Hoje gostaria de meditar um pouco em um dos principais conceitos da vida cristã: O contentamento.

Muitas serão as situações difíceis que enfrentaremos nessa vida. Podemos enfrentar grandes doses de sofrimentos em eventos específicos. Mas todos nós enfrentamos também sofrimentos comuns, que se manifestam no nosso dia a dia, no meio da nossa rotina. Muitas vezes nossos planos darão errado e nossas expectativas não serão cumpridas. Por algumas ocasiões, Deus se manterá em silêncio em meio a nossas lutas para provar nosso coração. Ele também costuma nos submeter a períodos de espera, nos quais ele trabalha em nós, mesmo que não percebamos.

Em todos esses casos precisaremos de nos contentarmos. Esse contentamento é um estado interior de satisfação em Deus e em tudo que Ele já nos deu. E esse é um dos maiores desafios e necessidades da vida cristã. Em Hebreus somos ordenados a “estejam contentes com o que tendes” Hb 13.5.

Paulo também nos fala sobre esse contentamento. Ele escreve aos Filipenses que “… Já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre. Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade”. Uma coisa salta aos olhos nas palavras do apóstolo, a expressão “eu aprendi a contentar-me”.

O contentamento é um aprendizado! Conforme vamos conhecendo o Senhor, seu espírito vai trabalhando em nós e vamos morrendo para nós mesmos e para as ambições desse mundo, nosso coração vai sendo conduzido ao contentamento. Nessa matéria, o Espírito Santo é nosso professor e ele usa as adversidades e frustrações para nos ensinar. Que tenhamos corações ensináveis!

Um inimigo terrível do contentamento e dificílimo de ser vencido é a murmuração. A murmuração perturba nosso coração e impede o contentamento. Por isso Paulo, ao citar os pecados do povo de Israel no deserto, nos exorta:  “E não murmureis, como alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor” 1 Cor 10.10. A murmuração produz perecimento espiritual.

Muito ainda podia ser dito sobre contentamento. Eu gostaria de citar só mais uma característica que está intrinsecamente ligada a essa virtude: A quietude. Ah, a Quietude de coração! Quem me dera ter mais dessa virtude. Um coração quieto para com Deus, que não murmura, que não desconfia dEle, mas que descansa em suas decisões. Que espera nEle em paz, sem incessante preocupação ou irritação. Um pequeno comentário: quietude de coração não quer dizer um coração acomodado, que não súplica a Deus e que não ora pedindo suas bênçãos, mas sim, que ao acabar de suplicar, descansa nEle, confia em sua graça e o adora. Nesse cenário, as preocupações não prevalecem e não nos governam, pois o contentamento em tudo que Deus é ultrapassa as dúvidas e temores. E quando temos um coração quieto, contente, Deus trabalha em nosso favor. “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Sl 46.10). “Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor” Ex 14.13.

Que Deus nos ajude a aprendermos a ter mais contentamento e quietude em sua presenca, enquanto Ele mesmo remove a murmuração e a desconfiança do nosso coração.

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