Particularmente, considero esse um dos pecados mais sutis. Tão sutil que ninguém mais se incomoda com sua naturalidade (se estamos falando da natureza carnal, faz sentido). Temos dificuldade para entender porque a preguiça é prejudicial para a nossa alma, corpo e no nosso relacionamento com Deus. Confesso que também não entendia. Parece tão pertinente não querer fazer nada, não levantar da cama num dia chuvoso e frio, mesmo com um monte de responsabilidades na sua lista de afazeres. Quem é que gosta de sair na chuva, não é mesmo? Nossa justificativa sempre acaba sendo “Ah, deixa pra depois! Amanhã eu faço! Tem tempo ainda”. Obviamente, este é um exemplo banal. Existem os “cúmulos da preguiça”, mas como esses são percebidos com mais clareza, somos rápidos em identificá-los e julgá-los.
Pesquisando a definição alheia sobre esse pecado, descobri que ele pode ser definido da seguinte maneira:
Preguiça é a inatividade de uma pessoa, aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico.
[…] Um preguiçoso para a psicologia é uma pessoa sem resistência moral e psicológica para os desafios impostos pela vida; que busca justificativas sempre externas para a sua falta de ação naqueles momentos decisivos que lhe surgem. […] A preguiça é o ato de descansar antes de estar cansado. 1Vendo por esse ponto, ser preguiçoso parece não ser tão inofensivo assim. Comecei a lembrar de quantas vezes superei o limite da preguiça, passando quase 24 horas em uma cama ou horas a fio deitada no sofá, simplesmente pasmando e sendo consumida por pensamentos inúteis. Lembrei dos momentos e oportunidades que perdi (conscientemente e outros que talvez eu nem faça idéia), das coisas que provavelmente deixei de aprender e dos desafios que deixei de enfrentar, das conversas que deixei de desenvolver e das coisas que não pude experimentar. Tudo por causa dessa sonolência mental/emocional que me paralisou, mesmo eu tendo forças e capacidade pra me mexer.
Uma coisa é estar cansado; viver e fazer tanta coisa e precisar de uma pausa. Nesse caso, faz bem ficar parado, afinal, “há tempo para tudo”. Mas ficar cansado antes mesmo de ter feito alguma coisa, isso é patético. Em Provérbios 19.15, temos a seguinte afirmação: “A preguiça faz cair em sono profundo, e alma indolente (traduzindo: ‘aquele sem vontade própria’) padecerá fome”. Por mais que não pareça, isso é perigoso. A Bíblia nos adverte a não comer do “pão da preguiça” (seguindo o exemplo da Mulher Virtuosa de Provérbios 31). Também nos informa que “por muita preguiça se enfraquece o teto […]” (Eclesiastes 10.18). Ao cultivarmos a preguiça, deixamos de aprender aquilo que podemos viver pela Graça de Deus. Deixamos de encarar os desafios e provações (que servem para nos fortalecer e disciplinar em amor), pois, é mais fácil ficar parado ou fugir (provavelmente para debaixo do cobertor, como eu fazia quando achava que havia um monstro no meu armário ou quando “não tinha nada de bom pra fazer”). Ela escraviza, paralisa, impede que sejamos usados da maneira apropriada. Quanto maior a nossa tendência de subestimar o nosso pecado, maior será o seu domínio sobre nós.
Em resposta a esse “pecadinho” (em tom irônico mesmo), devemos lutar diariamente para que Deus nos dê força (não porque estamos realmente cansados) para dizer não ao nosso desejo de ficar parado quando deveríamos estar nos movendo. Assim como qualquer outra realidade de combate ao pecado, o que ocorre é uma luta ferrenha, na qual, somente pelo Espírito Santo e em nome de Jesus, somos dados como vencedores.
Na próxima vez em que você se sentir tentado a cair nas garras da preguiça, ore pra que Deus o lembre do propósito para o qual fomos chamados: viver e em abundância (na Graça abundante e ativa do nosso Senhor Jesus Cristo).
Paula Pit
Peguei do Celva
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