A Bíblia fala muito sobre a nossa relação com o dinheiro. Não que o dinheiro em si seja o problema, pois as Escrituras declaram que é o amor ao dinheiro que é a raiz de todos os males (1 Timóteo 6.10). Alguém disse que uma pessoa pode ser milionária e não ter amor ao dinheiro, e outra pode ser pobre, porém gananciosa.

O que as Escrituras nos ensinam é que não devemos ter o coração no dinheiro, que não devemos ter amor a ele. Não há nada errado no fato de uma pessoa ter dinheiro; errado é quando o dinheiro tem esta pessoa (Mateus 19.16-22). Vivemos dias em que o consumismo manipula as pessoas. O desejo de ser e ter influencia toda a sociedade. Não estamos fora do alcance desta influência.

A ganância é algo terrível, pois é insaciável (Provérbios 30.15-16). Ela não se realiza, nunca alcança os seus alvos, pois estão sempre se renovando. Isto é algo que não tem a ver apenas com a nossa cultura e economia; está ligado à natureza humana. Portanto, sempre foi e será assim em qualquer lugar (Eclesiastes 5.10).

A Palavra de Deus declara que muitos chegam à ruína por causa da ganância e da cobiça (Tiago 5.1-3); traspassam-se a si mesmos com muitas dores. Por causa da ganância, muitos acabam tão endividados que além de perderem completamente a paz, a saúde, e a honra, perdem também a família e a própria alma.

A Bíblia também é clara ao revelar-nos que o dinheiro pode ser um concorrente ao senhorio de Cristo em nossas vidas (Mateus 6.24). Dar parte de nossos ganhos a Deus não é apenas uma das formas de honrá-Lo, mas também de mantermos esta área sob disciplina. Temos que aprender a dar, porque amamos mais ao Senhor do que aos nossos bens, e não por causa da utilidade da oferta em si.

O dinheiro também pode servir para abençoar. Basta relacionarmo-nos com ele de uma forma correta e usá-lo como “servo”, ao invés de tê-lo como “senhor”. O modelo de como os nossos bens devem servir aos propósitos do Reino pode ser visto no próprio ministério do Senhor Jesus (Lucas 8.1-3). Os apóstolos também seguiram o exemplo de Jesus, ensinando a respeito do assunto e recebendo as contribuições que davam manutenção e condições de avanço ao ministério. As contribuições, em sua maioria, eram espontâneas, mas houve momentos em que os apelos, aparentemente, ficaram mais contundentes em face das necessidades (Hebreus 10.34).

É preciso entendermos que o dinheiro em si não é errado, e sim as possíveis atitudes e inclinações do nosso coração. Muitos crentes não percebem a importância do ensino nesta área. Na verdade, falar sobre dinheiro nas igrejas em geral causa desconforto. Muitos líderes falham por não ensinarem e não conduzirem o povo de forma correta nas questões da contribuição e do uso do dinheiro, porque temem tonar-se um alvo de críticas, de zombarias e acusações. Uma vez que muitos dos próprios líderes não agem com desprendimento, acabam estabelecendo um modelo errado para o rebanho, o qual, por sua vez, também caminha no mesmo padrão de falta de liberalidade.

Adaptado do livro Honrando ao Senhor com nossos bens (Luciano P. Subirá) 

Comente!