Todos nós temos que contar com a morte. Algum dia todos vamos confrontar nosso próprio fim, mas ao longo do caminho vamos também testemunhar amigos amados e família partirem desta vida para a próxima. A morte é um inimigo real – um inimigo aterrador. “O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1 Coríntios 15.26).
Eu vi pessoas morrerem na minha frente. Eu perdi amigos, jovens e velhos. A morte é sempre feia. A morte sempre traz sofrimento. E não há nada de errado em entristecer-se diante da morte. O próprio Jesus chorou diante da morte de seu amigo Lázaro (João 11.35). Deus nos criou de tal forma que a morte é antinatural para nós. Fomos feitos para viver.
Mas quando perdemos alguém amado que é um crente, precisamos nos lembrar de uma verdade importante que irá nos ajudar a lidar com a perda. A tristeza certamente vai nos atingir, mas pela graça de Deus, o sofrimento não vai nos derrotar. Esta verdade vai ao coração da fé cristã e nos oferece discernimento quanto à pessoa de Cristo, o Deus-homem.
Jesus quer você
Em João 17.24, lemos palavras que, em uma reflexão cuidadosa e cheia de oração, deveriam estar em nossos corações quando alguém amado morre. Considere cuidadosamente a linguagem:
“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.”
Como um homem, Jesus tem certos desejos. Ele tinha desejos na terra, e ele ainda tem desejos no céu. Aqui, Jesus tem um desejo que ele faz conhecido ao Pai. Ele fala, como ele frequentemente fez antes, daqueles que o Pai lhe deu (veja João 6.37, 39; 10.29; 17.6,9). Aqueles que o Pai deu a Cristo são as próprias ovelhas por quem o Bom Pastor dá a vida (João 10.11). Jesus ora ao Pai por suas amadas ovelhas na Oração Sacerdotal de João 17, e ele continua a interceder por elas até o dia de hoje (Romanos 8.34).
E o que Jesus deseja?
Ele deseja que o seu povo esteja com ele. Jesus é completamente feliz e satisfeito reinando do céu, mas de acordo com sua oração em João 17, ele ainda tem um certo desejo não atendido: que seu povo esteja com ele no lar que ele já preparou para eles (João 14.2-4).
Nós podemos perder, mas Jesus ganha
Quando um irmão ou irmã no Senhor morre, devemos lembrar primeiro e principalmente que o Pai respondeu a oração de Jesus. Deus é soberano sobre as mortes de nossos amados, e ele tem propósitos que nós podemos nunca compreender (Deuteronômio 32.39, Tiago 4.15), mas podemos nos agarrar à verdade de que Jesus orou ao seu Pai para trazer seu povo para casa. Quando um crente morre, o Pai está atendendo o pedido que seu Filho fez quando orou, mais ou menos dois mil anos atrás, na noite anterior à entrega de sua vida por seu povo.
Podemos pelo menos dizer isso: Quando alguém amado se vai, Jesus ganha muito mais do que nós perdemos.
Sim, nós perdemos. Nós nunca mais vamos compartilhar daquela doce comunhão com nosso irmão ou irmã nesta vida. A magnitude da perda facilmente frustra nossas palavras. Mas a perda nunca vai além das palavras de Jesus: “Pai, eu desejo que eles também, os que tu me deste, estejam comigo para que vejam a minha glória…”.
Alegria eterna além do túmulo
Jesus sabe que tem uma glória que vai muito além do que qualquer coisa que esse mundo possa oferecer. Ele sabe que um verdadeiro vislumbre dele vale mais do que milhões de mundos. Ele sabe que a visão de sua glória não vai deixar ninguém insatisfeito. Jesus quer que seus preciosos santos entre na verdadeira e eterna felicidade com ele.
Nós certamente experimentamos muitas alegrias nesta vida, mas nada pode ser comparado ao puro deleite da comunhão sem barreiras com Jesus. Somos destinados a uma alegria indizível em sua presença.
Uma resposta à oração
Quando você perde alguém amado no Senhor para o Senhor, você realmente perde – pelo menos por enquanto. Mas aquele irmão ou irmã ganha, assim como Jesus (Filipenses 2.20-23). Nós podemos derramar lágrimas o suficiente para encher baldes, mas a corrente de lágrimas correndo por nossas bochechas vão reluzir de alegria quanto percebermos que a morte de nossos amados não é nada menos do que uma resposta à oração de Jesus.
A morte de alguém amado no Senhor pode trazer um dos maiores testes à nossa fé. Mas podemos confiar que nosso amado está melhor lá com o Amado? Vamos crer que o Filho de Deus está colhendo os frutos de seu trabalho pelos pecadores? Se cremos, então nossa tristeza é uma tristeza piedosa, e Jesus vai converter nossa tristeza em alegria (João 16.20).
“Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.” (Salmo 116.15), e pode ser preciosa para nós também quando nos agarramos à esperança de que a morte nunca irá vencer (1 Coríntios 15.54-55). Jesus se entristeceu para que nós nunca tivéssemos que enfrentar uma tristeza sem esperança em face da morte.
No final, a morte é apenas uma resposta à oração de Jesus.
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