Talvez pudesse começar esse texto com a seguinte pergunta: “O que você espera de Deus?” Entretanto, não se trata necessariamente de mim ou de você, mas do que Ele espera de cada um de seus súditos. Num tempo em que muitas pessoas não se veem como servos em vários aspectos na vida cristã e caminham preocupando-se com o próprio umbigo, viver à disposição de Deus pode até parecer um grande desafio, pois implica em abrir mão de vontades próprias para nos submetermos a Ele. Sem mais delongas, vamos ao trecho bíblico:
Serve ao SENHOR com todo o vosso coração, e não vos desvieis, pois seguireis as vaidades, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque vaidades são” –1Samuel 12: 20a-21
No final de semana passado, fui tremendamente edificado ao refletir com alguns irmãos a respeito da forma que Deus atua e molda seus servos, oportunidade em que ajudei no trabalho para realização de um congresso de jovens da minha Igreja. Acrescido a isso, ao realizar recentemente meu devocional diário, fui abençoado pelo verso em destaque que tem relação com o que Deus me ensinou nesses dias e que passo a compartilhar com os amados!
Pois bem, o versículo supracitado está em um contexto de repreensão e exortação do profeta Samuel que, como líder do povo israelita, traz à memória desse povo o esquecimento do Senhor ao servir outros deuses (1 Sm 12:9). É interessante que, por essa razão, Samuel orienta a servir a Deus com todo o coração (1 Sm 12:20a) que traz à tona um contraponto chamado renúncia, uma vez que não é possível servir a dois senhores (Mt 6:24).
Cabe aqui indagar: será que servimos ao SENHOR de todo o coração? Ou estamos agindo como religiosos que amam a lei, mas lá no fundo insistem em negligenciar o que Deus quer e fazem a própria vontade? Certamente, Ele deseja que nos disponhamos a obedecê-lo e servi-lo, pois assim lhe aprouve (1 Sm: 12-22; 1 Sm 15:22b), não porque Ele necessite, mas porque precisamos dEle, ainda que custe tal preço!
De fato, podemos cair na tentação de seguir nossas vaidades e intentar para os desejos do coração que na maioria das vezes não são bons por conta do pecado. Isso tudo é vaidade (Ec 1:2), assim, devemos lembrar que o nosso querer passa, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (1 Jo 2:17). Para tanto, devemos buscar conhecer e compreender essa vontade eterna através de um relacionamento sólido com o Pai através das Escrituras. Não quero aqui que você veja Deus como um tirano nem que pense que nos trata como meramente escravos, antes nos declara como amigos (Jo 15:14), porque se revelou de maneira extraordinária:
Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” João 15:15
Que incrível e profundo: fomos chamados para ser servos e amigos de Deus! Nesse sentido, viver a serviço do Rei remonta a uma intimidade que abre mão do “eu” através da capacidade concedida para servir, segundo méritos de Cristo (2 Co 3:5), apesar de nós mesmos. Sob essa perspectiva, particularmente, gosto muito de um hino do cantor cristão que diz:
“No serviço do meu Rei
Minha vida empregarei;
Gozo, paz, felicidade,
Tem quem serve a meu bom Rei” (CC 410)
Portanto, coloque-se à disposição no serviço do Rei e invista em conhecê-lo, através das Escrituras, para que assim tenhas comunhão com o Pai e amor pela sua Palavra, bem como gozo, paz e felicidade como consequência disso. Amém?
Abraços,
Leonardo Gleygson 🙂
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