A palavra terapia vem do grego “THERAPEIA”, que significa “o ato de curar” ou “ato de reestabelecer”. Algo é dito ser terapêutico, quando tem propriedades de cura. Em face desses significados, creio que podemos dizer que muitas ações na vida cristã são terapêuticas, no sentido de que, trazem cura para nossa alma, espírito e emoções. Não sou contra terapia e psicólogos, como alguns cristãos mais radicais. As doenças mentais são reais. A depressão é o mal do século. A psicologia pode nos ajudar em muitos casos. Contudo, creio que existam cristãos (e irmãos bem melhores do que eu concordam com isso) que estão procurando a psicologia para resolverem algo que a própria Bíblia já apontou algum caminho de cura, caminho esse, muitas vezes negligenciado. São alguns desses caminhos que quero relembrar com os irmãos que leem esse texto.

Uma dessas ações ou caminhos é a confissão de pecados e oração mútua. Tiago nos diz “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados” Tg 5.16. Reparem que Tiago não usa a palavra “perdoados” mas sim “curados”. O que ele quer dizer é há uma graça curativa na comunidade cristã que é derramada sobre nós ao confessarmos os pecados para algum irmão e orarmos juntos.

Outro caminho a ser apontado é a oração de súplicas acompanhada de ações de graças. Paulo nos exorta em Fp 4.6 a não “Andar ansiosos por coisa alguma”. Andar ansioso é viver em um estado de aflição e ansiedade. E Paulo nos diz que há um remédio para tal mal. “Antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças”.

A oração de súplicas não é uma oração qualquer. Não é uma oração superficial, para bater cartão, e nem uma oração sonolenta. Mas sim, uma oração insistente, intensa, que bate na porta do Senhor. O Senhor nos ordena à essa forma de oração por conhecer nossa estrutura e saber que somos pó (Sl 103.14). Ele sabe que precisamos deixar sob seus pés nossos fardos, pesados demais para nós. E a melhor forma de fazermos isso é entregando nossos fardos, medos e pesos psicológicos ao Senhor por meio da oração suplicante. Por outro lado, as ações de graças equilibram a intensidade das súplicas. Por meio delas, nos lembramos do que o Senhor já fez e fortalecemos nossa fé para continuarmos a confiar. Se o Senhor nos sustentou em situações aflitiva anteriores, não nos sustentará agora?

A promessa do Senhor é que após o uso desses dois recursos “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”. Aqui temos uma promessa de cura para muitas das nossas ansiedades. Teremos mais quietude interior, pois já teremos lançado nossos pesados fardos ao Senhor pela súplica e refrescado nossa alma pelas lembranças das bênçãos anteriores com as ações de graças. “A paz de Deus que excede todo entendimento”. Que Deus nos ajude a experimentar dessa paz.

Outros caminhos poderiam ser apontados, mas esse texto ficaria muito longo. Poderia citar a disciplina do louvor e do serviço (quando falo disciplina, quero dizer a prática constante desses atos), que tem o poder para nos ajudar a olhar para fora de nós, para Deus e nosso próximo, nos fazendo esquecer de nossas mazelas. No Salmo 131.1 há outro caminho, o caminho da humildade, que não busca grandes coisas, nem grandes assuntos e nem muitas informações. Muitas de nossas aflições e ansiedades vêm de buscar grandes coisas e das frustrações associadas à expectativas não cumpridas.

No livro de Êxodo (15.26) Deus se revelou como o “Deus que te Sara”, ou Jeová Rafah, quando por meio de uma planta ou graveto lançado na Água, Deus transforma águas amargas em águas doces. Esse graveto é um símbolo da cruz de Cristo. Ao ser imerso nas águas amargas do pecado, por meio de sua cruz, ele tem poder de curar o pecado e transformar as águas amargas de nossas vidas em águas doces. Onde abundou o pecado, superabunda a graça. Deus é poderoso para nos curar, sua graça é curativa. Levemos essa verdade a sério e pratiquemos o que na sua palavra ele ordena para nossa cura, afinal, a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma (Sl 19.7).

 

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