Ele foi um dos primeiros bispos da igreja em Roma. Sugere-se que Clemente foi discípulo dos apóstolos Paulo e Pedro, tendo em vista que seus escritos sempre são marcados pela defesa do Evangelho de Cristo.

Assim como os outros Pais Apostólicos, Clemente não desenvolveu sua literatura em teologia profunda, mas citando a Bíblia inúmeras vezes para defender sua fé. Mesmo assim, encontramos traços das doutrinas da soberania divina, depravação total, predestinação, eleição incondicional, expiação limitada, vocação eficaz e perseverança dos santos nos escritos deste homem.

A respeito da soberania divina, Clemente escreveu em sua carta dirigida à igreja em Corinto (chamada 1 Clemente) que “todas essas coisas o grande Criador e Senhor do universo ordenou para existir em paz e harmonia” (Salmo 103.19) e “Ele fará tudo quando quiser e como quiser. E nenhuma dessas coisas que Ele decretou falhará” (Jeremias 10.7).

Sobre a depravação total, ele dizia que “não somos justificados por nós mesmos ou por nossa sabedoria ou discernimento ou devoção religiosa ou por nossas santas ações que porventura tenhamos praticado de todo o coração”.

Clemente entendia que a salvação tem sua origem em Deus, não no homem: “Foi pelo sangue do Senhor que a redenção se concretizou por todos os que creem em Deus e esperam nEle” (Hebreus 9.12). Por conta disso, o homem deve vir a Deus numa postura de humildade, lançando fora o orgulho e abandonando o pecado (Salmo 32.1-2).

Quanto à perseverança dos santos, Clemente acreditava que a fé é um do soberano de Deus e, quando Deus a concede, também a estabelece por todo o sempre. Portanto, nenhum dos eleitos perecerá, pois a vontade de Deus os preserva (Filipenses 1.6).

Não há certeza de como ocorreu a morte de Clemente. A tradição relata que ele foi banido para a Ásia pelo imperador Trajano e forçado a trabalhar nas minas. Após algum tempo, foi amarrado a uma âncora e lançado ao mar Negro, no ano 97 d.C.

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