Você já se perguntou qual a real motivação de realizar o que estás fazendo agora? Os interesses podem ser vistos como uma mola que impulsiona a vida do ser humano, basta olhar para situações que demandam tomar decisões em que somos mobilizados de alguma forma. Por exemplo, decidi entrar em uma universidade na intenção de me preparar para um futuro profissional e por entender como uma forma de glorificar a Deus através da profissão.

            Algo que me preocupa é assistir atos louváveis seguidos de convicções distorcidas e “boas intenções”. Sim, parece estranho, mas você pode achar que realiza a coisa certa, porém de maneira errada, pois ações dizem muito, mas não revelam necessariamente as motivações que podem estar equivocadas. Como cristãos, nossa maior motivação deve ser agradar a Deus e obedecer a sua vontade. Mas será que é uma realidade ou temos realizado por mera religiosidade?

            Pude refletir sobre isso ao estudar Romanos, escritura em que fica evidente que o interesse de Paulo para os romanos parte de uma preocupação ou motivação maior. Sem mais delongas vamos ao trecho bíblico:

            pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir a vós. Porque desejo ver-vos para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados, isto é: para que juntamente conosco, eu seja consolado pela fé mutua, assim vossa, como minha […] Assim, quanto a mim, estou pronto para também vos anunciar o Evangelho a vós que estais em Roma. Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro ao judeu, e também ao grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé”. Romanos 1:10-12, 15-17.

            Em resumo, podemos ver que a motivação principal de Paulo estava pautada em anunciar o Evangelho aos Romanos. Pode-se afirmar que ele também estava desejoso em receber a colaboração dos romanos para apoio do seu ministério em viagem missionária para Espanha, principalmente frente à constante oposição de alguns em relação às boas novas. Ainda assim, o foco era a Palavra em sua forma e conteúdo (v15-17).

            Certamente, Paulo preferiu renunciar aos seus interesses e boas intenções para ser motivado pelo Evangelho que é o poder de Deus para todos que creem. Algo que me chamou atenção foi a prática da oração adotada (v.10) para compreensão e realização da vontade de Deus, pois estava à espera de uma boa ocasião para ir a Roma. Em outras palavras, mesmo sem data ou horário marcado para isso, continuou orando a Deus, pois tinha suas motivações nEle.

            Quando as motivações estão corretas, não ficamos reféns das circunstancias, pelo contrário, somos fortalecidos e aproximados de Deus. Que aplicação maravilhosa podemos extrair desse trecho!

            Não obstante, a natureza e conteúdo do evangelho são resumidos (v.16-16) de forma incrível. Primeiramente, porque trata-se do poder de Deus para salvação do que crê não apenas de forma intelectual, mas no tocante à entrega que aponta para consagração de vida e consequentemente troca de motivações individuais para viver as motivações dEle. Em seguida, porque vem unicamente pela fé em Cristo Jesus, tanto agora como na eternidade.

            Certamente, o que você está fazendo neste instante deve ser um reflexo da motivação em relação ao Evangelho e à obra de Cristo, pois o cristianismo não trata de nós mesmos, mas é sobre Ele e para Ele! Que esse texto seja um convite para avaliar suas motivações e submetê-las a Deus, pois é a melhor decisão que ressoa por toda eternidade.

            Deus te abençoe!

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Leonardo Gleygson