A oração ocupa um lugar de destaque na piedade cristã, especialmente, na piedade reformada, que além de afirmar a necessidade da oração, se preocupa com a maneira como devemos orar.

A pergunta 117 do Catecismo de Heidelberg, por exemplo, questiona: “Como devemos orar, para que a oração seja agradável a Deus e Ele nos ouça?” E sua resposta começa, dizendo: “devemos orar de todo o coração”. Já a Confissão de Fé de Westminster, recomenda que oremos com “entendimento, reverência, humildade, fervor, fé, amor e perseverança” (CFW 21.3). Esses trechos históricos da fé e piedade reformadas, chamam a nossa atenção para o fato de que, em termos práticos, orar requer profundidade e foco.

É triste dizer, mas eu suspeito que a nossa geração perdeu a capacidade de orar; pelo menos, de orar como como convém. E, em parte, isso tem a ver com o fato de estarmos atolados, dos pés à cabeça, em tecnologias que corroem as virtudes do espírito, necessárias à oração.

Eu não tenho dúvidas de que existem benefícios nessas tecnologias (aliás, foi por isso que publiquei isso aqui). Mas, passou da hora de reconhecermos que elas também tem efeitos colaterais para a nossa relação com Deus. A internet, as redes sociais e o smartphone multiplicam as distrações e promovem um estado espiritual que desencoraja a contemplação profunda e estimula o pensamento superficial e fugitivo.

Não me entenda mal; distração não é, em si, um pecado. Mas, na medida em que ameaça a nossa habilidade de concentração e impede que foquemos e nos aprofundemos em questões verdadeiramente dignas de importância, como falar com Deus, se torna, e passa a merecer a nossa atenção.

Precisamos aprender a orar. E para isso, além de pedir ao Senhor que nos ensine, como fizeram os seus discípulos, devemos conduzir a nossa vida, nos momentos em que não estamos orando, de modo a fortalecer as virtudes espirituais necessárias à oração, como o autocontrole e a paciência, por exemplo.

Então, como você pode fazer isso? Talvez, desligar o celular agora e conversar com sua família sobre este assunto seja um bom começo.

Autor: Filipe Fontes

Fonte: Voltemos ao Evangelho

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