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Agosto chegou mas antes da gente conseguir se encontrar passamos por algumas provas. Deus testando onde estava o coração e tudo mais. Eu realmente gostaria de abrir aqui pra vocês, com detalhes, como foi tudo, mas não posso mesmo, pq mesmo eu resumindo os posts já estão saindo grandes. Mas a proposta do livro ainda está de pé, e la com certeza vou compartilhar tudo que puder, sem duvidas.

Bom, o dia havia chegado. Eu ia me encontrar com o Rafa depois de tanto tempo só nos falando por telefone e internet. E tendo alguma vaga lembrança de como ele era, de como ele deveria se portar. Ele ia chegar de madrugada, já estava no Brasil, mas precisava pegar o ônibus ate Maringá. Quando eu fechava o olho e me dava conta de que minha contagem regressiva agora era medida por HORAS e não dias/meses. Parece que meu sangue ia saltar das veias, de tanto que meu coração pulsava. “Caraca, ta chegando!! Ele ta vindo”


Mais uma vez, uma amiga minha estaria lá pra compartilhar comigo desse momento. Dessa vez escolhida por mim. A Lisa, minha amiga de infância. Dormi na casa dela, pra gente ir de madrugada buscá-lo.Voces acham que eu dormi? Hahahaha, não. Tentei, mas não dormi nada. Peguei no cochilo uma meia horinha e acordei assustada pq olhei no relógio e já tava quase na hora. Cara, eu nem acordei a Lisa, eu corri pro banheiro pra ver minha cara. Se nenhuma espinha havia nascido, se meu olho não tava tão inchado… O que eu poderia passar de maquiagem que ficasse bom, mas ao mesmo tempo natural? Será que meu cabelo tava bom? Hmm, preciso treinar aquele sorriso. Eu vou conseguir sorrir assim na hora ou vou ficar travada? Meu Deus, eu não sabia como era possível eu pensar tantas coisas ao mesmo tempo. Eu tava gelada, aflita, precisando gritar, mas tava de madrugada, na casa dos outros, hahahah. A Lisa acordou, nos arrumamos e fomos. O caminho do prédio dela até a rodoviária naquela madrugada fria, parecia eterno. Lembro dela me perguntando “Não vou nem perguntar se você está bem, pra não te deixar mais tensa”

– Eu preciso gritar!

– Grita!

Com a autorização de alguma outra pessoa, parece que minha insanidade havia sido legalizada, então abri o vidro do carro e dei o grito mais bizarro da minha vida em direção ao vento que deixava meu rosto ainda mais gelado.

A Lisa estatelou os olhos e gargalhou não acreditando que aquele som tinha saído de mim. Foi libertador. Mas ainda assim estava tensa, inquieta. Liguei pra ele. “Já estou aqui” – ele disse. Meu Deus!! Agora era mais sério ainda, ele já tinha chegado, estava há alguns minutos de mim!! Outra coisa que a Lisa repetia sem parar era: “Fica calma! Eu nunca te vi desse jeito”

Nossa convivência física era zero. Eu não sabia como ele cantava no transito enquanto dirigia. Eu não sabia se ele secava a louça do almoço sem reclamar. Ele também não sabia se era verdade que eu comia de tudo, e que eu não tinha tanta frescura. Mas, não é a toa que caráter em sua essência, é uma palavra que significa estampa – impressão (do grego). Então a impressão nós já tinhamos, a estampa era agradavel aos nossos olhos e coração. Eu entendia tudo que ele falava no telefone, mas agora tava na hora de entender o que ele não disse. Agora a gente ia pro mais profundo, a essência.

Nem eu tinha me visto daquele jeito, era muita tensão… Quando o carro estacionou na rodoviária parece que o mundo silenciou. Tipo “é o seu momento”. Estômago? O que é isso mesmo? Eu não sentia nem minhas pernas, quem dirá o estômago. As borboletas tomavam conta dele e voavam sem controle.

A Lisa olhava pra mim, tipo “eu vou com vc, força” mas ao mesmo tempo não querendo invadir o meu momento. Quantas milhares de conversas a gente teve sobre como seria esse momento, e agora ele estava ali debaixo dos nossos pés. Dei o braço pra ela e fui caminhando. O Rafa ainda estava na linha. Me explicou onde era a plataforma onde estava. Por algum motivo, eu não desliguei, mesmo sabendo que a gente iria se encontrar e poder conversar livremente, normalmente, sem ser por uma câmera ou por um celular. A voz dele me acalmava, mas ao mesmo tempo me acelerava o coração. “Pode vir, continua andando que eu to te vendo”


Morri. Quando eu vi ele de longe eu travei, não consegui andar mais (MICOOOO! Hahahahah) Desacelerei mesmo querendo correr, era muita coisa pra minha cabecinha administrar Brasil, socorro, eu queria a minha mãe. To brincando, a ultima pessoa que eu pensei nesse momento foi a minha mãe, eu não pensei em ninguém, haha, só queria abraça-lo e sentir que ele era de verdade. Mas ao mesmo tempo tinha aquela preocupação de não querer assusta-lo com afobação, então TENTEI ficar na minha e ir com calma. Como ele tinha me falado um dia, ele estendeu a mão e disse: “olá, prazer, meu nome é Rafael” (quase morriiii) aí siiim, a gente se abraçou. Eu tava muito tensa, MUITO, eu tava dura, branca (hoje a gente comenta esse momento dando risada, ele falou que estranhou muito pq eu tava corcunda – de tão tensa –  e mil vezes mais branca do que já sou). Eu ficava olhando pra ele que nem idiota, não tinha me caído a ficha ainda. Eu mal podia acreditar que ele tava sorrindo na minha frente e não era vídeo. Aaah aquele sorriso era uma questão que  eu queria passar a vida toda respondendo.

A Lisa com os olhos cheios d’agua, e eu nem lagrima tinha, estava em êxtase. Demorou um tempo pra gente se acostumar um com o outro, não é por menos né. Quando vc cria uma certa intimidade com a pessoa sem ser pessoalmente, quando vc a encontra, você tem que READAPTAR isso à nova condição, então não é tão simples. A gente foi se acostumando. Caminhamos naquela manhã, pelo centro. Os dois fingindo que estavam super tranqüilos, mas nenhum dos dois sabia direito como se portar. “Será que pego na mão?” “O que será que ela ta pensando?” Bom, mas foi questão de tempo. Andamos, rimos, conversamos. As vezes eu ficava parada olhando pra alguma coisa a minha frente e SABIA que ele estava há um tempão me olhando, me analisando. Isso me congelava por dentro, hahaha. Aí eu olhava pra ele, ele sorria e aquele sorriso me dizia “pronto, to aqui”.

Com os meus pais foi ótimo, com meus irmãos e minha cunhada também. Todos o receberam bem, e em pouco tempo já não tinha mais gelo pra quebrar.

Poucos dias depois, houve a tal conversa com meu pai. Os dois sozinhos. Ouvi umas risadas, então fiquei tranqüila. Meu pai se esforçou pra tornar o momento o mais leve possível, e eu sou grata a ele por isso. Aí depois, oramos juntos, ele, eu, meu pai e minha mãe, pra que eles abençoassem nosso namoro e futuro casamento. Foi tão gostoso. Naquela manhã, era como se Deus estivesse sobre nós dizendo “aah como eu me agrado disso”.

Ele estava chegando pra ficar na minha vida, e em nenhum momento eu sentia medo. Aí vc me pergunta: “e como foi o primeiro beijo?” Hmmm eu te respondo: “não foi!” hehehe, a gente se comprometeu a somente se beijar no dia do casamento e eu quero aproveitar pra falar uma coisinha sobre isso. A gente não se absteve do beijo porque o beijo é um problema. O problema não é o beijo. O problema também não é qndo vc inclui algo na sua vida. Seja um carro, um cachorro, um diploma. O problema não é estar solteira há anos e aí incluir namoro, beijo, carinho, conversa boa. Não, não é. O problema é qndo vc subtrai Deus de você. Qndo vc PRA ter tal coisa, tem que TIRAR Deus. Ou então quando tem tal coisa, sem perceber vai tirando Deus, discretamente, aos poucos. Aí é um problema.

Nós fizemos esse compromisso pq sabíamos o quão difícil seria namorar a distancia, e também porque percebemos o quanto o namoro convencional estava distante dos princípios que Deus traçou para um homem e uma mulher se conhecerem para um futuro casamento. Existem casamentos hoje,  em que as famílias mal se conhecem, em que o pai nem sabe o sobrenome do esposo da filha. Em que se conhece mais a língua do parceiro do que como ele é por dentro. (não vou pedir desculpa pela franqueza). Seu corpo só pertence ao outro quando se casarem e se vc não gosta disso, vc está desgostando é da Bíblia, não de mim.

Eu, Lenara, jovem, com hormônios e as mesmas vontades que vc, te aconselho: abstenha-se do que for preciso para conhecer seu namorado por dentro. Mate sua carne hoje para não ter de sacrificar seu casamento daqui alguns anos. Não é assim que Deus nos ensina em tudo? Semear no espírito para colher do espírito? Plantar aqui, pra ter resultados lá na frente. De repente mais na frente do que vc pensa, na eternidade.

Não me imite, não tente imitar historia de ninguém, como disse no post anterior Deus te fez de um jeito único, e talvez o beijo na boca não seja pedra de tropeço pra vocês, eu acredito nisso. Mas esteja sempre com o coração aberto para o que Deus falar. Se ele te pedir pra abrir mão de alguma coisa, não hesite, faça.

Os contos de fada Bela Adormecida e Branca de Neve possuem um profundo significado simbólico. Um beijo é (e deve ser) um despertar. Eu quero esperar meu noivo; eu quero que ele esteja adormecido para mim até que sejamos um perante Deus. Existem outras formas de demonstrar afeto sem despertar paixão”  – Bethany Torode “(Don’t) Kiss me”