Um dos problemas em que a igreja doutrinariamente saudável tem a tendência de cair é a soberba. É claro que é importante que sejamos zelosos de boa doutrina, mas precisamos também nos examinar para ver se estamos tendo a nós mesmos em alta conta.
A soberba é como uma “raposinha” (Cantares 2.15). Ela chega de fininho quando estamos desapercebidos e começa a servir de cosmovisão, como se fossem os óculos pelos quais enxergamos o mundo. Começamos a pensar e a sentir que nós somos melhores que os outros. Sempre que temos a oportunidade, dizemos que não somos melhores do que ninguém, que também somos pecadores, mas muitas vezes tais afirmações são apenas intelectuais, sem encontrarem fundamento dentro de nosso coração. E sabe qual o maior problema? A soberba tende a se manifestar mais dentro de nós do que fora, e todo pecado que acontece apenas no nosso interior tende a ser esquecido e negligenciado. Não nos importamos tanto. Quando eu comecei a aprender mais da Bíblia, em muitas ocasiões me peguei me sentindo superior a algum outro irmão que tinha um entendimento equivocado sobre a Escritura. E não é de se espantar que isso encontre morada no coração, pois o próprio Cristo disse:
Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez;
Marcos 7.21,22
A história da humanidade, observada pela ótica cristã, prova isto. O homem sempre quer se colocar no centro do universo e ser o solucionador de seus próprios problemas. E se há algo que nós cristãos sabemos bem (ou pelo menos deveríamos) é que NADA conseguimos por nosso próprio esforço à parte de Cristo. Já no Éden, em Gênesis 3.7, temos a vã tentativa de Adão e Eva tentando fazer vestimentas para si próprios para cobrirem a vergonha de sua nudez (símbolo do pecado), mas no verso 21 a atitude de Deus revela que era inútil ao homem cobrir a sua própria vergonha, tendo Ele mesmo matado um animal e feito vestes de peles para eles (símbolo do sacrifício de Cristo para cobrir a vergonha do pecado).
O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.
Provérbios 8.13
“Aborrecer” no texto (e creio que em toda a Bíblia) significa “odiar”. Ou seja, Deus odeia a soberba. Sabe por quê? Porque ela é mentirosa. Leva o homem a se colocar em uma alta posição que não lhe é devida. Toda a glória pertence ao Senhor e toda dádiva vem do Pai das luzes (Tiago 1.17), de maneira que o ser humano não é digno de nada. Quando você imaginar que é alguma coisa e sentir que o seu coração quer abraçar essa ideia, lembre-se da Lei de Deus, inalcançável ao homem natural. Ela veio para que tenhamos conhecimento de nossa miserabilidade e nossa dependência de Deus, porque não somos nada (Romanos 7.7). Do pó viemos e ao pó retornaremos (Gênesis 3.19).
A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.
Provérbios 16.18
Atente-se para o que diz a Palavra de Deus. A soberba precede a ruína, ou seja, a ruína é aquilo que vem imediatamente após a soberba. Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir as sábias (1 Coríntios 1.27). Quando você tiver alta estima por si mesmo e confiar na força do seu próprio braço, tome cuidado, pois você está prestes a ser humilhado por Aquele que é três vezes Santo (Apocalipse 4.8).
Clame a Deus para que conceda a você a graça de ser pobre (humilde) de espírito:
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Mateus 5:3
Seja Deus gracioso para contigo e te livre de ti mesmo. Produza frutos! Um abraço!
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