Cristo afirma que é a Verdade (João 14.6). Se Ele é a Verdade, então, sendo nós seus seguidores, estamos comprometidos com a Verdade (o próprio Cristo), e com a verdade (oposto de mentira). Não pode o verdadeiro servo de Cristo ser encontrado com lábios mentirosos, coisa que o Senhor odeia (Provérbios 6.16-17).

No Brasil, temos um contrato social implícito que nos desobriga de cumprir certas palavras que proferimos. Por exemplo, quando você diz: “Qualquer dia eu apareço lá”, nem você se compromete realmente em aparecer em tal lugar e nem o seu interlocutor aguarda prontamente o seu comparecimento. “Vamos marcar” se tornou um escape para compromissos que não efetivamente queremos criar, mas que estamos constrangidos de deixar isso claro. Se tornou cultural.

Eu gosto muito da expressão bíblica “tu, porém” (2 Tm 3.10-17), porque indica que, embora muitos sigam por um caminho, nós, porém, devemos andar por outro. Assim, embora seja cultural que não nos comprometamos tanto com o que falamos, nós devemos ser diferentes por amor de Cristo, que ensina:

“Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor’.
Mas eu lhes digo: Não jurem de forma alguma: nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.
E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo.
Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno”.
Mateus 5:33-37

Muitos interpretam por essa passagem que não podemos jurar de maneira nenhuma. Assim, não usam a expressão “eu juro”. Criado em lar evangélico (em tese), fui ensinado que não poderíamos jurar, apenas prometer. ORAS!!! É a mesma coisa! Só muda o verbo! A questão aqui é mais profunda.

Jesus está ensinando a sermos fieis ao que dizemos. Está ensinando que não podemos conferir peso às nossas palavras apenas quando juramos. Toda a nossa palavra precisa estar como que sob juramento, de forma que estamos sempre comprometidos com elas. No contexto em que Cristo disse essas palavras acima, as pessoas imaginavam que, ao jurar por Deus, estariam mais comprometidas a cumprirem o juramento do que se jurassem por outra coisa, menos importante que Deus.

O Senhor explica que não funciona assim. Não importa pelo que você jure, ou sequer se você jura. O mero fato de produzir uma afirmação já te compromete com ela. Assim deve ser a vida do cristão. Quando você falar “sim”, que seja, de fato, sim. Quando você falar “não”, que seja, de fato, não. É isso que o verso 37 significa.

Nós, que carregamos o nome do Senhor, sendo chamados de cristãos (pequenos cristos), não podemos levá-lo em vão, envergonhá-lo. Não podemos associar a Verdade com a falta de compromisso com a verdade. Sejamos honrados, em tudo.

Preste atenção ao que sai da sua boca. Não seja tolo e, se não houver um impedimento justo, cumpra com o que falar e o Senhor será glorificado.

Produza frutos.

Em Cristo,
Lucas

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