orgulho

 

Agora escutem, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!’ Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: ‘Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo.’ Porém vocês são orgulhosos e vivem se gabando. Todo esse orgulho é mau. (Tiago 4.13-16)

No ano passado, perdi um estimado pastor. Ele celebraria meu casamento, mas Deus o levou algumas semanas antes – o que não estava em nossos planos, é claro. Eu me lembro bem do último culto em que esteve, porque ele cantou um conhecido corinho, que dizia: “Seu amor é real, sua paz gozarei… eu marquei um encontro com Deus”. Ele cantou esta frase por muitas, muitas, muitas vezes. E ao final da palavra, ele enfatizou que estaria no próximo culto, SE Deus permitisse. Poucos dias depois, foi confortante lembrar destes detalhes, porque ele sabia quem conduzia sua vida.

Quer aceitemos ou não, assim é nossa caminhada:  somos como neblina, que logo vai embora. Na verdade, não temos total controle sobre o que somos, pois sequer podemos garantir se chegaremos vivos ao final deste texto.

Mas Deus é absolutamente soberano e tem controle sobre cada detalhe; por isso, o orgulho odeia admitir que precisa Dele. Imagine só, pensar que nossa própria vida depende de um Deus que está tão acima de nosso ego e nossas limitações. Isso parece bobagem – e até ofensa – ao orgulhoso.

O homem mau não se importa com Deus; por causa do seu orgulho ele pensa assim: ‘Para mim, Deus não tem importância.’ (Salmos 10.4)

Você pode estar pensando que este não é seu caso, porque conhece e ama a Deus. Porém, o objetivo do texto de hoje é nos lembrar, não somente que Deus é contra os orgulhosos, mas que o orgulho também se apresenta de formas sutis. O primeiro exemplo disso é a própria palavra de Tiago, que é clara ao dizer que nossas certezas em relação ao futuro são pura vaidade. Isso não quer dizer que não devemos planejar o dia de amanhã, mas, sim, saber que nossos planos dependem do Senhor. De forma breve, vamos meditar em mais algumas faces deste mal que pode nos levar à destruição (Pv 16.18), a fim de escondermos nosso coração em Deus.

 

Conceito exagerado sobre nós mesmos

Sim, temos dons, talentos e características únicas, que devem ser utilizados com amor. Também somos amados, mas não somos insubstituíveis em nossos trabalhos ou ministérios, por exemplo. Não somos donos de todo conhecimento nem melhores do que os outros.

Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido. (Mateus 23.12)

 

Busca por elogios

Ser aprovado por nossa dedicação pode trazer certa motivação para melhorarmos cada vez mais. Mas este não deve ser nosso objetivo, de maneira alguma. Se não reconhecermos quem Deus é em tudo o que somos e fazemos, podemos ser destruídos por nossa própria vaidade, pensando que merecemos todos os elogios e aplausos.

 

Soberba em posição de poder

Podemos ter cargos importantes em nossa carreira profissional, muitos amigos na faculdade ou centenas de seguidores nas redes sociais, mas não devemos nos esquecer do exemplo de humildade que Jesus nos deixou. Sendo o maior de todos, colocou-se na posição de servo, como um verdadeiro líder.

Isso vale, também, para combater o orgulho de possuir muitos bens materiais. As posses, o amor ao dinheiro e até mesmo a “fama” podem oferecer uma falsa ideia de segurança, nos tentando a pensar que somos autossuficientes e que não precisamos de Deus.

 

Querer agradar a todos

Como cristãos, devemos servir aos outros e fazer o bem, mas isso é diferente de esperar sempre pela afirmação do próximo. Esta necessidade é motivada pelo desejo que temos de parecer pessoas legais e amáveis, mas é impossível agradar a todo mundo. Viver pela aprovação das pessoas é uma forma certeira de se deprimir. O que realmente deve nos importar é a opinião que Deus tem a nosso respeito, porque Ele conhece além de nossas aparências.

 

O orgulho tem diversas outras formas de ser – como o perfeccionismo (“não posso errar!”), que, muitas vezes, também está ligado à preocupação com o que pensam sobre nós. Mas temos um bom remédio para nos livrar de toda essa vaidade: a fé em Deus, que nos oferece graça e segurança em suas promessas.

Estas promessas nos lembram sobre sua fidelidade e a maneira como Ele cuida de nós. Ele honra os humildes, no tempo certo. Ele está perto do coração quebrantado e jamais desampara os seus. Podemos ceder à sua soberania com toda tranquilidade. 🙂

 

Que Deus te abençoe muito!

 

Mari