosas, alega que tem medo de ferir meu coração. Mas cada uma dessas coisas faz separação entre o homem e Deus. (Nas entrelinhas eu entendi: não me venha com essa de tenho “medo”… Comigo você pode falar a verdade..)

Só nesse pequeno trecho da oração eu já tinha uma série de pecados pra confessar: orgulho, hipocrisia, mentira, etc.

Fiquei algumas horas digerindo a bronca. Fiquei tentando entender que horas que o meu “temor” tinha virado fingimento.

Uma ilustração me veio a mente. Sabe quando uma criança vem chorando com os joelhos ralados e tudo que ela sabe dizer é que “caiu e se machucou”?! A mãe (ou pai) calmamente atende e pergunta: “o que aconteceu?” O arrependimento diante da queda é limitado e tudo que ela consegue dizer é “eu cai”. A mãe insiste e questiona o que ela estava fazendo que levou a queda. A motivação da mãe não é apenas dar bronca (como costumamos pensar), ela pode fazer parte do pacote, mas não é regra. A motivação é entender o que houve pra que isso não se repita e o filho fique em segurança. Novamente a resposta da criança é que ela caiu ou então que “não sabe” o que houve. Ela nega porque sabe que se contar o que fazia antes de cair levará uma bronca, já que a mãe havia instruído a não agir daquela forma.

Nós volta e meia agimos assim com Deus. Chegamos até Ele machucados, chorando e tentando esconder os comportamentos que nos levaram a queda. Algumas vezes estamos realmente tão mergulhados em determinado comportamento que não nos damos conta do caminho que fizemos até ali. Essa aparente distração muitas vezes esconde uma “defesa”, pois não queremos ser descobertos. Não queremos que ninguém, nem mesmo Deus perceba que fomos cedendo aos poucos. Como meu pastor costuma dizer: ninguém cai do nada. A gente vai caindo.

Só que se um pai ou uma mãe quando veem o filho chegar chorando e mancando já sabem como ele caiu, só de observar o seu jeito (alguns soltam um “tava correndo na escada né? Já não falei pra não correr lá, piá?”), e o filho fica chocado achando que os pais tem olhos na nuca, quanto mais Deus que vê todas as coisas e está em todos os lugares. Na minha conversa com Deus sobre os meus pecados, a ideia Dele não era descobrir o que eu estava tentando esconder. Mas que eu percebesse que não precisava esconder nada e que podia evitar aqueles comportamentos se buscasse refúgio em Sua palavra e em Sua graça. Isso significa dizer que eu não escondia nada dEle, mas de mim e isso cauteriza meu coração que vai endurecendo e se afastando sem que eu perceba. Mas o meu discurso… continua lá pra quem quiser ouvir…”não quero pecar contra ti, Senhor”.

Isso tudo lembra também a história do primeiro casal que já existiu. Eles também tentavam se esconder… (Gênesis 3)

“Onde vocês estão?” Pergunta o Senhor na viração do dia.

“Escondidos”, eles respondem.

“E por que?”

“Estamos nus”…

“E quem foi que contou que vocês estavam nus?”

Ele sabia, eles tentavam esconder. Não queriam ser descobertos. Engraçado é que justamente tiveram esse comportamento quando passaram a precisar de cobertura.

Participei de um evento dia desses e numa das ministrações o Pr. John Bevere falou sobre a Palavra do Senhor ter sido dada para ser um refúgio para nós. Pra que pudéssemos nos esconder nela e fazer dela nosso esconderijo e não nossa regra. Há uma diferença entre dizer: não farei tal coisa porque Deus não deixa (ou minha religião não permite); e amar a Deus de tal forma que você sequer cogita fazer algo que possa ferir Seu coração.

Falou também da diferença do arrependimento de Saul e Davi. O primeiro quando foi confrontado, tentou justificar sua atitude e depois pediu que o Senhor o honrasse perante os seus inimigos (1 Samuel 15:30). O medo dele não era ferir o coração de Deus, mas sim o de ter seu orgulho ferido. Já o segundo, quando foi confrontado, prostrou-se no chão e disse: “pequei contra o Senhor e somente contra Ele pequei. (2 Samuel 12:13)” Ele não estava com isso dizendo que seu erro não atingia outras pessoas, mas declarando seu temor…”eu não podia ter feito isso com o meu Senhor”.

Não poucas vezes quando chegamos ao Senhor para confessar algo, nosso objetivo não é receber seu perdão e restaurar nosso relacionamento. Confiamos que Ele nos perdoará, e por ter isso como certo, desdenhamos essa parte. Queremos apenas resolver rápido pra que ninguém perceba e nossa aparência de santidade, compromisso e unção não sejam comprometidas. A quem queremos enganar? Bom, posso listar um grande número de pessoas, mas a primeira da lista sou eu mesma.

A verdade é que não amamos Ele o suficiente. Nem sequer amamos a nós mesmos o suficiente. Amamos apenas o nosso pecado e a satisfação dos nossos desejos pessoais. Nossa ausência de temor esconde nossa ausência de amor.

“Mas Caro, até para amá-Lo precisamos da ajuda Dele…(1 João 4:19)”

Concordo, mas só recebe ajuda quem reconhece que precisa.

Minha oração é que nossos filtros não sejam alargados. Ao contrário, que eles sejam cada vez mais precisos e nos conduzam a esse caminho de fidelidade, temor e amor. Isso tudo só é possível se nos arrependermos dos nossos pecados e nos refugiarmos nEle.

Ouse pedir que Ele revele seu coração (Salmos 139:24). Você vai se surpreender negativamente com algumas coisas que vem escondendo de si mesmo, mas isso não é surpresa pra Ele. Peça que Ele te ajude a não esquecer nenhum detalhe. Nem mesmo um cantinho.

E quando cair, confesse, receba colo e correção. Se perdoe, receba perdão e não repita o erro. Ele está lá esperando a verdade do seu íntimo (Salmos 51:6), porque sendo Ele O caminho, a VERDADE e a vida, deseja te conduzir ao Pai (João 14:6).

Deus abençoe vocês!

#Atéterça

😉