Historicamente, o processo conhecido como Reforma foi iniciado na Alemanha, espalhando-se por todo o norte da Europa e teve como resultado o estabelecimento de igrejas nacionais que não prestavam obediência nem fidelidade a Roma.
Um dos agentes propulsores foi a Renascença, que despertou o continente europeu para um novo interesse pela literatura, arte e ciência, abandonando o pensamento medieval de submissão irrestrita à Igreja Católica.
A invenção da imprensa em 1456 também foi uma aliada da Reforma, já que possibilitou o uso comum das Escrituras e incentivou a tradução e circulação da Bíblia e das obras dos reformadores em todos os idiomas da Europa.
Por volta desta época, começou a surgir o espírito nacionalista. Os povos se mostravam inconformados com a autoridade estrangeira sobre suas próprias igrejas nacionais, resistindo à nomeação de sacerdotes feitas por um papa que vivia num país distante e também às diversas formas de arrecadação de recursos que a igreja romana exigia de seus fiéis.
No que diz respeito à teologia, o primeiro grande princípio da Reforma é que a verdadeira religião está baseada nas Escrituras, sendo a Bíblia sua regra de fé e prática. Os católicos romanos haviam substituído a autoridade bíblica pela autoridade da igreja.
Outro princípio retomado pelos reformadores foi de que a religião deve ser racional e inteligente. Isso combatia diretamente a prática de venda de indulgências, prática de superstições como adoração de imagens e a crença na transubstanciação durante a Ceia, entre outras doutrinas irracionais.
Também foi restabelecida a prática de uma religião pessoal. Os líderes da Reforma guiavam os crentes a adorar a Deus como objeto direto de oração e outorgador imediato do perdão e da graça. Os homens são justificados não por formas e observâncias externas, como penitências, e sim pela vida espiritual interior.
A forma de culto também foi alterada com a Reforma. As reuniões solenes em todas as igrejas católicas romanas eram celebradas em latim, mas nas igrejas reformadas celebravam-se os cultos nos idiomas usados por seus adoradores. Também foi proporcionado acesso ao texto bíblico nas suas respectivas línguas nativas. Antes, apenas os sacerdotes católicos tinham oportunidade de estudar as Escrituras.
No próximo mês, veremos os fatos que antecederam o período da Reforma na Europa.
*Trechos extraídos do livro História da Igreja Cristã (Jesse Lyman Hurlbut)
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