1. Credos são honestos
Honestidade é o impulso original por trás de quase todas as declarações de fé. As seitas escondem o que creem até que você já tenha sido levado longe pela correnteza e não possa fazer mais nada a respeito. Igrejas honestas fazem o oposto: anunciam aquilo em que acreditam e (nos melhores credos e confissões) até mesmo algumas coisas nas quais não acreditam. Desejamos que todos saibam os fatos e ideias mais importantes revelados na Bíblia e negados pela Bíblia. Por isso os resumimos em nossos credos.
2. Credos promovem a unidade
Os melhores resumos doutrinários promovem a unidade da igreja. Através de um conjunto comum de prioridade e ensinamentos, eles nos ajudam a identificar o que temos em comum com outros cristãos. E isso não é tudo. Esses resumos também têm o potencial de criar paz na igreja, visto que as pessoas que chegam à igreja poderão ver rapidamente o que ela ensina e comparar com as Escrituras, que é a única base sobre a qual o ensino cristão deve ser construído. Evitar disfarces doutrinários minimiza infelizes surpresas.
3. Credos são antigos
Os credos cristãos clássicos foram escritos na história primitiva da igreja. A maioria das confissões foi escrita em algum momento durante a Reforma Protestante. Isso é útil. Quando se trata de declarações doutrinárias (e muito mais além!), a idade é mais um benefício do que um problema – é bom estudar textos que nos lembram que o cristianismo não foi inventado na última terça-feira.
4. Credos e confissões podem ser longos
Credos e confissões longos são uma coisa boa! As declarações evangélicas de fé frequentemente são muito curtas e não suficientemente teológicas. A meu ver, a igreja precisa experimentar o maximalismo teológico, em vez de seu minimalismo atual, se quisermos manter um fiel testemunho de Cristo em nossa geração. Uma dúzia de pontos doutrinários em um site é, provavelmente, inadequada para a prosperidade da igreja, pois sua missão não é apenas evangelizar, mas também ensinar as nações. Grandes credos e confissões sustentam uma grande fé diante de nós, oferecendo uma visão positiva do Deus trino e sua obra, além de declarações mais robustas do evangelho de Cristo.
5. Credos nos lembram que não estamos sozinhos
Os credos clássicos nos lembram que não lemos a Bíblia por nós mesmos. Nós lemos a Bíblia como um corpo e encontramos unidade ao fazer isso. Recitar um credo como igreja declara que lemos a Bíblia de maneira semelhante a outros cristãos nas profundezas e na largura da igreja – ao longo do tempo e ao redor do mundo.
6. Credos expõem discordâncias
Os credos também mostram como discordamos. Isso também é bom. Discutir nossas diferenças é melhor do que as encobrir e fingir que elas não existem. Na época da Reforma Protestante dos anos 1500, muita coisa tinha sido aprendida – e muitas doutrinas eram disputadas entre os reformadores e Roma –, de modo que a categoria dos credos foi complementada por listas mais longas de doutrinas confessadas pelos cristãos. Os credos ainda estavam em uso, na maioria das vezes no culto, mas agora as confissões foram escritas para explicar o que os cristãos luteranos e reformados criam. Essas confissões articularam cuidadosamente quais doutrinas eram compartilhadas em comum com a antiga fé de Roma, e onde os reformadores foram forçados a discordar de Roma na recuperação dos ensinamentos da igreja primitiva e, de modo mais básico, da Bíblia. Elas também explicam onde os reformadores discordaram uns dos outros. Isso é útil, pois conhecer onde discordamos nos permite conversar na calçada. Viver com rótulos, mas sem entendimento, resulta em granadas verbais sendo lançadas por sobre os muros.
7. Credos e confissões nos ajudam a aprender
Credos e confissões prestam muita atenção à precisão das palavras. Eles fornecem o tipo de rotulação que permite o aprendizado cristão. Esses documentos funcionam como materiais de ensino, que nos conduzem mais profundamente à fé cristã. Com textos como esses, os cristãos não precisam mais se contentar em falar em “salvação”, por exemplo, apenas de modo geral. Uma vez para um ensino mais completo, os cristãos podem celebrar a justificação, descobrir a adoção e bendizer a Deus pela santificação, perseverança e glorificação.
8. Credos e confissões nos ajudam a evitar o erro
Os credos e as confissões continuam a servir como baluarte contra erros doutrinários no presente, da mesma forma como fizeram no passado. Aqueles que amam o erro e os hereges, frequentemente, não são criativos. A forma básica das suas faltas permanece a mesma ao longo dos séculos. Os credos estabelecem parâmetros doutrinários que protegem os princípios da igreja contra a tendência cada vez mais comum de se inclinar a tudo o que é novo e sofisticado. Uma dica: é útil para pastores ler a seção relevante de um credo ou de uma confissão antes de pregar uma doutrina complicada ou fácil de declarar incorretamente.
9. Credos e confissões nos ajudam a cultuar
Credos funcionam não apenas como uma ferramenta de ensino, mas como uma ferramenta de culto, pois lembramos o porquê de nos reunirmos: é por causa de quem Deus é e por causa do que ele fez. Embora não sejam normalmente usadas no culto, as confissões também são úteis. Distinções cuidadosas providenciam material mais rico para o louvor do que generalizações amplas. Dizer mais a respeito do caráter de Deus e da graça do evangelho incentiva mais confiança na oração e no louvor.
10. Credos e confissões são bíblicos
Desde o início, a Palavra de Deus tem oferecido, e o povo de Deus tem empregado, afirmações de fé. Os leitores do Antigo Testamento encontram tal afirmação na pedra angular dos livros de Moisés: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). É o que os leitores do Novo Testamento veem quando Paulo fornece aos coríntios um resumo dos seu próprio ensinamento: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze” (1Co 15.3-5). Nas instruções de Paulo a Timóteo, ele lembra Timóteo a seguir o padrão das sãs palavras (2Tm 1.13), para que a igreja não seja lançada na incerteza. Os resumos bíblicos são bíblicos!
Autor: Chad Van Dixhoorn
Fonte: Voltemos ao Evangelho
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