Através da análise da confissão de fé proposta, gostaria de apontar os temas centrais da tradição reformada.

  • Autoridade das Escrituras
    R: O artigo 5 vai tratar da questão da Escritura Sagrada como autoridade. Lemos:

“Recebemos todos esses livros (AT e NT), e somente esses, como sagrados e canônicos, para regular, fundamentar e confirmar nossa fé. Cremos, sem dúvida nenhuma, em tudo o que eles contêm, não tanto porque a igreja os aceita e os reconhece como canônicos, mas principalmente porque o Espírito Santo testifica em nosso coração que eles vêm de Deus, como eles mesmos provam. Pois até os cegos podem perceber que as cosias preditas neles se cumprem.”

 

  • A Soberania de Deus
    R: O artigo 13 fala sobre a Soberania de Deus, lemos em seu início:

“Cremos que o bom Deus, depois de ter criado todas as coisas, não as abandonou nem as entregou ao acaso ou à sorte, mas as dirige e governa conforme sua santa vontade de tal maneira que, neste mundo nada acontece sem sua determinação.”

 

  • Mistério e Providência
    R: Também no artigo 13, na parte final, temos um relato sobre:

“Esse ensino nos traz um inexprimível consolo quando aprendemos dele que nada nos acontece por acaso, mas pela determinação de nosso bondoso Pai celestial. Ele nos protege com cuidado paternal, dominando todas as criaturas de tal modo que nenhum cabelo – pois estes estão todos contados – e nenhum pardal cairão em terra sem o consentimento de nosso Pai (Mt 10.29,30).”

 

  • A correta distinção entre lei e evangelho
    R: O artigo 25 vai lidar com essa questão, lemos:

“Cremos que as cerimônias e as figuras da lei terminaram com a vinda de Cristo e que, assim, todas as sombras chegaram ao fim. Por isso, os cristãos não devem mais usá-las. Contudo, para nós, sua verdade e substância permanecem em Cristo Jesus, em quem têm seu cumprimento.

“Entretanto, ainda usamos os testemunhos da Lei e dos Profetas para nos confirmarmos no evangelho e também para regularmos nossa vida em toda honestidade, para a glória de Deus conforme sua vontade.”

 

  • A primazia da graça de Deus em Cristo
    R: O artigo 23 trata desse assunto, onde lemos no primeiro parágrafo:

 “Cremos que nossa verdadeira felicidade consiste no perdão dos pecados por causa de Jesus Cristo, e que isso significa para nós a justiça perante Deus. Assim Davi e Paulo nos ensinam, declarando: ‘Bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras’ (Rm 6.4; Sl 32.2). E o mesmo apóstolo diz que somos ‘justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus’ (Rm 3.24).”

 

  • A integração da fé com a vida cristã
    R: O artigo 24 aborda esse assunto, cito os três primeiros parágrafos:

 “Cremos que a verdadeira fé, tendo sido acesa no homem pelo ouvir da Palavra de Deus e pela obra do Espírito Santo, regenera e o torna um novo homem. A verdadeira fé o faz levar uma vida nova e o liberta da escravidão do pecado.

Por isso, é impossível que essa fé justificadora leve os homens a se descuidarem da vida piedosa e santa. Pelo contrário, sem essa fé jamais farão alguma coisa por amor a Deus, mas somente por amor a si mesmo e por medo de serem condenados.

É impossível, portanto, que essa fé permaneça no homem sem frutos.”

 

  • A busca pela verdadeira Igreja
    R: O artigo 29 trata desse assunto, gostaria de citar o parágrafo primeiro e terceiro.

“Cremos que se deve discernir, diligentemente e com muito cuidado, pela Palavra de Deus, qual é a verdadeira igreja, visto que todas as seitas que atualmente existem no mundo se chamam de igreja, mas sem razão.

As marcas para conhecer a verdadeira igreja são estas: ela mantém a pura pregação do evangelho, a pura administração dos sacramentos como Cristo os instituiu e o exercício da disciplina eclesiástica para castigar os pecados. Em resumo, se orienta segundo a Palavra de Deus, rejeitando todo o contrário a essa Palavra e reconhecendo Jesus Cristo como o único Cabeça. Assim, com certeza, pode-se conhecer a verdadeira igreja; e a ninguém convém separar-se dela.”

 

  • O reino de Deus e a criação
    R: Para esse ponto gostaria de citar o primeiro parágrafo de dois artigos, 12 e 14. Lemos:

“Cremos que o Pai, por seu Verbo, quer dizer, por seu Filho, criou do nada o céu, a terra e todas as criaturas quando bem lhe aprouve. A cada criatura ele deu sua própria natureza e forma, e sua própria função para servir ao seu Criador.” (Artigo 12)

“Cremos que Deus criou o homem do pó da terra, e o fez e formou conforme sua imagem e semelhança: bom, justo e santo, capaz de concordar em tudo com a vontade de Deus.” (Artigo 14)

 

  • Rebelião aos tiranos é obediência a Deus
    R: O artigo 36 aborda essa questão, lemos:

“Cremos que nosso bom Deus, por causa da perversidade do gênero humano, constituiu reis, governos e autoridades. Ele quer que o mundo seja governado por leis e códigos, para que a indisciplina dos homens seja contida e tudo ocorra entre eles em boa ordem. Para esse fim, forneceu às autoridades a espada para castigar os maus e proteger os bons (Rm 13.4).

Seu ofício não é apenas cuidar da ordem pública e zelar por ela, mas também proteger o santo ministério da igreja a fim de promover o reino de Jesus Cristo e a pregação da Palavra do evangelho em todo lugar, para que Deus seja honrado e servido por todos, como ele ordena na Sua Palavra. Depois, cada um, em qualquer posição que esteja, tem a obrigação de submeter-se às autoridades, pagar impostos, render-lhes honra e respeito, obedecer-lhes em tudo o que não contrarie a Palavra de Deus e orar em favor delas, para que Deus as guie em todos os seus caminhos,’para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda a piedade e respeito’ (1Tm 2.2).”

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