Recentemente, temos discutido e assistido a discussões acerca de racismo na TV, na web, em rodas de conversa [ainda que virtuais, em razão do COVID-19]. O tema tomou a atenção da sociedade novamente após sucessivos casos que, de uma forma ou de outra, envolvem o preconceito de “raça”, a começar pelo George Floyd, que morreu após um policial estrangulá-lo apertando seu pescoço contra o chão com o joelho, na cidade de Minneapolis (EUA), após a utilização de uma nota falsa de vinte dólares em um supermercado.

O tema de racismo é muito complexo e possui muitas nuances. Há um viés político muito grande em torno do tema, mas eu não quero adentrar nessas questões aqui. Vamos para uma abordagem bíblica.

Já ouvi no meio evangélico algumas coisas que são, no mínimo, bizarras. Há quem diga que os negros são fruto da maldição de Noé sobre Canaã, ou que a cor negra é a marca que Deus colocou em Caim após o seu pecado.

NÃO HÁ ABSOLUTAMENTE QUALQUER INDÍCIO BÍBLICO DISSO. É BALELA.

O Senhor não faz diferenciação entre negros e brancos, assim como não faz diferenciação entre loiros e morenos, entre servos e senhores, ricos e pobres, judeus e gentios, ou qualquer outra forma de discriminação, conforme claramente exposto em Atos 10.34-35

Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e obra o que é justo.

Quando Deus cria o homem e a mulher, os faz à sua imagem e semelhança, conforme Gênesis 1.26-27. Isto se aplica a qualquer ser humano na terra. Não preciso saber a sua cor pra dizer acertadamente que você é imagem e semelhança de Deus, como eu também o sou. A dignidade da pessoa humana encontra toda sua base aqui neste princípio. Não podemos fazer qualquer segregação entre as pessoas, porque todos fomos feitos iguais, e somos uma só raça: a humana.

Essa história de raça negra e raça branca (ou qualquer outra) não existe. Nós somos humanos. Possuímos, sim, cores, traços culturais e outras características que nos fazem diferentes, porém somos todos humanos feitos à imagem de Deus.

Quando Cristo morre por nós, o véu do tempo que separava o Santo dos Santos é simbolicamente rasgado. O que aquilo significou? Que aquela ritualística judaica para ter acesso a Deus e cultuá-lo não é mais necessária. Cristo abriu a porta para nós, gentios. Nesse ato, ele demonstra que todo aquele que busca a Deus o achará, seja de que cor/cultura/etnia for.

Efésios 2.13-16 é um texto lindíssimo sobre a união que Cristo traz. De todos os povos, ele fez um, a Sua igreja, do qual nós, que somos crentes, sejamos negros ou brancos, fazemos igualmente parte. Esta é a igreja de Cristo. A beleza da diversidade de tantos povos diferentes, unidos em torno do nome do Cordeiro.

Que Deus seja louvado por isso e que nós, entendendo esta unidade, não somente não promovamos o racismo, mas lutemos contra ele também. Se você encontra em você traços deste comportamento, se arrependa, peça perdão a Deus e a quem você possa ter desprezado, se o fez, e passe a agir diferente.

Produza frutos!

Em Cristo,
Lucas