Se você tivesse a oportunidade de voltar no tempo, o que faria de diferente? Quais decisões mudaria? Que caminho percorreria? Ao contrário dos filmes de ficção, não podemos revisitar e mudar nosso passado, mas podemos agir sabiamente no presente conforme a Palavra de Deus. Ou será que não faríamos nada de outra maneira porque julgamos não precisar de mudança alguma?

Lembro-me com bastante pesar das palavras duras que já disse, dos momentos que agi com a “cabeça quente”, da inveja que senti no meu coração e dos vários outros pecados que já alimentei. Cheguei a pensar que estava indo bem porque levantei minha mão (quando Cristo me aceitou) e por participar de reuniões na igreja. Também pensei que isso poderia mudar meu coração, porém estava completamente enganado. Era necessário arrependimento genuíno e constante.

Costumamos imaginar erroneamente, por exemplo, que a conversão é como um passe de mágica, isto é, um evento pontual que não tem relação direta com a forma que vivemos. Na realidade, nossa conversão ocorre quando Deus nos vivifica para nos arrependermos dos pecados, crermos em Cristo e mudarmos de vida pela graça dEle (Ef 2:1-10, Cl 2:13,).

Podemos dizer que conversão e justificação caminham lado a lado, pois só somos declarados justos pela fé em Cristo mediante a Graça (Rm 3:24) que nos possibilita viver em novidade de vida (2 Co 5:17) e sermos salvos (Ef 2:8). Nesse sentido, a necessidade do arrependimento que foi pregado por Jesus no Novo Testamento (Mt 3:2, Mc 1:15, Lc 5:3) é um convite claro para entendermos biblicamente como agimos diante dessa verdade.

Sabemos que somos falhos e caímos muitas vezes, todavia, os nossos pecados têm nos confrontado ou nos conformado ao erro?  Nossas decisões afastam ou nos aproximam de Deus? Falar sobre arrependimento é delicado e ao mesmo tempo nos fere porque não queremos ser contrariados, não desejamos deixar o que agrada naturalmente nossa carne e nem tão pouco que pareçamos fracos.

Porém, a Bíblia é clara em dizer que quem não se arrepende perecerá eternamente distante de Deus (Lc 13:3). Por outro lado, aquele que se arrepende deve estar disposto a mudar de mente (Rm 12:2). Ou seja, implica em muito mais do que sentir remorso emocional ou aceitar intelectualmente nossas mazelas e fragilidades, antes envolve também mudar de comportamento e fugir de tudo que é contra a santidade de Deus.

Ao contrário do que podemos imaginar, arrependimento não é deixarmos de sermos pecadores para nos tornarmos perfeitos na terra, mas reconhecer que estamos no processo de santificação constante, buscando ir para mais perto de Deus e não para mais longe dEle.

Davi sabia disso e expressou sua angústia, tristeza pelo pecado e arrependimento sincero ao escrever o Salmo 51, após ter sido confrontado pelo profeta Natã por tomar Bate-Seba por mulher e assassinar o seu marido:

Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade; e purifica-me do meu pecado. Porque conheço as minhas transgressões; e o meu pecado diante de mim está sempre. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o mal a tua vista, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. Eis que, em iniquidade fui formado; e em pecado me concebeu minha mãe. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazer conhecer a sabedoria. Purifica-me do pecado como hissope, e ficarei puro: lava-me e ficarei mais alvo do que a neve”. Salmos 51:1-7

De maneira geral, Davi confessou seu pecado e reconheceu que era uma ofensa tremenda a Deus. Além disso, ele demonstrou de forma profunda o desejo por misericórdia porque entendeu que não podia fazer nada por meio da sua própria força, incluindo deixar de cometer outra vez o mesmo pecado e desejá-lo. Ele também demostrou confiança na soberania de Deus para limpar e purificar de todo e qualquer pecado.

Se analisarmos detalhadamente o texto e o contexto em que foi escrito, podemos realizar um paralelo com o Antigo Testamento e encontrar aplicações edificadoras em que podemos extrair que não adianta externalizar falso arrependimento se a mudança não partiu de Deus.  Tal mudança começa com a mente e todo nosso interior. Talvez, seja por isso que Davi fale também sobre os sacrifícios (Sl 51:16). Nossas ações serão vãs e vazias se não forem pautadas numa mudança de mente genuína.

Mas como saber se me arrependi verdadeiramente? Ora, se, além dos remorsos, devemos estar produzindo frutos dignos de arrependimento (Lc 3:8) que nos aproximam de Deus e nos levam à mudança de atitude em relação ao pecado:

            Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” Efésios 4:28

 Em suma, só é possível arrepender-nos e mudarmos de postura quando compreendermos e aceitarmos que só Deus e o Espirito santo é quem nos conduz ao arrependimento e nos convence de todo pecado (Jo 16:8), sendo nossa responsabilidade confessar e crer no seu poder (1 Jo 1:9), apesar das nossas falhas. Afinal, não precisamos de um momento específico ou ideal para nos arrependermos genuinamente ou permitirmos sermos mudados por Ele. O tempo é agora e a única forma de nos aproximar dEle é por meio da comunhão com Ele e vigiando para não sermos distanciados pelo pecado.

 

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