Não me parece justo que uma palavra profunda que guarda um conceito importante e central no cristianismo seja tão banalizada como o AMOR.  Reduzimos sua força a qualquer forma de expressão, infringimos sua origem e somos tentados a atribuir seu sentido àquilo que achamos conveniente. Bem-vindos à sociedade moderna no século XXI!

Longe de quaisquer polêmicas envolvendo as relações humanas horizontais, o amor está longe de ser apenas um mero sentimento ou impulso decorrente do instinto. Apesar de ser incondicional, exige uma resposta! E qual tem sido a nossa resposta? Ou melhor, o que temos feito com esse Amor?

Nós o colocamos debaixo do braço e fazemos o que bem entendemos como se pudéssemos detê-lo? Ou nos

submetemos ao genuíno e verdadeiro Amor, do qual derivam todos os demais?

No meu devocional matinal comecei a estudar o livro de Deuteronômio e, para minha surpresa e nossa edificação, deparei-me com uma característica fundamental na teologia no tocante a Deus: Ele é amoroso! Vejamos, pois:

Porque amou seus antepassados, Ele escolheu abençoar vocês, os descendentes, e Ele mesmo os tirou do Egito com grande poder”. DT 4:37

Talvez você esteja se perguntando: sim, eu já sei que Deus é amor, todas as pessoas falam isso. Mas eu te pergunto: será mesmo que é só isso? Essa verdade não tem nenhuma implicação nem tampouco evoca uma resposta? É o que vamos aprender hoje!

O amor é Deus

Podemos enxergar esse conceito desde a criação quando o Senhor agiu de compaixão com a criação ao trazer à tona sua existência atribuindo propósito e oportunizando sua redenção (Gn 1:26-28, 3:15).

Especialmente no contexto de Deuteronômio, vemos o propósito especial para o povo escolhido por Deus para entrar na terra prometida, apesar dos deslises cometidos antes mesmo de alcançar tal promessa, pois eles continuavam a reclamar, a falhar, prestar adoração a todas as coisas, menos a Deus.

O fato é que Deus sendo amor provê sustentação para cumprir sua aliança, uma vez que o amor tem origem nEle mesmo. Isso fica expresso no versículo em destaque.

Em outras palavras, já que Ele é a fonte do Amor é impossível amarmos de qualquer forma ou predizermos esse amor.  Em particular, esse Amor que vem de Deus tem um propósito claro, que por sinal não é nem nunca foi satisfazer o ego individual do povo.

O amor de Deus é manifestado humanamente  no Relacionamento com o homem

Deus responde a Ele mesmo em amor. Não que Ele necessite de resposta, mas que o amor em sua própria natureza requer uma resposta!

O amor de Deus foi expresso em atitudes: Ele decidiu se relacionar com um povo sem mérito algum (Ex 13:21). Aqui vemos o primeiro indício de que quem ama demonstra em ações. Esse amor envolve também correção e disciplina (Dt 8:5), assim como num relacionamento de pai e filho.

Pode parecer estranho, mas o fato de Deus ser amor revela ainda sua natureza pactual com o homem, pois envolve compromisso de ambas as partes em obediência aos mandamentos  (Dt 5:10)

Resposta exigida

Sendo assim, fica claro que o relacionamento entre Deus e os homens exige uma única resposta: amor em obediência (Dt 6:1, 7:11, 8:1).

Porque Deus nos amou, podemos obedecer a Ele. Não como legalistas, fundamentalistas ou como queira designar, mas como filhos que amam o pai de volta porque o conhece bem e tem prazer em viver junto a Ele.

O mais fascinante é que foi exatamente isso que Jesus instruiu aos seus seguidores:

Se vocês me amam, obedeçam a meus mandamentos” Jô 14:15

Porque conosco seria diferente? Se julgamos que amamos a Deus e não obedecemos a Ele, nos fazemos mentirosos, pois quem ama obedece e responde sempre em amor.

 

Deus te abençoe

 

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